O belo e o sublime em Immanuel Kant
Publicado em 16 de dezembro de 2015 por Anderson Antônio Jeronymo
O Belo e o Sublime em Immanuel Kant.
Ao adentrarmos na filosofia moderna, o itinerário a percorrer essencialmente por vias filosóficas, é deparamos com esse gigante filósofo alemão, Immanuel Kant, que viveu na cidade de Konisberg hoje kalimingrad na Alemanha final do século XVII. Toda a problematização e conceitualidade tratadas por Kant dão todo o alicerce para a fundamentação da construção do conhecimento filosófico e humano com suas obras de punho extremamente criteriosa.
O sistema kantiano abordará um princípio a priori, isto é, evidente por si mesma, nascido de uma intuição transcendental, na qual Kant proporá produzir um fim. Ao estabelecer o itinerário de seu criticismo sua finalidade se passará pela estética em sua obra crítica do juízo estético, na qual Kant tratará dos conceitos entre o belo e sublime, que na sua visão idealista transcende toda intuição racional.
Por via didáticas, em um primeiro momento, para entendermos a proposta Kantiana, seria de suma importância, conceituarmos o termo belo. Segundo Abbagnano, o termo belo em grego entende-se por xò kocá,óv do latim Pulchrum. O conceito do belo é tratado desde os primórdios da filosofia. Na teoria platônica o belo encontra-se nas substancias perfeita. "Coube o privilégio de ser a mais evidente e a mais amável. Por isso, na beleza e no amor que ela suscita, o homem encontra o ponto de partida para a recordação ou a contemplação das substâncias ideais”. Logo, é preciso termos em mente o que Platão conceitua a respeito do Belo com o Bem, do modo com o qual, o Bem se manifesta. “E agora o poder do Bem nos fugiu a natureza do Belo: com efeito, a medida e a proporção resultam ser, em tudo beleza e virtude”.
Em Aristóteles o conceito de belo, refere-se a beleza da alma, na qual, o filósofo macedônico entenderá como virtude que contém a própria virtude, isto é, a beleza. Já para o filósofo Hegel o conceito de Belo, “define-se como a aparição sensível da Ideia." Isso significa que beleza e verdade são a mesma coisa e que se distinguem só porque, enquanto na verdade a ideia tem manifestação objetiva e universal, no Belo”.
A proposta de Kant será justamente a superação da dualidade no que se diz respeito a objetividade e a subjetividade referente ao belo. No entanto, as vias itinerárias do criticismo kantiano chega a elaboração de sua obra prima, a crítica do juízo estético. A grosso modo, para entendermos a proposta e problemática de Kant, temos que em um primeiro momento saber com quem Kant fala, a quem dirige sua crítica. O ponto de partida do criticismo kantiano, será a superação dualógica de Platão, Aristóteles e Hegel.
Segundo Reale, para Kant o belo é o que se expressa no juízo estético, na qual, não é uma propriedade objetiva das coisas, de modo que nasça de uma relação entre um objeto e um sujeito a partir da relação de sentimento de prazer que podemos atribuir a um determinado objeto. Kant dividirá o que ele entenderá sobre o juízo do gosto em quatro categorias conforme sua atribuição.
- O belo como objeto de prazer sem interesses. Kant não liga aos prazeres dos sentidos e nem ao bem moral.
- O belo é o que agrada universalmente sem conceito. A premissa kantiana parte do princípio do belo como universal, ou seja, vale para todos os homens, valendo como caráter subjetivo, no sentido de que vale para cada individuo um sentimento.
- A beleza é uma forma de finalidade. A ideia de finalidade é entendida como um objeto é percebido sem uma representação de outro objeto.
- O belo é aquilo que é reconhecido, sem conceito, sem objeto de prazer necessário. O princípio é universal também de caráter subjetivo, no sentido que se impõe aos outros homens.
O fundamento segundo a proposta de Kant, será o livre jogo que o objeto produz, isto é, a harmonia produzida pelo objeto, entre fantasia e intelecto. Essa metodologia empregada por Kant, é a grosso modo, partir do princípio de uma representatividade e comunicabilidade seu objeto tendo em vista o fundamento do juízo do gosto. Mais, se partíssemos essa problemática da seguinte maneira: o que pode ser comunicado segundo Kant? As vias propostas Kant, a comunicabilidade do belo no sentido universal válidos para todos os homens, de caráter subjetivo do próprio juízo do gosto.
Uma segunda abordagem do filosofo Konisbergiano é referente a conceitualidade do sublime. Para Kant a definição do sublime está intrinsicamente ligado ao conceito de belo, pois o sublime é o afim do belo, afirmará Reale. Ora, a problemática kantiana no que se refere a sua fundamentação, o conceito de belo ele está ligado ao que Kant entende por objeto, enquanto, o sublime ao modo de ver de Kant implica ao que é informe enquanto tal. O sublime só será sublime se for atraído por pelo objeto. Kant definirá sua proposta e reflexão do belo, em que o belo produz um prazer positivo, e que versa sobre a forma, enquanto o prazer negativo, versará do informe e ilimitado. Para o filosofo alemão, o sublime não está nas coisas, e sim no homem. Se o sublime encontra-se no homem, o sublime será dividido na proposta de Kant em dois aspectos: o primeiro como sublime dinâmico, ao passo de que é infinitamente grande, por exemplo, um oceano, um céu. Já o segundo aspecto é entendido como sublime dinâmico, ao passo que é infinitamente poderoso, por exemplo, um terremoto, vulcões. Seguindo tal proposta Reale definirá o sublime como: “Sublime é aquilo que, a pelo fato mesmo de poder só pensá-lo, atesta uma faculdade de espírito superior a toda medida dos sentidos”.
No entanto, as diferenças entre o belo e o sublime, está no fato que o belo é a forma da finalidade. O belo é entendido como harmonioso que julgamos algum conhecimento de forma subjetiva e universal. O belo implica um sentimento e uma intensificação pela vida. O sublime é o sentimento do destino do homem, já que a destinação não está contida nas coisas sensíveis, mas apenas nas ideias da razão.
Em suma, a finalidade da problemática Kantiana na crítica do juízo estético, há a o proposito da reflexão em um sujeito, o homem. No que se refere-se ao que seja belo e o seu objeto o modo de ver de Kant não encontra-se nas coisas, mais sim no homem, isto é, nas ideias da razão do homem.
JERONYMO, A. A.
Graduando-se em filosofia.