O Cantarilho Do Largo São Francisco
Publicado em 30 de junho de 2007 por WILLIANS RIBEIRO
Andando pelas ruas de São Paulo, sempre me deparei com situações incrivelmente inusitadas. Não somente por se tratar da maior cidade da América Latina e por esse motivo atrair tanta diversidade cultural que é característica dessa cidade, mas, principalmente, pelos artistas anônimos que tem a capital paulistana como pano de fundo para seus espetáculos.
No último dia 20, em uma tarde ensolarada, estava andando pelo Largo São Francisco, especificamente na Rua Benjamin Constant, em direção à Praça da Sé, quando me impressionei com a igreja de São Francisco.
Naquele momento em que meus olhos se direcionaram para igreja, não sabia o porquê, talvez fosse a estrutura da Catedral que estava em reformas ou, até mesmo, pelo fato de nunca ter passado naquela região do centro antes, mas, em poucos segundos, depois que meu ouvido assumiu o controle da situação, e deixei de olhar aquela paisagem para ouvir uma voz suave penetrante ecoando no meio das buzinas e cirenes.
O som que propagava no ar me intrigou e direcionei-me à frente da igreja. Chamou-me atenção aquele som puro vindo de uma música que parecia ter um tom ingênuo e apaixonante.
Ao me aproximar-me da calçada tive a certeza daquilo que minha mente já havia desenhado. Deparei com um “Cantarilho”. Sentado em um banquinho, debaixo de um guarda sol, e uma viola que parecia bem judiada pelo tempo. Um homem bem simples cantando uma música de raiz à frente de uma igreja na capital financeira do país. Um cenário ambíguo.
Eu não tive dúvida em me aproximar dele para conhecer-lo pessoalmente. Depois de alguns minutos de “prosa” – assim ele definiu nossa conversa, enxerguei um representante da cultura sertaneja na cidade do cimento e asfalto.
Seu nome é Antônio Conceição da Costa, 63 anos, destes, 17 em São Paulo. Nasceu em Marília, onde começou a tocar e cantar desde os 6 anos de idade quando descobriu a paixão pela música. Casou-se com Maria Aparecida Silva, falecida há 2 anos e com quem teve 4 filhos, todos vivos. Com ela fez parceria na música no qual gravou 2 CD’s. Mora com o filho mais velho no Bairro do Jaraguá.
Sobre os CD’s, fez questão de me mostrar. Tanto o primeiro quanto o segundo, na capa, esta ele e sua esposa. “Já cantei na câmara e no baile feito pela prefeitura. E no final de setembro sai o terceiro CD, se Deus quiser é claro”, disse Antônio com um sorriso imenso nos lábios mostrando ao mesmo tempo uma felicidade por aquilo que fazia e uma saudade da companheira de música e vida que havia lhe deixado.
Ouvindo aquele homem dizendo tudo aquilo no intervalo de suas músicas, me fez viajar por um caminho de esperança. A cada dia de rotina dessa megalópole, nos encontramos em de desespero. Parece que tudo o que construímos não tem valor ou utilidade. Pior que isso, é que dá impressão que atropelamos o passado e jogamos no lixo nossa história.
No último dia 20, em uma tarde ensolarada, estava andando pelo Largo São Francisco, especificamente na Rua Benjamin Constant, em direção à Praça da Sé, quando me impressionei com a igreja de São Francisco.
Naquele momento em que meus olhos se direcionaram para igreja, não sabia o porquê, talvez fosse a estrutura da Catedral que estava em reformas ou, até mesmo, pelo fato de nunca ter passado naquela região do centro antes, mas, em poucos segundos, depois que meu ouvido assumiu o controle da situação, e deixei de olhar aquela paisagem para ouvir uma voz suave penetrante ecoando no meio das buzinas e cirenes.
O som que propagava no ar me intrigou e direcionei-me à frente da igreja. Chamou-me atenção aquele som puro vindo de uma música que parecia ter um tom ingênuo e apaixonante.
Ao me aproximar-me da calçada tive a certeza daquilo que minha mente já havia desenhado. Deparei com um “Cantarilho”. Sentado em um banquinho, debaixo de um guarda sol, e uma viola que parecia bem judiada pelo tempo. Um homem bem simples cantando uma música de raiz à frente de uma igreja na capital financeira do país. Um cenário ambíguo.
Eu não tive dúvida em me aproximar dele para conhecer-lo pessoalmente. Depois de alguns minutos de “prosa” – assim ele definiu nossa conversa, enxerguei um representante da cultura sertaneja na cidade do cimento e asfalto.
Seu nome é Antônio Conceição da Costa, 63 anos, destes, 17 em São Paulo. Nasceu em Marília, onde começou a tocar e cantar desde os 6 anos de idade quando descobriu a paixão pela música. Casou-se com Maria Aparecida Silva, falecida há 2 anos e com quem teve 4 filhos, todos vivos. Com ela fez parceria na música no qual gravou 2 CD’s. Mora com o filho mais velho no Bairro do Jaraguá.
Sobre os CD’s, fez questão de me mostrar. Tanto o primeiro quanto o segundo, na capa, esta ele e sua esposa. “Já cantei na câmara e no baile feito pela prefeitura. E no final de setembro sai o terceiro CD, se Deus quiser é claro”, disse Antônio com um sorriso imenso nos lábios mostrando ao mesmo tempo uma felicidade por aquilo que fazia e uma saudade da companheira de música e vida que havia lhe deixado.
Ouvindo aquele homem dizendo tudo aquilo no intervalo de suas músicas, me fez viajar por um caminho de esperança. A cada dia de rotina dessa megalópole, nos encontramos em de desespero. Parece que tudo o que construímos não tem valor ou utilidade. Pior que isso, é que dá impressão que atropelamos o passado e jogamos no lixo nossa história.