O Belo e o Sublime em Immanuel Kant.

Ao adentrarmos na filosofia moderna, o itinerário a percorrer essencialmente por vias filosóficas, é deparamos com esse gigante filósofo alemão, Immanuel Kant, que viveu na cidade de Konisberg hoje kalimingrad na Alemanha final do século XVII. Toda a problematização e conceitualidade tratadas por Kant dão todo o alicerce para a fundamentação da construção do conhecimento filosófico e humano com suas obras de punho extremamente criteriosa.

O sistema kantiano abordará um princípio a priori, isto é, evidente por si mesma, nascido de uma intuição transcendental, na qual Kant proporá produzir um fim. Ao estabelecer o itinerário de seu criticismo sua finalidade se passará pela estética em sua obra crítica do juízo estético, na qual Kant tratará dos conceitos entre o belo e sublime, que na sua visão idealista transcende toda intuição racional.

Por via didáticas, em um primeiro momento, para entendermos a proposta Kantiana, seria de suma importância, conceituarmos o termo belo. Segundo Abbagnano, o termo belo em grego entende-se por xò kocá,óv do latim Pulchrum. O conceito do belo é tratado desde os primórdios da filosofia. Na teoria platônica o belo encontra-se nas substancias perfeita. "Coube o privilégio de ser a mais evidente e a mais amável. Por isso, na beleza e no amor que ela suscita, o homem encontra o ponto de partida para a recordação ou a contemplação das substâncias ideais”.  Logo, é preciso termos em mente o que Platão conceitua a respeito do Belo com o Bem, do modo com o qual, o Bem se manifesta. “E agora o poder do Bem nos fugiu a natureza do Belo: com efeito, a medida e a proporção resultam ser, em tudo beleza e virtude”.

Em Aristóteles o conceito de belo, refere-se a beleza da alma, na qual, o filósofo macedônico entenderá como virtude que contém a própria virtude, isto é, a beleza. Já para o filósofo Hegel o conceito de Belo, “define-se como a aparição sensível da Ideia." Isso significa que beleza e verdade são a mesma coisa e que se distinguem só porque, enquanto na verdade a ideia tem manifestação objetiva e universal, no Belo”.

A proposta de Kant será justamente a superação da dualidade no que se diz respeito a objetividade e a subjetividade referente ao belo. No entanto, as vias itinerárias do criticismo kantiano chega a elaboração de sua obra prima, a crítica do juízo estético. A grosso modo, para entendermos a proposta e problemática de Kant, temos que em um primeiro momento saber com quem Kant fala, a quem dirige sua crítica. O ponto de partida do criticismo kantiano, será a superação dualógica de Platão, Aristóteles e Hegel.

Segundo Reale, para Kant o belo é o que se expressa no juízo estético, na qual, não é uma propriedade objetiva das coisas, de modo que nasça de uma relação entre um objeto e um sujeito a partir da relação de sentimento de prazer que podemos atribuir a um determinado objeto. Kant dividirá o que ele entenderá sobre o juízo do gosto em quatro categorias conforme sua atribuição.

  1.   O belo como objeto de prazer sem interesses. Kant não liga aos prazeres dos sentidos e nem ao bem moral.
  2.   O belo é o que agrada universalmente sem conceito. A premissa kantiana parte do princípio do belo como universal, ou seja, vale para todos os homens, valendo como caráter subjetivo, no sentido de que vale para cada individuo um sentimento.
  3.   A beleza é uma forma de finalidade. A ideia de finalidade é entendida como um objeto é percebido sem uma representação de outro objeto.
  4.   O belo é aquilo que é reconhecido, sem conceito, sem objeto de prazer necessário. O princípio é universal também de caráter subjetivo, no sentido que se impõe aos outros homens.

O fundamento segundo a proposta de Kant, será o livre jogo que o objeto produz, isto é, a harmonia produzida pelo objeto, entre fantasia e intelecto. Essa metodologia empregada por Kant, é a grosso modo, partir do princípio de uma representatividade e comunicabilidade seu objeto tendo em vista o fundamento do juízo do gosto. Mais, se partíssemos essa problemática da seguinte maneira: o que pode ser comunicado segundo Kant? As vias propostas Kant, a comunicabilidade do belo no sentido universal válidos para todos os homens, de caráter subjetivo do próprio juízo do gosto.

Uma segunda abordagem do filosofo Konisbergiano é referente a conceitualidade do sublime. Para Kant a definição do sublime está intrinsicamente ligado ao conceito de belo, pois o sublime é o afim do belo, afirmará Reale. Ora, a problemática kantiana no que se refere a sua fundamentação, o conceito de belo ele está ligado ao que Kant entende por objeto, enquanto, o sublime ao modo de ver de Kant implica ao que é informe enquanto tal. O sublime só será sublime se for atraído por pelo objeto. Kant definirá sua proposta e reflexão do belo, em que o belo produz um prazer positivo, e que versa sobre a forma, enquanto o prazer negativo, versará do informe e ilimitado. Para o filosofo alemão, o sublime não está nas coisas, e sim no homem. Se o sublime encontra-se no homem, o sublime será dividido na proposta de Kant em dois aspectos: o primeiro como sublime dinâmico, ao passo de que é infinitamente grande, por exemplo, um oceano, um céu. Já o segundo aspecto é entendido como sublime dinâmico, ao passo que é infinitamente poderoso, por exemplo, um terremoto, vulcões. Seguindo tal proposta Reale definirá o sublime como: “Sublime é aquilo que, a pelo fato mesmo de poder só pensá-lo, atesta uma faculdade de espírito superior a toda medida dos sentidos”.

No entanto, as diferenças entre o belo e o sublime, está no fato que o belo é a forma da finalidade. O belo é entendido como harmonioso que julgamos algum conhecimento de forma subjetiva e universal. O belo implica um sentimento e uma intensificação pela vida. O sublime é o sentimento do destino do homem, já que a destinação não está contida nas coisas sensíveis, mas apenas nas ideias da razão.

 Em suma, a finalidade da problemática Kantiana na crítica do juízo estético, há a o proposito da reflexão em um sujeito, o homem. No que se refere-se ao que seja belo e o seu objeto o modo de ver de Kant não encontra-se nas coisas, mais sim no homem, isto é, nas ideias da razão do homem.

JERONYMO, A. A.

Graduando-se em filosofia.