O Canto do Poeta
Publicado em 09 de março de 2013 por marcelo moreira grilo
Uma fronha feita de algodão para descansar o pensamento.
Os olhos abrindo e fechando a todo momento.
Pelas gretas os fachos de luz invadem o quarto.
Todos os dias vêm o Sol fazer o meu parto.
O canto do poeta é feito de sons e imagens.
Posso criar minhas próprias canções e paisagens.
Pela porta nunca entra um coração.
Já me tinha dito o Alceu como é fera a solidão.
As paredes que têm ouvidos agora falam.
São conversas sem sentido de casais que se abalam.
Ouço o canto dos pássaros no alto das árvores.
Olhando para o céu minha salvação são os discos voadores.
Como se fosse um enfermo eu fico em casa lendo e escrevendo.
Pensando onde ir quando esta vida estiver me corroendo.
Pela janela tento enxergar um mundo que não existe.
Mas só consigo ver o que há de mais triste.
Minha alma não resiste.
Será a fraqueza ou a força que ainda persiste?