O BECCO DO COTOVELO

¹ José Wilamy Carneiro Vasconcelos

Ah! Quem me dera sonhar

Na aurora desnuda de minha eterna insônia

Vagar pela vereda sofrida

Desfrutando o coração de uma pequena virgem

Sua curvatura,

A Pele,

Os aromas de jasmim,

O BECCO E SUAS HISTÓRIAS!

Das idas e vindas dos escravos

Na labuta do seu dia-a-dia,

Os terços a desbulhar das beatas,

Nos domingos de missa matinal

As anedotas nos bancos compridos em pleno meio dia

Dos sons das tesouras na poltrona do SALÃO!

A alegria de um apostador,

No acerto da LOTERIA.

Na latinha vazia do mendigo,

Com a esperança da AÇÃO de um bom samaritano!

Do aroma atraído pelo cafezinho das QUINZE HORAS,

O sabor de “UMA GELADA” para uma pausa na correria,

O BECCO E SUAS HISTÓRIAS!

A espera do vendedor ambulante pelo seu primeiro cliente,

Dos pombos interagindo com transeuntes pelas migalhas conquistadas,

BECCO DA MAGIA. BECCO DO COTOVELO.

 

 J. Wilamy Carneiro

19.12.2017

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¹ José Wilamy Carneiro Vasconcelos é professor, cronista, pesquisador,  memorialista poeta e cordelista.