O AMOR PLATÔNICO DA DONZELA RITINHA COM O APRESENTADOR DO JORNAL NACIONAL 1
Por Jose Wilamy Carneiro Vasconcelos | 11/09/2018 | Literatura
O AMOR PLATÔNICO DA DONZELA RITINHA COM O APRESENTADOR DO JORNAL NACIONAL
Um causo aqui vou lhe apresentar
Que aconteceu na minha região
Do meu Ceará querido a contar
E alimentou a população
Do amor de uma donzela
Com um apresentador de televisão.
Ele: Jornalista elegante
Sempre de paletó na apresentação
Um bom partido; endinheirado
Apresentador de televisão
Porém muito apresentado
Bate Recorde com a população.
É um homem vaidoso
Sempre de cabelo penteado
Com uma mecha branca no cabelo
E boa prosa e fraseado
Tem um bom enredo
E não sabemos seu passado
Ela: moça vaidosa
Porém virgem e elegante
Já passou dos quarenta
Com sorriso brilhante
Mas nunca se apresenta
Por motivo determinante
Sempre sonhou em um príncipe
Igual a conto e de novela
Mais por ser muito exigente
Ninguém chegou a ela
Espantando seus pretendentes
Mas nada interessou a donzela
A história acontece no Ceará
Ainda menina era cheia de mania
Muito paparicada na cidade
E em toda freguesia
Desfrutou sua mocidade
Alimentando sua fantasia
O tempo foi passando
Na pequena cidade
Os rapazes se casando
E ela perdendo a mocidade
Muito já namorando
E Ritinha galopando na idade
Seus pais preocupados
Da donzela nada de casar
Fez promessa a Santo Antônio
Pra um noivo ela arrumar
Ofereceu seu patrimônio
A quem com ela se aprumar
A promessa passou
E o tempo não espera
Com Ritinha impaciente
Ficando muito tagarela
Só queria um noivo bonito
Pra casar com a donzela
Donzela aqui é menina
Que já passou a juventude
Aos dezoito anos de idade
Vai embora sua virtude
O povo fala na cidade
Ta encruada na atitude
Moça de muito valor
Ritinha era arredia
Não se misturava com muitos
Escolhia o que vestia
Tinha poucas amigas
Só a TV assistia
Queria escolher um bom homem
De preferência doutor
Mas a região não oferecia
Apareceu um agricultor
Rapaz de família conhecida
E homem de muito valor
Com o rapaz não deu certo
Seu namoro não vingou
Era ele muito tímido
E a coisa encruou
A donzela muito exigente
E o rapaz não aprovou.
Chegou à campanha pra prefeito
Era ano de eleição
Nomearam o filho do governador
Pra prefeito da região
Ele bonito e namorador
Um verdadeiro charlatão
Ela muito interessada
No rapaz namorador
De sua mãe veio a reprovação
Minha filha esse aí é enrolador
Pra você ele não lhe serve não.
Ritinha ficou triste
Com a tal situação
Nada de noivo encontrar
Procurando naquela região
Maínha assim vou encalhar
De rapaz só tem o sacristão
A mãe muito preocupada
Procurou uma rezadeira
Pra falar com Ritinha
E tirar-lhe essa besteira
Menina ainda tem tempo
Para de falar asneira
Sua melhor amiga
Aprontava-se pra casar
Ritinha foi pro casamento
Nenhum partido a lhe apresentar
E fazer nenhum juramento
Ela passou noite chorando
Por esse santo sacramento
No dia do casamento
Grande festa no Buffet
As donzelas se juntaram
Pra receber o buquê
Quando jogaram as flores
Não souberam o porquê?
A festa foi uma beleza
Pra Ritinha procurar casar
Mas só lhe trouxe tristeza
Não conseguiu enamorar
Mais uma prova e certeza
Não tem rapaz pra casar
Com a tal necessidade
Ritinha foi a Televisão
Agora era sua chance
De arrumar um partidão
Não deu certo outra vez
Foi uma grande decepção
Na cidade onde morava
Ritinha ficou falada
Não saia de casa
Passava noite na calçada
Balançando a cadeira
Tirando terço e pedindo graça.
Foi se apegar a São Francisco
Acompanhou a novena
Estava lá de véu e grinalda
Parecia uma Seriema
Com vestido muito longo
Na praia de Iracema.
Um dia ouviu na TV
Um concurso para casamento
Tinha pra mais de mil inscritos
Pra tal relacionamento
Mandou sua melhor foto
Nesse canal de entretenimento
Meses se passaram
Ritinha ficou aflita
Não tenho sorte pra homem
Confessarei com um jesuíta
P’ra minha amigas não zombem
E não torne uma pasasita
A donzela insistiu
Procurar na televisão
Estava muito carente
No sonho teve uma visão
Casando com o apresentador
Do Jornal Nacional um pão
O fato foi alimentado
Em noites a sonhar
Do amor platônico
Ritinha veio se relacionar
O povo ficou atônito
De Ritinha enamorar
A notícia se espalhou
Do namoro virtual
Partindo na cabeça da donzela
Do namorado em cadeia nacional
Ele um apresentador belo
Do Jornal Nacional
A ficção virou notícia
Pois Ritinha passou a creditar
Do seu namorado elegante
Sem querer abafar
Ficou muito ofegante
Na cidade ter o que falar
Dia desses em frente à TV
Estava com sua melhor amiga
Ela agarrada com a televisão
Parecia uma lombriga
Ritinha pronta e perfumada
Com feromônio de formiga
Anos se passaram
Ritinha não saiu do caritó
O caso dela se agravando
Fazia tempo e dava dó
O amor platônico avançando
Imitando o conto do galo e galinha carijó
E a história não terminou
Do amor surreal
De Ritinha com seu namorado
Apresentador do Jornal Nacional
Um amor platônico enrolado
Na cidadezinha de Sobral.