Ao se falar em educação sempre surgem várias questões referentes ao modelo de profissional que se deve seguir. Para alguns depende maciçamente do quanto recebem para ensinar. Nesse sentido Shinyashiki (2007), descreve o professor desse modo:

"É verdade que é ridículo o salário de um médico do hospital público. Como também é ridículo o que a maioria dos professores ganha nas escolas públicas. O bom professor dá uma boa aula não porque vai ganhar bem, mas porque tem consciência de sua importância na formação do aluno que está cruzando seu caminho. A motivação do bom profissional vem da consciência de sua importância na vida das pessoas."

(Shinyashiki, 2007, p.136)

A prática do bom professor segundo Shinyashiki, se difere do quanto ele recebe ao final exaustivo de um mês de trabalho. Na verdade um bom profissional de qualquer âmbito social deve ter autonomia não somente em seus atos e opiniões, mais principalmente em seus sentimentos. Desse modo defino a palavra chave para ação do bom profissional de educação por AFETIVIDADE. Palavra que agrega infinita qualidade a qualquer profissional. O professor deve possuir tal habilidade já que lida com "pessoinhas" todos os dias, que merecem muito mais que nossa atenção mais o afeto que o professor deve ter com seus alunos.

Quando falo em afeto, que fique claro que não peço aos professores que se tornem íntimos da criança e sua família, ou que carregue a criança no colo dando-lhe carinho, proteção e compaixão. De certo modo se torna difícil, que após anos de carreira, ainda haja entusiasmo por parte do educador, é claro salvo aqueles que fazem da sua profissão uma verdadeira dádiva e sabem o significado do educar e aprender. Pois ensinar não se trata apenas de repassar um conhecimento pronto e acabado, ou para aqueles que se dizem "construtivistas" deixar que a criança se expresse, sem nenhum instrumento ou estimulo para seu expressar.

Mas de fato ensinar e algo além do que nós professores podemos sentir ou imaginar e algo indescritível. É saber que muito se espera de nós, e tão em pouco podemos errar. E saber que cada olhar, cada sorriso, cada carinho, trás para o aluno a certeza e segurança de que pode confiar no seu professor, que além de professor é também um amigo parceiro para um novo mundo das descobertas.

Na perspectiva de ser um bom profissional, várias dúvidas vão surgindo, a principal se insere na tentativa de ser visto com bons olhos pela criança e saber se ela lhe toma, por exemplo, e se sua prática necessita de mudança, bem como suas atitudes, para que possa se tornar um bom profissional, um educador de verdade. Logo, tais receitas nunca estão prontas em um livro ou se aprende numa classe da faculdade, somente na prática da sala de aula saberemos de fato o que é ser um educador.

Ensinar e saber que seu aluno depende não apenas de seus conhecimentos, para aprender, mais de sua tolerância, carinho, atenção, paciência e principalmente a AFETIVIDADE, que deve ser demonstrada todos os dias no decorrer das aulas. E saber que você e a ponte para que este consiga trilhar o caminho do saber de fato sistematizado e significativo. E se você for um bom professor logo as próprias crianças irão reconhecer numa simples brincadeira em forma de pergunta, como: o que você quer ser quando crescer? A resposta e fácil e rápida – eu quero ser um professor!

Não há reconhecimento melhor do que seus alunos se espelharem em você professor. Enchendo-lhe de beijos e abraços, e sentindo sua falta quando se afasta por um dia. Que para eles é uma eternidade. Ser um bom professor e olhar para seu aluno não com um olhar crítico procurando nele qualquer defeito, ou os classificando por suas habilidades e competências, dando atenção somente aos primeiros da lista, ignorando os demais, os taxando de burros e ignorantes, os impedindo de aprender de forma facilitada, diferenciada dos demais alunos "inteligentes". Mais olhá-los de maneira uniforme sem predileções, respeitando o limite e esforço físico e mental de cada um.

Desse modo defino que para ser um bom professor primeiramente você deve amar seus alunos, a cima dos méritos de sua profissão. Não seja aquele professor firmado no cargo, autoritário que para ser respeitado se opõem as críticas e dúvidas do aluno. Seja humilde, aprenda a aprender, afinal não somos os detentores do saber apenas conduzimos o aluno de maneira mais rápida a ele. Que esta singela reflexão, contribua para seu repensar em sua prática pedagógica, e que você se torne o melhor profissional que exista no seu universo escolar.