O CANDIDATO E O ELEITOR

LITERATURA POPULAR

O CANDIDATO E O ELEITOR

 

Escute essa meu caro Eleitor

Aproxima uma grande Eleição/

Vai chegar a sua casa

Um Candidato charlatão/

Fazendo de tudo

P’ra atrair sua atenção.

 

Sai na rua pedindo voto

Faz-se de bom Cristão/

Como do mesmo prato

Do digno cidadão/

Ao subir no palanque

È aquela enrolação.

 

Diz ser bom homem

Fala que trabalhou na roça/

É de família humilde

Pra depois sustentar sua corsa/

Emprega primeiro os parentes

E o trabalhador engrossa.

 

Na rua toma cafezinho frio

Beija uma criança carente/

É amigo de um desconhecido

Jura que é seu parente/

Anda a pé  visitando seu bairro

Pra dizer que é boa gente.

 

Seis meses antes

Aparece como fumaça/

Anúncio na imprensa

Alegando ser boa praça/

De pois de 4 anos escondido

Para o Eleitor não tem menor graça.

 

No comício nas praças

É levado pela população/

O eleitor coloca nas costa

O candidato do coração/

Mal sabe o eleitor

Ao ganhar deixa-o na mão.

 

Dis que vem Saúde pro povo

Remédio no Posto de Atendimento/

Trabalho para o homem do campo

Moradia e até alojamento/

Segurança vira Lei

Promessa do candidato sarnento.

 

O candidato vai nos Festejos

Da Santa de sua Cidade/

Engana padres, fiéis e beata

Comunga numa felicidade/

Arremata todo o Leilão

Fazendo doação  para a comunidade/.

 

Ao avistar um desempregado

O Candidato promete um casarão/

Promete areia, cimento e telha

Tudo vira enrolação/

Vende até sua alma pro Capeta

Até ganhar a Eleição.

 

Ao ganhar a eleição

O Eleitor agora desacreditado/

Não é falta de aviso

O candidato chama-o de abestado/

O eleitor vai falar com ele

O candidato diz: Sai daqui seu otário/

 

Meu pai sempre me dizia

Filho aprenda a lição/

Ao escolher seu candidato

Faça uma boa opção/

È raro, mas encontramos

Um político cidadão/

 

Entra ano e sai ano

O País na mesma situação/

Políticos maus no Congresso

Mergulhados em Corrupção/

Quando chega ano de se eleger

Vai procurar o amigo cidadão.

 

Wilamy Carneiro é escritor, poeta, cronista, memorialista. Autor do Livro EISNTEn e Sobral - A cidade Luz, Membro da Academia de Letras do Município do Ceará (ALMECE). Patrono da Cadeira nº 97 da cidade de Forquilha.