PORQUÊ BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL?

       A creche de educação infantil já foi considerada durante muito tempo um local onde os pais “depositavam” as crianças para irem trabalhar, tendo então a função apenas do cuidar. Depois dos avanços da sociedade e de muitos estudos, foi possível compreender a importância da educação infantil nessa fase da vida para o desenvolvimento integral das crianças, não eliminando o cuidar, mas havendo uma junção do cuidar com a aprendizagem, nesse momento daremos ênfase ao brincar das crianças.

       Partindo desse princípio compreendemos que as crianças não aprendem sozinhas, elas não são uma tabula rasa como se acreditou um dia. Muito pelo contrário, são seres sociáveis que aprendem no brincar, na interação com seus pares, manipulando objetos, com o próprio corpo, ouvindo e sendo ouvida, na contação de histórias por meio de suas experiências com o meio, elas ensinam e aprendem simultaneamente.

       Dessa forma, a Educação infantil passa a ter um papel fundamental na educação das crianças, oportunizando-as viverem experiências que possivelmente não seria possível em casa, e convivendo diariamente com seus pares e as diferenças existentes entre elas, além disso ela pode ser considerada uma das bases para as fases que virão posteriormente. Há uma frase que diz frase que diz “crianças aprendem brincando” é a mais pura realidade, embora alguns pais não compreendam a importância da educação infantil entendendo-a como “deposito” de crianças ou um local em que as crianças vão apenas para brincar.

       Segundo o RCNEI – Referencial Curricular Nacional para e Educação Infantil, que é um dos documentos que norteiam a educação infantil, Brasil, (1998), brincar é umas das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. É por meio das interações e brincadeiras que a criança aprende, ela imita sua própria vida, expõe seus sentimentos, angústias, utilizam a imaginação e superam medos.

       Sendo assim o brincar é uma condição natural das crianças, em que eles escolhem a brincadeira, os personagens e vão no decorrer do processo inserindo elementos que geralmente fazem parte da sua rotina. Cabe ao educador oferecer condições favoráveis para que o brincar aconteça, lembrando que esse é um direito da criança. Seguindo essa premissa, o educador pode estruturar um espaço, conduzir as brincadeiras, e não necessariamente é preciso de brinquedos para que o brincar aconteça, as crianças podem explorar objetos contidos na sala, brincar com materiais não estruturados como: caixas de papelão, pedaços de madeira, cadeiras, entre outros. O educador serve para mediar essas relações da criança com seus pares, o meio e o brincar. Além disso, quando ele se dispôs a observar o brincar da criança podemos compreender ela é fora da escola, pois no brincar ela pode muitas vezes repetir comportamento da sua família por exemplo. Além de contribuir para o desenvolvimento das crianças, o brincar, os jogos quando utilizados no ensino aprendizagem, são aliados que contribuem de forma significativa nas outras fases escolares das crianças, pois como já dissemos as crianças aprendem brincando. Quando o educador se propõe a ensinar dessa forma, faz com que as crianças tenham experiências ricas quanto ao que está sendo ensinado, como possibilita que elas criem um prazer ao aprender, e possivelmente não achem que a escola é ruim, muito pelo contrário.

       Portanto, é por meio do brincar que as crianças aprendem a interagir com o mundo e com ela mesma, permite também que ela analise a sociedade e interprete de diversas maneiras. Nesse sentido, cabe ao educador essa função social de defesa ao brincar, uma vez que essa condição tão natural das crianças vem perdendo força devido a era tecnológica, e o uso de telas vem “roubando” cada vez mais espaço e tempo na vida das crianças.

*Andréia Paula de Oliveira, Arlete Moreira, Daiane Cristina da Silva, Fabiani Dias dos Santos, Lucicleide Maria, Vânia Souza e Maria Edleuza da Silva Almeida, docentes  da rede municipal de ensino de Rondonópolis.