O rapaz preenchendo uma ficha à procura de emprego, escreve lá, entre outras respostas:
Cargo pretendido: Traficante. - Tem experiência na profissão? Sim. - Faz uso de algum tipo de droga? Sim, de maconha.

E não é que ele foi escolhido e está trabalhando? Exatamente isso, e não vai demorar muito não, pelo justo e pelo certo, como falavam os cangaceiros nordestinos ao selarem um pacto entre si, assim será se for, afinal, devidamente concedido o voto pela liberdade do uso de drogas aos viciados, pelas leis brasileiras, caso não existam mais pessoas de bom senso na direção deste país. Como dizia meu pai que um dia aconteceria - a roda grande ainda vai passar por dentro da roda pequena! Espero que ele estivesse errado.

Com certeza a segunda da fila de reivindicações será, também, a legalização da profissão de traficante, já que o usuário, digo, o maconheiro, também terá todo o direito de comprar, a céu aberto, o referido produto. E também, na marcha em que vamos não vai demorar muito e quem chamar alguém de maconheiro, será devidamente enquadrado nos rigores da lei. Mas como eu estava dizendo, o usuário terá todo o direito de comprar a droga da droga que usa, já que não estará mais cometendo nenhum crime. E a quem ele vai comprar? Ora bolas, ao profissional devidamente credenciado. E tudo isso poderá vir a acontecer, se de imediato não houver uma mobilização da parte sadia da nossa sociedade, para impedir essa possível e infeliz realidade.
O Brasil não é um país sério ? afirmou há algum tempo um determinado presidente estrangeiro, com muita propriedade, infelizmente. E a nossa pátria amada, idolatrada, salve! ? oh! - realmente salve-se quem puder - que tristeza, poderá então passar a liderar o ranking mundial da legalização do maior dos absurdos, pois nenhum outro país do mundo, até o momento, tomou a lamentável decisão de descriminalizar o uso de qualquer entorpecente. E é claro que, logo começarão a surgir outras passeatas reivindicando os mesmos direitos para os viciados em crack, ectasy, ópio e tantos mais. E por que não? Pelo justo e pelo certo, quem sabe, pois todos são iguais perante a lei. Tá escrito lá, artigo 5º.
Assisti a uma entrevista na televisão na qual um rapaz, a favor da descriminalização da maconha, argumentava a importância do uso da erva na medicina, e alegava ser a mesma de grande eficiência no tratamento de várias patologias, inclusive o câncer, o que seria mais um motivo para que seja liberado o seu uso. Só que, óbviamente não é para esses fins que a nossa atual juventude transviada e despreparada está lutando por um habeas corpus para a infeliz erva daninha, mas sim pelo seu uso no charutão mesmo! Pela fumaça saindo das narinas sangrando, feridas, de jovens desorientados e sem rumo, com os neurônios danificados, desesperados caminhando para a morte numa estrada sem volta, num verdadeiro masoquismo coletivo, já que eles mesmos terão escolhido esse caminho. Mas ainda acreditamos que essa aberração não terá o respaldo da Lei. Confiamos no bom senso dos seus representantes. Confiamos na seriedade e na autoridade do nossos meritíssimos juízes do Supremo Tribunal Federal.
No entanto, onde estão as vozes poderosas dos nossos representantes religiosos? Onde estão as vozes dos pais e mães dos jovens brasileiros, dos pais de tantos filhos perdidos para as drogas? Chega de silêncio! Vamos também nos mobilizar e sair pelas ruas protestando contra a legalização dessa aberração, num país em que ainda não se foi capaz de erradicar o alcoolismo e o tabagismo destruidores de vidas e de lares, pois de nada adianta se envidar esforços inúteis para debelar o estrago provocado pelas drogas. Elas têm é que ser combatidas, erradicadas, e jamais liberadas!
Será que as passeatas de jovens desajustados e viciados gritando pelas ruas, exibindo faixas com frases idiotas, gritam mais alto? Não! Vamos também botar a boca no mundo e dizer não a essa loucura, pedir aos dirigentes do país para abrirem os olhos e não, tal qual Pilatos, simplesmente lavarem as mãos, deixando que o mal destrua os nossos jovens. Casas de recuperação e outras alternativas posteriores para trata-los, são medidas quase inacessíveis, caríssimas e inúteis.
Magistrados e juristas, lembrem-se de que existem milhares de jovens que, com o seu consentimento, poderão mergulhar no abismo das drogas. Pelo amor de Deus, não assinem a sentença de morte dos seus próprios filhos, netos e bisnetos, nem dos meus!

Júnia - 2011