O desleixo da superfície.

O que é o mundo.

Uma escadaria espetada de estrelas.

Num colorido azul.

Perdidas a distância.

Num imaginação frágil.

Contida na improficuidade da vida.

Definido por um calendário despropositado.

Cheio de gente imbecil definindo verdades.

Transformando a ficção em realidade.

O que é o mundo.

O desleixo da superfície.

O ponto máximo do espalhamento.

Da escada excessiva que rola a baixo.

O caos esquecido das mitologias helênicas.

O ar dispensado os pés no vácuo.

A vastidão dos universos contínuos.

O olhar perdido entropicamente.

O que é tudo isso.

O sobressalto do baralhamento.

A loucura que afina aos líricos.

A sarapilheira de coisa nenhuma.

Um grande segredo.

Cuja natureza é indecifrável.

Apenas uma sabedoria intuitiva.

Profundamente indelével.

Cuja sorte perceptiva.

Antologicamente, percebi.

O que devo revelar.

Aquilo que é inexpressível.

Por ser a distração de uma contra lógica.

Epistemológica.

Que fere profundamente ao mundo.

Contemporâneo.  

Mas não existe outra forma de explicação.

Ou entende dessa maneira.

 Ou terá como companheira.

A eterna cegueira.

 Tive a sorte peremptória.

 De entender o único significado.

 De tudo isso.

Que é incomunicável.

Não apenas ao senso comum.

Mas, sobretudo, por não ser.

Empírico.

A epistemologia.

A verdadeira realidade.

 Ela é incompreensível

Por esse motivo.

O grande segredo.

 O mundo terá que ser.

Uma eterna caverna platônica.

 Aquele que perceber.

Definitivamente louco.

Mas a percepção.

Da distração.

Melancólica.

Devo dizer aos olhos.

De uma criança.

O sentimento afásico.

A própria alma recente.

O colorido da incompreensão.

O sentido refratário da anterioridade.  

A mais indolente ausência.

 É de lá que surgiu a intuição.

O que deve ser imaginado.

 Imagina-se a ausência de tudo.

 Retire dessa ausência.

A notoriedade do tempo.   

Entende o vazio contínuo.

Tentando freneticamente.

Inventar a energia.

 Na ausência da massa.

 Presa ao incompreensível vácuo.

Modelado na natureza do infinito.

Além desse desértico escuro.

 A única outra realidade possível.

Seria tão somente o frio.

Além naturalmente do escuro.

Todas essas causas.

Não tiveram causas.

 Nem existências reais.

A inexistência desejando.

Ser existência.

Que coisa fascinante.

 E por um processo químico.

Da produção do gelo.

 Produziu pelo mecanismo.

Da evolução tudo o que existe.

 O princípio do primeiro átomo.

 E tudo que hoje existe.

 A  origem remota.

Distante quando a imaginação.

 Não teve nenhuma relação de causa.

Muito menos efeito.

 Refiro a distancia dessa imaginação.

Percebe-se e entende-se.

Apenas pela intuição.

Edjar Dias de Vasconcelos.