O senso comum trata o advento do poder nobre medieval adstrito à terra. Ledo engano!

Após a cessação e queda do império; no século V; coube as Igrejas a incumbência suplementaria da administração romana após a suplantação de seus limes (limites romanos).

  Todavia, o que teria em comum esta informação a ascensão da nobreza medieval?

  Os padres tornaram-se alcaides, logo, cartorários de uma representatividade estilística romana, tão almejada pelos povos germânicos (ou seriam bárbaros?), responsáveis pela queda do secular império. Então, a defesa dos ritos e existência cristã deixou de pertencer ao imperador Flavio Rômulo Augusto e extrapassou ao vilão. A plebe de cada aldeia que se destacou em campo de batalha contra os invasores bárbaros foi agraciada com terras e honrada com títulos. Floresceram nos campos de batalha cada nobre e rei da futura aristocracia europeia que iriam intender e ampliar os domínios cristãos e tutelar a vida e o cotidiano social europeu pelos dez séculos seguintes.

  É visível que, ao invés de provir poder, as terras foram os frutos do poder!

  Nunca sequer foram o fundamento da autoridade medieval. O Feudalismo manteve-se mais pela espada que pelo arado. A tríade que conduzia a existência de cada nobre era a ratificação clerical e cultural (salvador e protetor), pagamentos de tributos pela proteção e obediência á espada e o extorque financeiro do qual eram subjugados burgos e banqueiros em tempos próximos de bancarrota ou já em corrente guerra.

  Por mais de um milênio, os nobres foram uma casta apartada às outras, nem dedicada á inteligência; coisa de padres; nunca dedicada ao plantio e cultivo; sempre exercida por servos e arrendatário; tão pouco aos negócios; tal responsabilidade pertencia á comerciantes e judeus.

  O advento do Estado nacional (século XIV) e a designação da Monarquia Absoluta pelo Franco Rei Luís XIV, tal qual promulgado “L'état, c'est moi” (O estado sou eu) foi o cume e início do declínio da nobreza medieval, pois o poder já não era provido pela legitimação eclesiástica, mas sim pelo próprio DEUS, ocorrendo a subalternação do clero como intermediário, não mais representante DELE. Todavia; como também membro da aristocracia; o reinante foi impelido pelas circunstâncias á buscar apoio do terceiro estado (plebe) contra a nobreza e o clero para legitimar sua posição e acovardar seus adversários políticos. Mais tarde veremos um terceiro estado agigantado ruir as estruturas aristocráticas da Europa Iluminista e moderna com revoluções que usaram como força motriz o conteúdo venoso dos três estados.

  A vigência da monarquia absolutista não perdura mais que três séculos.

  Durante um milênio, a espada simbolizou a vontade de DEUS, logo, o escudo foi SUA razão.

  Mas o arado, ah sim! O arado além da maior vítima, nunca momoriosa, do feudalismo; também foi designado como culpado atemporal por tal sistema.