"O objetivo da civilização é a cultura e a evolução. Uma vez alcançando este objetivo, começa-se a degradar e declinar, seguindo o exemplo dos seres humanos.

 Declínio da civilização ocidental?

 Interroga-se sobre a civilização ocidental e se é superior a outras civilizações? o jornalista Franz-Olivier Giesbert do canal France 5 tratou com outros intelectuais do assunto ao abordar as diferentes correntes de pensamento, como Alain Finkielkraut e Abdennour Bidar.

O tema do declínio do Ocidente ocupou um grande espaço na mîdia em  recorrente Kissinger lembrou das causas do declino do Império Romano.

Foi muito antes do pai da sociologia Ibn Khaldoun, filósofo do Magrebe da Idade Média, ignorou o Ocidente por uma doxa de exclusividade do magister dixit, tendo em vista- a obra magistral."La Muqqadima", "os Prolegomenas", apontaram o percurso das civilizações, anotando as três etapas, o advento, o clímax e o declínio. O que resume o processo do declínio da civilização muçulmana, base de uma lenta e longa desintegração, visto no anel viário e do Império da Persa, da Roma e Otomano.

O declínio do Ocidente objeto do ensaio de Oswald Spengler, resumido numa síntese histórica parecida ao mesmo tempo da economia política e da política, envolvendo as ciências e as matemáticas, bem como as artes plásticas e música. Tal processo foi traduzido para o francês pelo filósofo argelino Mohand Tazerout, 1948. Esta obra analisa a história, distinguindo as  importantes culturas históricas, semelhantes aos dos seres biológicos que nasceram, cresceram, declinaram e morreram.

 Estes pesquisadores revelaram uma visão cíclica ou "esférica" da história, bem como de cada cultura, determinada por sua herança, seus valores e  seu sentimento de destino. (1)

 Por que o Ocidente declina?

 Deve-se primeiro falar da construção da supremacia ocidental. Tudo se foi tratado no magister dixit dos  anciões ou do atual doxa ocidental reputado infalível.  Além disso, o considerado avatar, apontado como o poder colonial se afirmou graças a alguns fatos da força da palavra do Evangelho. Como a história do país e da colonização que se revelou a  negação, destruída, arrasada e trocada por uma nova história, identidade e religião ...

 A religião cristã, apontada como meio do empreendimento colonial constitui como uma forma de antologia, atribuída ao Rei dos Belgas, ela recomenda os missionários para inculcar aos negros do Congo o cuidado de desenterrar os selvagens de suas riquezas, abundados no solo e no porão. O Evangelho, também considerado como um instrumento capaz de encontrar textos, recomendados aos fiéis  para aceitar a pobreza. A exemplo: " dos Bem-aventurados pobres, são aqueles que aceitam o reino dos céus"; "É difícil para os ricos entrarem nos céus" uma vez que os negros têm medo de ficar ricos. Um modo de ensinar aos jovens a acreditar e não  a raciocinar ... "(2)

 Este discurso resume as verdades sobre a supremacia do homem branco e o mito da raça superior. Tem-se entendido os clichês, os preconceitos e os dogmas. Consequência dessa hegemonia da qual o Ocidente é o único repositório de significados? admitindo que o Ocidente conquistou o mundo após a primeira revolução industrial. De fato, seria mais apropriado voltar no tempo para perceber que a hegemonia ocidental começou depois da doxa ocidental, seja "dos Grandes Descobrimentos". Sobrevivendo o Oriente e declinando a civilização islâmica, o que explica a Regra dos Três Cs - Cristianização, Comércio, Colonização, levando a escravizar os povos, a divisão dos territórios, o desequilíbrio sociológico das sociedades, o que obriga a sedimentar o pensamento.

 Durante mais de cinco séculos, em nome dos "Direitos Humanos", "desconsiderados pelas colônias" conforme Jules Ferry, o Ocidente dita a norma, o processo, a pena, a recompensa, e pune os territórios que não se conformam. Isso foi através do ferro e do fogo, as riquezas do sul, exauridas pelos saqueadas dos países do norte. (3)

 Muito mais antes, e após a implosão do império soviético, assiste-se ao fim da história de acordo com a palavra de Fukuyama, criticadas pela paz americana que parecia durar mil anos. Um estudo do Pnac (Programa para o Novo Século Americano) recomendou buscar um motivo para relançar a hegemonia americana de maneira definitiva.

 Em 11 de setembro, dia sombroso para os americanos que acreditam que  o Satã se levantou quando a sobra caiu do céu, o Islã foi aponado. Assim foram pormovidas as expedições punitivas, quase em todas as partes do globo, causando caos, destruição e morte. (4)

 No entanto, os sinais de uma rachadura da hegemonia ocidental começaram a aparecer no horizonte. Vozes ansiosas começavam a duvidar da durabilidade do magíster ocidental. Não  foi somente a opinião da CIA, publicada pelo relatório intitulado: O mundo em 2025. Constatando uma tomada de consciência, uma nova demografia econômica, financeira e, até mesmo alguns pensadores americanos que reconheceram que não serão mais os mestres do mundo! (5)

 Ainda assim, apesar disso, "o Império" não se deixa fazer. Os proponentes da "teoria do império global" consideram os eventos políticos e econômicos internacionais ocorridos desde 1989, comprovam o fenómeno da transição da humanidade para um "império global", uma ordem mundial polarizada em torno de um único poder: EUA. Brzezinski acredita que os Estados Unidos devem se aliar à Europa para dominar a Eurásia.

 No outro lado do cursor relativo ao futuro do mundo, a necessidade de equilíbrio e da multiplicidade de visões, corresponde a análise do Embaixador de Cingapura, Kishore Mahbubani ao descrever o declínio ocidental: Um declínio demográfico, de recessão econômica e de perda dos próprios valores. Anotando os sinais de uma mudança do centro para a margem,  ou seja do mundo Ocidental para o Oriente. (Citando o livro do historiador britânico Victor Kiernan "The Lords of Humankind, European Attitudes to the Outside World in the Imperial Age", publicado em 1969, quando a descolonização Europeia chegou ao fim.

 Victor Kiernan que escreveu que a maioria do tempo de paz, porém, os colonialistas agem de forma medicores, apesar de suas posições e, acima de tudo se diferenciam pela cor de pele,  como mestres da criação. Mesmo se esta política colonial européia tende ao fim, a atitude colonialista dos europeus agravou a situação, e deixou uma certa mancha negra na história por um certo tempo "(6).

 

De fato, Kishore Mahbubani considera que esta civilização continua neste início do século XXI. Muitas vezes, percebe-se a indignação na margem das reuniões internacionais, quando os representantes europeus, soberbamente se posicionam pelo seguinte coro: "em relação aos chineses, indianos, indonésios ou outras raças inferiores): ... "seguindo as manobras das trivialidades habituais e a enunciação hipócrita de princípios, pelos quais os próprios europeus nunca se respeitam.

 O complexo de superioridade foi um dos meios considerados para colonizar. O  pensador europeu certamente deve ser  um colonialista atávico. Como escreveu Mahbubani: "Essa tendência européia é vista como algo de alto despreza ás culturas e as sociedades não-européias, cujas raízes profundas fixadas na psique européia" (6).

 O que Mahbubani critica foi a absurda anomalia de uma penetrante e persistente potência do mundo ocidental, sujeita a  uma mudança fundamental na marcha para a modernidade, recuo das fortalezas e do triunfalismo ocidental. Mahbubani culpa a Europa por sua miopia, auto-satisfação e egocentrismo. Para ele  "chegou a hora de reestruturar a ordem mundial", e "deve implementar agora os alicerces".

 O Ocidente é incapaz de se manter, se respeitar ou até fortalecer as instituições que ele criou. Bem como a amoralidade criticada  como base de algumas estruturas do pensamento, espírito da governança global. (7)

 Decadence? A palavra que evoca o destino do Império Romano e sua queda, tal declínio depende do motivo da degradação da história do homem, o que foi acordado nas disputas e guerras. Para Margerite Yourcenar que evoca a decadência como o sinónimo dos males específicos, dos complexos da humanidades, e da revolução científica. Descobrir esse gigantismo  significado é objeto da violação flagrante de crescimento, da perda da existência e da riqueza da humanidade.

 Trata-se de uma comparação infinita, substituída pela fome e crises, segundo Adam Smith, uma atmosfera de inércia, do pânico, do autoritarismo e da anarquia,  reafirmando as pomposas do grande passado, da mediocridade e do presente distúrbio, bem como das reformas que nunca se foram paliativas, baseadas na virtude que não se manifesta não só nos expurgos, mas também no sentido sensacional, as vezes levado para triunfar na política do pior, de alguns homens perdidos no grosso hábil da multidão de tolos violentos, ou dos desajeitados honestos e sábios fracos. (8)

 O retorno dos religiosos responsáveis pelo caos?

 O declínio ocidental, atribuída à religião, foi uma proposta do imponente colono pelo retorno aos religiosos dentro de nossa sociedade, embora a secularização constitui um prova crítica da lei de 1905 sobre o dito secularismo, quando André Malraux antecipou o fato: considerando o declínio do próximo século uma ameaça, mais terrível do que uma guerra nuclear que ameaça a humanidade, a reintegração dos símbolos. conforme Friedrich Nietzsche no seu preâmbulo " Assim o fim do Zaratustra " (1885), a morte de Deus. Uma morte de Deus, de fato? (...)

 Essa metáfora nietzschiana desvenda uma  crítica, esvaída do horizonte mudano, retrógrado, o que leva a  uma reflexão sobre como pensar Deus estar morto! (...)

 A explicação final, juntamente com seu verdadeiro significado teológico, formulada no só pelos pensadores mas sim pelos famosos textos agora exaurido no parágrafo 125 ", Gai Savoir" (1882): "Deus está morto!

 Nietzsche leva a fazer uma reflexão sobre uma sentença na qual ele critica esta realidade. Se nós não o matá-lo! Como se pode consolar um triste a outro, a diversão dos assassinos entre assassinos!... interrogando-se sobre quem possa  limpar este sangue? "(...)

 Nietzsche considera o motivo dos fanáticos, como fatos desconhecidos explorado esse universo medonho da necrofilia e do fetichismo, com mortos e corpos. Dentro das igrejas e nos locais de reflexão com  o intuito de superar desafios e seus próprios limites que seja nos túmulos ou nos monumentos fúnebres de Deus?" (9)

 Percebe-se  que a fé se transforma nos ritos e instrumentaliza os objetos. A severa crítica do Jean Soler, historiador das religiões, no curso de sua obra quando se refere aos três grandes monoteísmos, sobretudo a recente obra " Quem é Deus? "tornando bem fundamentado a obra divina.

 O que explica de fato foi a crença em Deus. Se isso leva com tanta frequência, a excluir toda a tolerância, mantida pelo extremismo e a violência. Não cabe somente a um dos mais prestigiados teólogos do islã moderno, Mohammed Iqbal (1873-1938), tratar do assunto do ponto de vista religiosa. O que levou alguns pensadores a criticar a reflexão sobre o "Lutero do Islã", considerada como uma transformação do homem, 1905 .. "(9)

 E na Argélia?

Alguns países do norte da Africa, foram o teatro do mimetismo, uma forma de pensamento considerada decadente eimprevisível, se não escandalosamente declarada através de um ocidente colonizador.

 

A decadência deste mundo é ligado aos fundamentos das relações entre o divino e homem.  Muitos forma aqueles  que propagram alguns ensinamentos religiosos, anestesiados pelo regime colonial, cujas "estrelas" transformadas sob os dois neurônios. Decadência espiritual, o fabuloso mal adquirido, e  a revolução silenciosa dos necessitados, sob  o poder da apneia.

 Finkielkraut –Bedar destacou nestas visões algo deste mundo,  as realidades contraditórias  criticas do divino do Alain Finkielkraut, e do mundo ocidental, modelo para o desenvolvimento da afeição e do multiculturalismo ocidental. Sabe-se que há mais cículos em termos da civilização ocidental e muçulmana herdada dos legados da ciência.

 Por fim a sociedade multicultural excetuada da cultura e da identidade original, constitui o mal- do escurecimento dos homens. Porque o fato gira em torno da identidade européia que considera ameaça pelas hordas bárbaras (árabes,  imigrantes, negros).

 Montaigne e Levy Strauss, um defensor desta superioridade do Ocidente escreveu a este respeito:

 "Nós trocamos o que somos. Se não temos nada para trocar nos tornamos uma encruzilhada, uma riqueza que não se perde ... e mante a identidade.

 Que tipo de identidade que o Sr. Finkielkraut defende?, os franceses de Vercingetorix, ou dos naufrágios do Maghreb, da Africa e da Europa, tratando  dos combatentes de origem africana que defenderam a França. Foram os escaramuçadores imigrantes que contribuiram na civilização, como produto humano dos franceses e dos europeus, resmido na obra "profissão" objeto das décadas sob as monarquistas do rei?

 Para Abdennour Bedar, o Ocidente se arroga o direito de construir o universal sozinho. Considerando duas civilizações símbolo da liberdade. Um universo comum diferente do Paul Ricoeur. Ele tratou do filósofo Ibn Arabi, que foi ignorado no Ocidente em nome de uma supremacia cultural – o que levanta a igualdade entre religiões e as culturas. Não acredita nas civilizações sem uma cultura auto-suficiente, capaz de exercer  uma confluência sobre as religiões. .

 Percebe-se por fim que as posições são diametralmente opostos, A Finkielkraut apoiou em "seu" quintal da Europa que ele aproxima, como algo higienizado desta escória alienígena, monopólio dos significados, Abdennour Bedar tratou da convivialidade das religiões para um apaziguamento da condição humana. Mas ao mesmo tempo de como inventar um novo modo de vida.

 "A principal característica da civilização oriental é conhecer o contentamento, enquanto do Ocidente não é revelado." Esta máxima  do Hu-Shih, resumido somente na bulimia sem reter a crescente civilização  que quer sempte mais. O que trará o planeta ao caos. Não é somente pelo Ocidente que vai declinar, mas sim por todos os povos que seguirão em uma descida ao abismo por não terem economizado em todos ...

 notas

 1. O Declínio do Ocidente: Wikipédia, a enciclopédia livre

 2. O discurso arrebatador do rei dos belgas aos missionários Leopoldo II em 1883

 3. C.E Chitour http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=18575

 4. Estudo do Programa PNAC para o novo século Amercan

 5. Relatório da CIA "O mundo em 2025" em 26/2/2010

 6. K.Mahbubani: A mudança irresistível do poder global para o leste, setembro de 2008

 7. C.E.Chitour: O Ocidente para Conquistar o Mundo. ENAG. Argel. 2009

 8. Marguerite Yourcenar, Mount Desert Island, 1958 em Bernard Dugué Declínio ou declínio de nossas empresas Agoravox Quarta-feira, 18 de março de 2009

 9. http://laveritedesmasques.blogs.nouvelobs.com/tag/abdennour+bidar 10/03/2012