O Caminho do Inatismo Puro.

A velha teoria do inatismo, formulada eficientemente por Locke, o homem quando nasce não tem absolutamente nada no seu cérebro, é uma taboa rasa, uma folha de papel em branco. A Consciência pode tanto ser formada como deformada.

 O homem será o que vier a ser posteriormente, o cérebro passa ser sua representação ideológica. Teoria também formulada pelo existencialismo de Sartre, o ser e o nada, o homem primeiro existe, posteriormente define seu modo de ser.

 Se homem for criado por uma cultura cristã ele imagina ser Jesus Cristo de fato Deus. Do mesmo modo um marxista acredita nas ideias de Marx ou um liberal nas teorias de mercado, da mesma forma um psicanalista freudiano.  Com efeito, o homem é a estrutura da alienação da razão. O homem é o seu cérebro como muito bem definiu o neuro cientista, Antonio Damásio.  

O ambiente e a cultura são os meios que determinam o modo do homem ser, se alguém acredita na reencarnação como verdade religiosa, pensa exatamente desse modo, porque foi educado, para pensar dessa forma e não de outra, isso significa que o cérebro é neuro cientificamente a estruturação da sua memória.  Esse modo operante corresponde o espírito de alienação das complexidades culturais.

 O individuo não tem outros referenciais de convicção para confrontar com o seu mundo particular para entender o próprio mundo. O mundo é a representação ideológica do ser, o desejo dessa representação, motivo pelo qual o mundo costuma serem as falsas acepções, os desejos desses motivos não epistemologizados, mas representados, Schopenhauer.                   

Com efeito, a verdade passa até certo ponto ser uma questão de referência, o que se realiza não apenas no mundo comum, esse princípio estende além da naturalidade, ao mundo científico a lógica do cérebro como centro, do mesmo modo, á memória do espírito da alienação.

 Não existem duas lógicas para o funcionamento do cérebro, a forma do desenvolvimento dele de um homem primitivo é igual ao de um cientista moderno, a razão expressa à estruturação desse mecanismo por meio da linguagem.

 Não tem como ser diferente, alguém que tem uma formação materialista da história sempre entenderá que a análise marxista do desenvolvimento econômico está correta, desse modo consecutivamente a outras acepções.

Da mesma maneira a epistemologia de uma ideologia liberal burguesa, acha que a economia de mercado é o caminho para o desenvolvimento da sociedade, a lógica estrutural do cérebro leva ao seguinte entendimento, a estrutura psicológica da linguagem é por natureza profundamente sem lógica, com a mesma substância forma o fundamento do caráter, dificilmente o homem muda.  

A grande questão é que a estrutura do cérebro não consegue libertar de si mesma, uma vez estruturado a razão, a pessoa sempre imagina que as referências diferentes são equívocas.

 Então  como saber o que é a verdade, se a referida depende em última instância de uma sistêmica interna estruturada de forma equivocadamente, porque projeta aspectos particulares como se fossem verdades universais.

Bachelard filósofo e físico desenvolve uma teoria, concluindo que a verdade é sempre aproximada,   de difícil entendimento,  porque significa que uma determinada lógica estrutural da linguagem estaria certa ao desenvolver sua compreensão referencial do mundo.

O mundo é de certa forma o cérebro, do mesmo modo o homem em cada tempo, muda se o tempo histórico, mas não muda a lógica da razão que é, aliás, um empecilho ao ensino aprendizagem.  

Nietzsche desenvolve outra teoria, a respeito da estrutura do funcionamento do mesmo, a respeito da verdade, o entendimento em relação um determinado fato em análise, certo objeto fenomenal, as verdades ou as mentiras funcionam por níveis de proporcionalidades.

As lógicas são aplicativas a esses fundamentos, ou existe Deus, ou não existe, nessa proposição não é possível às razões multirreferencias, nenhuma das lógicas sustenta-se as diferenças, não se  usa o critério da aproximação, muito menos das proporcionalidades, então como saber se uma proposição  é verdadeira ou mentirosa. Termina por fim o critério da lógica, sobretudo, a hipotética dedutiva.

  É difícil qualquer forma de resposta, isso porque o cérebro tem a seguinte forma comparativa, primeiro metaforicamente, um exemplo básico necessário que vou exemplificar alguém toma um pedaço de cera proporcional a certa quantificação de peso, procura dar formato aquela cera a uma roda de carro, ou a um boneco, até mesmo uma casa.

A grande pergunta essa três realidades materiais existem? A resposta fundamental, a priori não tem existências,  porque os objetos são representações, isso de uma substância comum, o que significa que as três coisas são as mesmas coisas, a realidade desses objetos são ficções.

O princípio da substância. Com efeito, nessa proporcionalidade existe tão somente uma só substancia tudo advém dela por variáveis de evolução, a questão da substância e forma em Aristóteles.  A tese que Edjar defende tudo vem de um ato mater, que teve origem pelo princípio da incausabilidade, o fundamento da formação dos universos contínuos.

 Desse modo o exemplo representa o mundo real das produções, um carro ou uma casa, podemos apenas ter as representações da verdadeira realidade, a  substância que possibilitou a criação de todos os objetos, o que significa que a única verdade é substancial como fundamento da natureza.

Então de certo modo o mundo não existe o que é muito natural essa proposição, o que existe é a grande substância que corresponde à natureza no seu aspecto geral a cada objeto em particular, mas a natureza de cada objeto é a mesma, o que se aliena a estrutura projetiva da razão possivelmente ilógica do cérebro.

Isso significa que a verdade é apenas uma projeção da imaginação, não tem como saber se uma determinada coisa é exatamente a coisa pensada, Dilthey um grande filósofo procurou a organizar a lógica desses princípios os quais nada a priori poderia ter alguma razão de ser do ponto vista epistemológico.

Ele desenvolveu a seguinte proposição, existem dois tipos de Ciências, uma Ciência da compreensão, que refere ao mundo  empírico  em que a objetividade do objeto está no próprio objeto, o sujeito tem que compreender, sem interpretar, porque não existe relação cultural entre o sujeito e o objeto, a natureza da coisa é compreendida em si mesma, refere-se às Ciências da natureza. Uma teoria até certo ponto interessante.

A segunda proposição, quando o objeto e o sujeito são produtos da mesma realidade cultural, a revolução francesa é produto cultural, a análise do entendimento da revolução pelo sujeito, vem da mesma produção cultural que produziu a revolução, mesmo que seja em tempo histórico diferente.

 O que significa que o entendimento não é objetivo, mas interpretativo, consecutivamente de tal modo são as análises, quanto os sujeitos em evidências são subjetivações ideológicas. Representações interpretativas.   

Naturalmente em todos os modos dos entendimentos, quando se referir a lógica do espírito, dado a identidade entre o sujeito e o objeto, o conhecimento está sempre à disposição das realidades diversas das interpretações.

 Isso acontece porque na lógica inicial, o cérebro nasceu como uma tábua rasa, não teve a priori nenhuma formatação.  O cérebro do homem, será o que for imposto nele mesmo, somos produtos das imposições, com quase nenhuma capacidade de reação crítica, as discussões são exatamente banais.   Edjar Vasconcelos.

Na verdade poucos conseguem libertar-se das ideologias cerebrais, isso não apenas para entender as análises fenomenológicas como os diversos modelos de comportamentos.

  Quem comporta como um bandido institucional, que pratica corrupção tendo o Estado como cúmplice, à lógica da moral é a mesma, ou a ética do bom comportamento, o que significa que não existe mocinho nessa história, do ponto de vista da estrutura cerebral, a memória determina todas as formas de comportamentos.  

 Os supostamente bom têm também evidentemente uma estrutura má,  disciplinada pela instituição como boa, devido à relação sistêmica do cérebro  com o mundo institucional, tudo é cultural até mesmo  o modo  institucional. Com efeito, o Estado é uma ideologia. Edjar, não apenas uma instituição política.

 O grande problema do homem é a cabeça dele, por ele ser tão somente o cérebro, por exemplo, uma estrutura depressiva depende logicamente da mecanicidade da memória daquele cérebro. 

 É fundamental conhecer o mecanismo de funcionamento de cada cérebro para saber administrar os conflitos, uma vez que eles são naturais a próprias existências institucionalizadas das relações humanas e suas ideologias, o cérebro pira quando acontecem diversas sobreposições de ideologias e a memória não tem discernimento do mecanismo da relatividade  das verdades ou mentiras.  

 O exemplo que tipifico como a hierarquia da inferioridade que vai da pessoa mais simples na relação do poder ao mais alto escalão de uma instituição, substituída uma delas, a outra costuma ter a mesma mecanicidade.

Então a minha tese é que homem é um animal pervertido sem solução, como é qualquer animal, o objeto do homem em relação ao outro é o domínio e fundamenta se no instinto, a sua dissimulação cerebral nas proposições da memória em defesa de privilégios organizados politicamente.

 Do mesmo modo qualquer animal em relação ao outro quando um tem que caçar e comer seu adversário para poder sobreviver.

A diferença é que o homem tem como adversário ele mesmo, portanto, todos são lobos, mas vencem os lobos organizados em matilhas, que é a constituição do Estado Político moderno. O instinto principal do homem moderno é o prazer, hoje instrumentalizado pelo ter.

 O domínio do homem pelo homem que se realiza por meio da institucionalização política da espécie, contrariamente, seria uma guerra de lobos contra os lobos, o que não acontece naturalmente no mundo dos bichos, tão somente dos homens.

O homem tem necessidade de ser civilizado, para tal precisa inventar ideologias e justificar as mesmas por meio da instituição, matar o outro com a ideologia do humanismo, realizam-se tal prática por meio da política, todos que aproximam do Estado tem o desejo do domínio.

Em razão de o mundo ser exatamente desse modo, estou criando a segunda razão, uma razão neutra que não se deixa contaminar pela lógica da tabua rasa, a razão proposta por mim, entende-se que as análises ou as epistemologias do mundo, contêm aspectos da verdade, e que esses aspectos precisam ser entendidos de forma interdisciplinar.

 Os aspectos não ideológicos, para que isso possa acontecer, é necessário que o intelecto do homem constituído da segunda razão, tenha dentro do cérebro uma lógica alternativa.

Uma taboa rasa ao inverso a primeira constituição do conceito, ou seja, uma mente não contaminada pelas diversidades das ideologias, que entenda de forma sistematicamente as verdades parciais.

 Aproveitem os aspectos particulares numa análise das proporcionalidades de Nietzsche ou da aproximação de Bachelard.

Apenas uma razão neutra, que a princípio não seria nada, com grande domínio cultural, que não aceita como verdade nenhum paradigma isolado, entende os fundamentos das diversas análises, desse  modo  efetiva-se a segunda razão, com as proposições razoavelmente boas.

Edjar Dias de Vasconcelos.