O Boto Cinzento De Paquetá
Publicado em 14 de abril de 2008 por Marcelo Cardoso
Êle era um jovem índio tamoio, na flor dos seus 19 ou 20 anos, talvez... Era filho do cacique da aldeia da Eliziária... Alto, de tez bronzeada e de porte atlético, era um belo exemplar da raça Tupi... Era um exímio pescador e ótimo nadador também... Todas as tardes ele era visto nadando ao redor de Paquetá e ninguém sabe por que razão, e nem como, numa dessas voltas, subitamente ele desapareceu...
Das razões verdadeiras faz-se apenas conjecturas: dizem alguns que foi cãibra... e outros, indigestão... pois ele teria comido antes de se lançar ao mar...
Mas para os outros índios o que aconteceu mesmo é que ele foi levado pela Iara - a Rainha do Mar - que o transformou depois no boto cinzento de Paquetá...
E dizem que agora, nas noites de lua cheia, ele vem para bem perto das nossas praias, numa formação em círculos que faz com os outros botos, e sopra e assobia, encantando as moças bonitas e levando-as com ele para o fundo, de onde muitas delas nunca mais voltam para contar, e outras só contam quando não podem mais ocultar a barriga, que esconde nelas esse segredo do mar...