O surto originou na China em 28 de março 2020 e, havia pacientes infectados em 167 países ao redor do mundo e mais de 1.300.000 casos com aproximadamente 69.780 mortes. A COVID-19 causa síndrome respiratória aguda grave coronavírus-2 (SARS-coV-2), possuindo uma estrutura em cadeia única e, o vírus RNA é o sétimo coronavírus humano conhecido (ASKIN et al. 2020). Especialistas recomendaram uma série de medidas, entre elas a quarentena popularmente chamada de isolamento social, que se entende como um período de restrições de circulação de indivíduos potencialmente expostos a determinado agente infeccioso; porém no Brasil o primeiro caso chegou em 26 de fevereiro de 2020 e, foi decretado estado de quarentena a partir de 06 de fevereiro de 2020 por meio a Lei 13.979/2020; no isolamento os indivíduos saudáveis ou assintomáticos são isolados no período de incubação do vírus com pessoas isolados de pessoas saudáveis para evitar a transmissão.

Por meio da Lei 13.979/2020, foi decretado emergência de saúde pública, desde então, os estados e municípios determinaram que locais como escolas, igrejas, boates, praças e outros lugares com aglomerações de pessoas fossem fechados e, a população em isolamento, sem contato com pessoas externas ao seu convívio os indivíduos ficaram imunodeprimidos, mais vulneráveis como idosos e pessoas com afecções crônicas (ASKIN et al. 2020).

O excesso de informações disponíveis e a rápida progressão da epidemia é um campo facilitador para mudanças comportamentais que impulsionam ao adoecimento psicológico; surge um estado de pânico social global e a sensação de isolamento desperta angústia, insegurança, medo que prolongam até após o controle do vírus. Necessitamos de medidas educativas para preservar a saúde física, pensando na saúde mental e bem estar dos indivíduos que estão submetidos ao período de isolamento, pois os efeitos psicológicos da quarentena indicam estratégias de enfrentamento para minimizá-los. Os sintomas psicológicos em pessoas que antes não possuíam, podendo agravar suas condições pré-existentes e causar sofrimento aos cuidadores de pessoas doentes motivando-as a tomarem medidas ou remédios não comprovados que podem prejudicar a saúde (SENHORAS, 2020).

Observando que o neuropsicopedagogo deve estar apto para lidar com os dilemas históricos e atuais no quadro educacional como um todo, agregando conhecimentos cada vez mais para se adaptar as devidas mudanças para aprofundar os conhecimentos existentes sobre o cérebro humano, as diferentes áreas cerebrais e suas células e suas funções no comportamento do indivíduo. Com o avanço das Neurociências, é possível descobrir como o cérebro aprende a informação e aplica o conteúdo recebido de acordo com as formas pedagógicas utilizadas em sala de aula, considerando que o envelhecimento é um processo intrínseco e extrínseco com uma deterioração da função fisiológica, resultando na perda da viabilidade e o aumento da vulnerabilidade (COSTA, 2020).

O envelhecimento tem um período anterior ao da própria existência, começamos a envelhecer assim que nascemos, e podemos vivenciar o envelhecer em várias maneiras, nas referências de gênero, classe social, local onde se vive e nas maneiras educacionais. A organização Mundial da Saúde (OMS) define o idoso, como o indivíduo que possui 65 anos ou mais, nos países subdesenvolvidos com 60 anos ou mais, a pessoa idosa é na maioria das vezes definida independente de levar em conta seu estado físico ou psicológico (VIANA, 2020).

No século XIV, a velhice era percebida como um ato de mendicância, visto que o idoso não possuía características a condição de poder se manter financeiramente, passando a imagem de não-produtividade, um peso, um fardo, denominado como velhote para caracterizando o velho como associada a um bom cidadão. Muito mais do que mudanças físicas, trazendo consigo diversas alterações, principalmente psicológicas, tais como: dificuldade para entender e enfrentar os afazeres, desmotivação, depressão em diferentes graus, diminuição da autoestima e outras.

O ato de envelhecer, as mudanças psicológicas e sociais são amplas e podem ser percebidas em diferentes idades físicas ou cerebrais, ocorrendo com maior ou menor grau de acordo com a genética de cada pessoa. No decorrer do processo de envelhecimento o ser humano vai se tornando cada vez mais sensível ao meio ambiente com consoantes restrições implícitas ao funcionamento do idoso, pois dedicam maior parte do seu tempo à vida profissional, deixando para trás seu tempo de lazer, não exercitando suas funções cerebrais como um todo. Um envelhecer problemático, deia de estimular as funções cognitivas, tornando o envelhecimento bem mais complicado do que se tivesse cuidado preventivamente das funções ao longo do tempo (SANTOS, 2020).

A neurociência vem colaborando com novas descobertas sobre o funcionamento do cérebro humano e, como trabalha a estimulação cognitiva efetivamente para contribuir no desempenho das funções executivas superiores (atenção, memória, raciocínio, concentração e percepção); que auxilia no processo de aprendizagem do indivíduo, melhorando a qualidade de vida e bem-estar dos idosos.

Com o atendimento neuropsicopedagógico clínico, foi repassado através da psicoeducação, ferramentas como técnicas de relaxamento e respiração no controle da ansiedade e contribuindo para o bem-estar físico e psíquico, sugerindo aos cuidadores que passassem a situação verdadeira que são transmitidas pelos meios de comunicação, para manter a transparência sobre as questões de serviços de saúde, número de pessoas infectadas dentro da unidade e casos recuperados apresentando efeitos positivos em níveis reduzidos de estresse e ansiedade.

As pessoas vivenciam solidão durante diferentes períodos de tempo nos momentos de sua vida, mesmo estando em um ambiente com outros indivíduos, sentindo que lhe fata algo, como exemplo do carinho e atenção. Um ser solitário, não precisa necessariamente estar excluída de algum meio social de não ser notada, mesmo que o ambiente esteja agradável com outras pessoas, ainda lhe falta algo, como exemplo: sensação de amparo, atenção, carinho entre outros.

O meio para integrar os idosos na sociedade atual inclui mudanças de conceitos e estrutura física do espaço para se adaptar as inovações tecnológicas com criatividade e sabedoria para assim conseguir alcançar o acesso aos serviços oferecidos e facilidades a esse grupo populacional, evidenciando com o envelhecimento o final da vida como um processo natural dos aspectos biológicos e psicológico que não está somente interligada ao fenômeno do novo coronavírus.

No campo interventivo, a neuropsicopedagogia é integrada entre a pedagogia, psicologia, neuropsicologia, psicopedagogia e o trabalho clínico. Abrangendo um vasto conhecimento neurológico com bases de aprendizagens e do comportamento humano, por meio de estímulos respostas, tomando como foco as relações intrínsecas entre atenção, funções motoras, linguagens, memória, cognição, aspectos emocionais, psicológicos e cerebrais.

 

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