O crack

Por Benedita M | 15/05/2012 | Resumos

1     -INTRODUÇÃO

 

Este trabalho mostra a importância da família na prevenção e no tratamento dos dependentes químicos do crack.

 

A dependência química pode ser desencadeada por vários fatores, tais como: de natureza biológica, psicológica e social. Inseridos neste contexto psicobiosocial existe para o indivíduo uma forte pré-disposição à dependência química.

 

Instalada a dependência, o quadro evolui para a degradação sócio familiar.

 

O trabalho de enfrentamento ao crack envolve atitudes de curto, longo e médio prazo; a questão é complexa. É necessário desde um amparo às redes publicas de saúde criando condições para que as mesmas absorvam e dêm condição digna e eficiente para tratamento/recuperação aos doentes do vício. É de suma importância também uma rede de apoio psicológico que trate da codependência e da reestruturação da célula familiar, garantindo a continuidade do tratamento. Na área da educação deve nas escolas existir através da capacitação e criação de centros que de maneira acertiva envolvendo toda a comunidade (pais, alunos, professores os moradores da região de uma forma geral) promova palestras, fóruns, debates, criando acesso a informação tratando da questão de forma realista e preventiva. Quanto a questão legal é deve-se descriminalizar o uso, tratando com o paciente usuário, voltando toda a carga ao combate ao tráfico, ao crime organizado a marginalidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2     O CRACK E A SOCIEDADE

 

O crack é um grave problema social, pois sua potencia está gerando uma epidemia uma vez que o seu efeito é rápido e a abstinência em consequência também vem mais rápida e, é dessa forma que o individuo é viciado.

Esta epidemia social esta cominando desde o mais simples trabalhador rural até os indivíduos de classes sociais mais altas. Com a diversificação social dos usuários acometidos, rendidos e vencidos, formam uma sociedade que chega a ser difícil identificar e traçar um perfil de como prevenir e tratar.

o crack é um problema social e como tal todos somos responsáveis, porém isoladamente temos irrisórias chances de obter um resultado positivo, para isso teríamos que organizar pontos de partida, priorizar situações mais graves, trabalhar com as famílias dessas pessoas, para ajudarem na ressocialização, mas não mudando a realidade de um dependente de entorpecente, tampouco desencorajar um só traficante, e trabalhar junto as comunidades e entidades governamentais para obter parcerias e usar os recursos para amenizar a situação que requer uma atitude mediata, uma vez que esta se agravando e vidas estão sendo perdidas dia a dia.

Estamos, sem sombras de dúvidas, em aguda e profunda crise urbana e social relacionada a essa droga avassaladora. A população mostra-se atônita, indefesa e impotente. Por sua vez, ainda falta vontade política governamental para debelar tal problemática.

 

 

3     COMPOSIÇÃO QUIMICA DO CRACK/USO

 

A composição química do crack é algo simplesmente estarrecedor. A partir da pasta base das folhas da coca acrescentam-se outros produtos altamente nocivos a qualquer ser vivo, tais como: Ácido sulfúrico, querosene, gasolina ou solvente e a cal virgem, que ao serem processados e misturados se transforma numa pasta endurecida homogênea de cor branca caramelizada onde se concentra mais ou menos 50% de cocaína, ou seja, meio a meio cocaína com os outros produtos citados. A droga é fumada pura, misturada num cigarro comum ou num cigarro de maconha.

 

 

4     OS EFEITOS DO CRACK

 

o crack tem um enorme potencial de dependência. São raros os relatos de pessoas que usaram e não ficaram dependentes. O Crack mina a auto-estima do usuário impelindo-o na direção de manter o uso como forma de refúgio, e é esta a forma como ele se vê e também a comunidade que o cerca.

No crack, como o efeito é muito intenso e súbito, e a sua cessação também é rápida, o estímulo para a repetição é ainda mais intenso, uma vez que a molécula de cocaína é rapidamente absorvida para a corrente sanguínea e chega ao cérebro em segundos, por este motivo o crack tem forte potencial de desenvolvimento de dependência. As doses altas ou repetidas, podem levar ao surgimento de sensação de bem-estar, de poder e aceleração do pensamento, irritabilidade, agitação, sudorese, aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, ideias paranoides de perseguição, alucinações, arritmias cardíacas, infarto agudo do miocárdio, crises convulsivas e morte

O pulmão do usuário de crack desenvolve uma inflamação que produz quadro semelhante ao de uma pneumonia infecciosa, com febre, tosse, expectoração, dor no tórax e falta de ar, pessoas que usam crack negligenciam completamente os cuidados, com a sua saúde e segurança, e, com frequência, para financiar o uso da droga, se envolvem em pequenos roubos, enganam amigos pedindo dinheiro emprestado sem pagar, criando estórias mirabolantes, colocando-se em risco, como prostituição, roubo e até se envolvendo no trafico para financiar o uso.

 

“Lançando um olhar no passado, o crackudo, vê o rumo errado que tomou. Olhando ao futuro somente se lhe afigura a tumba. O seu presente é só o crack... O crack como o senhor do seu viver... O crack como seu dominador... O crack como seu real transformador do bem para o mal... O crack como destruidor da sua família... O crack como aniquilador da sua vida... O crack como o seu transporte para a morte!... “

 

Dificilmente um traficante de crack é usuário, pois é degradante e mortal o efeito no indivíduo, o que não corre com outro tipo de droga em que muitos deles também utilizam em consumo próprio.

 

 

5     GRUPO FAMILIAR

 

Crescer em uma família que possui um dependente químico é sempre um desafio, principalmente quando falamos do contato direto de crianças e adolescentes com essa realidade. Esse desafio pode atuar desenvolvendo competências para lidar com situações estressantes e soluções de problemas, bem como desestruturar o desenvolvimento saudável de uma criança ou adolescente.

A dependência química em Filhos de dependentes químicos apresenta risco aumentado afetando toda a base familiar evoluindo muitas vezes para transtornos psiquiátricos, desenvolvimento de problemas físico-emocionais e dificuldades escolares.

A preocupação com filhos de dependentes químicos requer um maior apoio nas áreas de saúde e educação, pois trabalhar essa população significa prevenção.

 

“A prevenção procura reduzir a demanda ampliando os fatores de proteção e reduzindo os de risco associados ao uso nocivo de substâncias químicas (Herrel e Herrel, 1985).”

 

Um grande número de estudos já demonstrou o impacto negativo que pais usuários de drogas causam em seus filhos. Este impacto pode ser sentido em diversas áreas do desenvolvimento das crianças e algumas das explicações para isto são:

1. Efeitos do uso de substâncias no feto em formação

2. Efeito do uso de substância no comportamento dos pais e consequentemente nas atitudes dos filhos

3. Efeitos do uso de substâncias na situação sócio-econômica familiar

4. Efeito do uso de drogas por parte dos pais e envolvimento criminal como modelo comportamental principal

 

 

6     FATORES QUE PROPICIAM O USO DA DROGA

 

Concentração da renda o baixo nível educacional e de informação, a falta de uma política pública de conscientização que parta do poder público e da sociedade, e a ausência de uma malha social que venha a dar suporte aos usuários que queiram deixar o vício.

 

 

7     A PREVENÇÃO

 

A prevenção por parte do governo é realizada através de campanhas, porém a primeira atitude de prevenção cabe à família. A igreja e empresas também desempenham um papel fundamental.

 

 

8     DIRETRIZES QUEM PODEM SER SEGUIDAS

 

  • Governo: campanhas e repressão ao tráfico;
  • Família: aconselhamentos e conversas livres com posicionamento claro e coerente;
  • Igreja: ajuda espiritual que valoriza a vida
  • Empresas: campanhas, palestras e CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).
  • Combate ao tráfico

 

 

9     TRATAMENTO

 

  • O tratamento indicado para um viciado dependerá do seu grau de dependência química. O tratamento poderá seguir os seguintes sistemas:
  • Internação: quando o dependente sequer consegue diminuir o uso da droga.
  • Ambulatorial: quando o dependente consegue diminuir ou até mesmo manter abstinência sem precisar de internação.

 

 

10  MODELOS DE TRATAMENTO

 

  • Tratamento Psicoterápico: ajuda o dependente a lidar com as dificuldades da existência, a se orientar em suas condutas de vida, abrindo espaço para seu crescimento e amadurecimento.
  • Tratamento medicamentoso: reduz os sintomas da abstinência, intoxicação e depressão.
  • Autoajuda: para os dependentes e familiares, que são motivados a refletir e dividir suas experiências.

 

11  AÇOES GOVENAMENTAIS:

 

  • O governo federal, por meio da SENAD, mantém a central telefônica VivaVoz (0800 510 0015). O serviço é gratuito e aberto a toda população e os atendimentos são realizados por consultores capacitados e supervisionados por profissionais da área de saúde.
  • O Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (Obid) permite acesso a instituições brasileiras que oferecem tratamento para dependentes de drogas como o crack.
  • Decreto nº 7.179 de 20 de maio de 2010 (Decreto Federal) Por meio dele são garantidas ações de prevenção do uso, tratamento e reinserção social de usuários, com a participação de familiares e a atenção especial para públicos vulneráveis (crianças, adolescentes e população em situação de rua). Tudo isso numa proposta de permanente integração e articulação entre as áreas de saúde, assistência social, segurança pública, educação, desporto, cultura, direitos humanos e juventude.

 

 

12  O QUE AINDA FALTA SER FEITO

 

As providencias a serem adotadas nesta seara por parte de toda a sociedade, e em especial por parte dos Poderes públicos constituídos. Assim sendo, faço minha as palavras do anteriormente citado Advogado, CLAUDIO LAMACHIA:

 

“É preciso que as políticas públicas neste campo recebam investimentos e considerem os vários aspectos que envolvem a narcodependência, como a realidade socioeconômica do país, a conscientização da população e, em especial, das famílias, o drama pessoal vivido pelos usuários e aqueles que o cercam, as dificuldades de bem vigiar todas as fronteiras por onde passam as drogas e/ou seus componentes, as carências das entidades assistenciais e de saúde, a necessidade de recursos para os aparatos policiais, a urgência das melhorias nos sistemas prisionais e a agilização da justiça, dentre outros fatores igualmente importantes.”

 

13  O SURGIMENTO DO CRACK

 

O crack surgiu nos Estados Unidos na década de 1980 em bairros pobres de Nova Iorque, Los Angeles e Miami.

No Brasil, a droga chegou no início da década de 1990 inicialmente em São Paulo.

“Segundo estudo dos pesquisadores Solange Nappo e Lúcio Garcia de Oliveira, ambos da Universidade Federal de são Paulo (Unifesp), o primeiro relato do uso do crack em São Paulo aconteceu em 1989. Dois anos depois, em 1991, houve a primeira apreensão da droga, que avançou rapidamente: de 204 registros de apreensões em 1993 para 1.906 casos em 1995. Para popularizar o crack e aquecer as vendas, os traficantes esgotavam as reservas de outras drogas nos pontos de distribuição, disponibilizando apenas as pedras. Logo, diante da falta de alternativas, os usuários foram obrigados a optar e aderir ao uso.”

 

REFERENCIAS

 

PESQUISA FEITA EM SITES DA INTERNT E NO 0800 DO SENAD.