Aqui nesta mata perdido
de amor; um amor proibido...
Desespero de uma mente nada sã;
eu te peço: "numa criatura emplumada,
me transforma, pra que junto da minha amada
eu possa sempre estar...ó, tupã!..."

"...Eu que já de seu coração sou cativo;
um amor impossível em que à espera vivo
de poder vê-la; seja noite, ou manhã..."
Do céu à floresta então veio
a pedido atendendo de quem ama o alheio;
transformando-o em um pássaro; tupâ!...

Disse então: " se tu queres (eu não te proíbo)
com teu canto, conquistar a esposa do chefe da tribo;
mas, como pássaro, somente..." Ordenou tupã!...
Mesmo vendo do destino a insídia;
com seu canto conquistou o coração da sua índia;
fosse noite, ou fosse manhã!...

Do uirapuru quando ressoa o canto, tranquilo
o mundo todo para então pra ouví-lo;
é de um casal de se amar, no afã!...
São duas felizes criaturas aladas
que cantam seu amor, e são abençoadas,
abençoadas pelo deus tupã!...

(GERALDO COELHO ZACARIAS)