O CAFEEIRO

O cafeeiro é uma planta cultivada originalmente pelos árabes que foi inicialmente chamada de coffea arabica, os primeiros relatos de cultivos desta planta vem do sudeste da Etiópia para ser mais preciso da região de Kaffa.

Não se sabe quando ao certo os homens descobriram os efeitos da cafeína, mesmo que fosse ingerindo os grãos crus. Durante os séculos VIII e IV foi propagada uma lenda que conta a história do pastor etíope chamado Kaldi que notou que suas cabras ficavam mais agitadas quando consumiam os grãos de um certo arbusto. Assim por uma simples curiosidade o pastor decide ingerir alguns destes grãos. Assim os efeitos energéticos desta fruta foi descoberto pela humanidade.

A coffea arabica hoje é a espécie de café mais cultivada no mundo, embora existam outras  como a coffea canephora (ou coffea robusta) e a coffea liberica. A c. arabica é uma planta de folhas bem verdes, crescendo a uma altura de 1 a 1,5 metro. Algumas variações chegam a ser mais altas. Quando madura ela dá várias flores brancas, que exalam uma boa fragrância. Suas frutas quando ainda estão em amadurecimento passam pelas cores verde ou amarelo, até ficarem vermelhos.

A c. Arabica é uma planta de clima quente mas que consegue adaptar-se muito bem aos climas mais frios. Pois originalmente ela cresceu em montanhas etiopês. Assim o clima mais frio de São Paulo, não foi um empecilho para o cultivo dessa planta, pois até então a maioria dos cafeeiros eram cultivados em climas quentes. São Paulo tornou-se e ainda é o principal produtor de café no Brasil. 

Sendo uma planta nativa da Etiópia seu cultivo se desenvolveu de forma sistemática inicialmente com os árabes, que com interesse neta nova bebida levaram mudas para a península arabica, mais especificamente para o norte do Iêmen. Este processo além de levar o café para Arábia trouxe o islã para a Etiópia, que antes tinha como religião dominante o cristianismo.

Há uma lenda árabe que trata desta expansão do café. Segundo ela o mestre sufista Abul Hasan ash-Shadhili (1196-1258), conhecido por suas longas viagens para difundir os ensinamentos sufistas, teria sido o responsável por levar o café ao Iêmen, após se interessar por aquela planta que concedia energia e supostas virtudes.

Não se sabe ao certo se Abul Hasan realmente levou algumas mudas de café, mas registros históricos apontam que por essa época, já havia cafezais no Iêmen. E foram com os árabes que o seu cultivo foi melhor trabalhado e desenvolvido, pois na Etiópia a população inicialmente colhia o café ainda em seu estado selvagem, apenas depois que os etíopes passaram a domesticar aquela planta.

A popularidade desta nova bebida entre os praticantes do islamismo deve-se a proibição do profeta Mohâmede ao consumo de qualquer bebida alcoólica. Até os dias atuais o consumo de bebidas alcoólicas em países muçulmanos é liberado apenas para estrangeiros. Antes da descoberta do café os árabes tinham como bebida favorita o chá, mas logo que foi introduzido o café este chegou a ser tão importante quanto o chá.

A palavra café é de origem árabe. Embora a coffea arabica seja originária da região de Kaffa, a palavra café vem de qah’'wa, antiga palavra árabe usada como sinônimo de vinho. Logo, o qah’'wa era o “vinho dos muçulmanos”.

No século XVII, os holandeses tornaram-se os principais cultivadores de café, tendo plantado latifúndios escravocratas na Indonésia, a partir da língua holandesa passou-se a se chamar coffie, que virou coffee em inglês, até virar café em português.