O DESFECHO DA NOVELA MENSALÃO

Não posso deixar de fazer um paralelo entre o julgamento do mensalão com as novelas da atualidade. As novelas, com sucessivas situações dramáticas não são condenadas, porque o desfecho das cenas não trazem para o telespectador grandes prejuízos, a não ser o empobrecimento intelectual quando se gasta horas assistindo determinadas futilidades. Liberadas de julgamento por sua função de entretenimento, as novelas sobrevivem em prol da arte, onde todo absurdo é valido.

A respeito do julgamento no processo do mensalão por formação de quadrilha, esperamos em vão que a justiça fosse feita. Assistimos sim, uma novela macabra com desfecho amargo, de muita repercussão e pouco resultado.

Através de votos nada patrióticos foi derrubado punições, concluiu-se que não ficou configurada formação de quadrilha, determinou-se que os “personagens” são inocentes.

Talvez assistindo capítulo por capítulo, o telespectador se convença ou tentam convencê-lo de que não houve formação de quadrilha; que as mesmas no final transforma-se nas típicas quadrilhas das festas juninas. Isso porque no Brasil é comum o discurso de  que a lei ou a sua interpretação é justa e igual para todos.

Tentam convencer de que a novela (mensalão) não tira a credibilidade ou confiabilidade do país, ou põe em evidência a vergonhosa política brasileira.

Ficou claro que o jeitinho brasileiro entrou em ação durante o julgamento, acompanhado de  belas retóricas e teorias, que as mentes “governantes” desse alegre pais só querem escapar do crime, uma vez que existe  aliados mais do que suficientes para tirá-los da lama.

A lama fica então para o cidadão assalariado quando acredita que tudo poderia ser diferente, que o desfecho dessa novela faria a diferença.