Para Reneé Descartes, a liberdade está inteiramente interligada ao livre arbítrio, mas como o nobre pensador entende o conceito de liberdade? Para ele, é quando se pode afirmar ou negar, fazer algo ou deixar de fazer, sem a intervenção de alguma força maior (seja divina ou não), assim, podendo escolher deliberadamente qualquer proposição, em outras palavras:

"para que eu seja livre, não é necessário que eu seja indiferente na escolha de um ou outro dos dois contrários; mas, antes, quanto mais eu tender para um, seja porque eu conheça evidentemente que o bem e o verdadeiro aí se encontram, seja porque Deus disponha assim o interior do meu pensamento, tanto mais livremente o escolherei e o abraçarei."(DESCARTES, 1971)

      Descartes afirma que existe uma ramificação contrária quando se trata do conceito de liberdade que são: Alto grau de liberdade e o baixo grau de liberdade. O alto grau de liberdade trata do livre arbítrio, ou seja, a liberdade individual de escolha. Já o baixo grau de liberdade é justamente o contrário, isto é, quando existe interferência, que pode ser de alguém por exemplo, sobre sua escolha.

        Podemos concluir que o conceito de liberdade é composto pelas noções de livre arbítrio e de espontaneidade. Isso significa que, a partir da noção de livre arbítrio (poder absoluto de escolha), pode-se negar o assentimento a uma ideia clara e distintamente percebida pela razão. Entretanto, por outro lado, a regra geral da verdade afirma que tudo o que for concebido como claro e distinto é verdadeiro,  por conseguinte, deve-se seguir um assentimento da vontade.

REFERÊNCIA

(DESCARTES, Reneé. Discurso sobre o Método. São Paulo: Atena, 1971)