O CÉU DA INTIMIDADE
Por XALONI IORI | 22/06/2018 | AdmO CÉU DA INTIMIDADE
6 Então, disse eu: quem me dera asas como de pomba! Voaria e acharia pouso.
7 Eis que fugiria para longe e ficaria no deserto.
Livro dos Salmos, 55:6 e 7.
Quando a pessoa fala
Ela se descerra
E mostra na tela
O seu interior.
“Palavra puxa palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução.”
Machado de Assis - escritor e poeta brasileiro (1839-1908).
O seu céu íntimo
Sempre se desanuvia
Quando ela pronuncia
Uma palavra.
“Muitas coisas melhor se diz calado, pois o silêncio não tem fisionomia, mas as palavras sim têm muitas faces.”
Machado de Assis - escritor e poeta brasileiro (1839-1908).
Quando ela silencia
O pensamento se desvia
Dos inquisidores.
E quando ela sorri
Não revela enfim
Os seus sentimentos,
Pois muita gente ri
Para afastar de si
As curiosidades.
“Minha alma, já semimorta,
Conseguira ao céu alçá-la
Porque o céu abre uma porta
Quando ela fala.”
Machado de Assis - escritor e poeta brasileiro (1839-1908).
MUITAS INTERPRETAÇÕES
Dar-me-ia pressa em abrigar-me do vendaval e da procela.
Livro dos Salmos, cap. 55:8.
Muitas interpretações
Tem uma palavra dita
Ou mesmo escrita.
Ficar no silêncio em muita hora
É mandar ir embora
Os reveladores.
Palavra escrita ou falada
É sempre interpretada
De diversas maneiras.
“Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto.”
Machado de Assis - escritor e poeta brasileiro (1839-1908).
O silêncio ainda é o meio
De se colocar um freio
No pensamento.