Estamos vivendo uma “inconsciência coletiva”. Eu tenho visto as pessoas reclamarem de calor insuportável. Tenho visto “charges engraçadinhas” que brincam com o fato de que paulistas vão tentar a sorte “na terra de Severino”. Tenho estado quinzenalmente em São Paulo e, nos hotéis, quatro ou cinco estrelas, há lembretes discretos para que os hóspedes não desperdicem água. Nas rádios paulistas há debates sobre o tema de racionamento de água. Na entrevista do candidato a governador de estado, afastado de sua condição de governador para concorrer à eleição, o entrevistador “colocou-o contra a parede” falando de (falta) água. Ele afirmou, convicto, que há agua até março de 2015. (E depois, não sei!). Rios inteiros estão secando. Reservatórios de água estão em baixa. Na Amazônia há estiagens que há anos não eram corriqueiras. Em entrevista na HSM Al Gore, ex vice presidente dos EUA, “profetiza com dados científicos” que a nossa Amazônica tende a se tornar desértica! Tudo isso é real. Acontece no nosso “mundo real”. Não dá para fazer “download” de uma solução efetiva.

Água. Calor. Seca. Incêndios. Seja no mundo real ou no mundo virtual as pessoas falam de suas preocupações com esses assuntos que afeta a todos nós. Poucos se lembram que é uma questão de causa e efeito. Temos atitudes, costumes, modos de vida que estão DESTRUINDO O PLANETA. Estamos numa era tecnológica que, deliciosamente, “assombra”, os nascidos antes dos anos 90. Atualmente podemos vivenciar coisas, em termos tecnológicos, que parecia ser “delirantes” para pessoas nascidas no século passado. Avançamos. Progredimos. Fomos capazes de “criações mirabolantes” e muitas vezes insuspeitas até mesmo para os maiores gênios da humanidade. Mas, acreditem, isso “não nos salva!!!”

Há algo que “nos esquecemos”: para sobreviver não precisamos de tecnologia. Gostamos dela. Mas não precisamos. Todavia ainda temos necessidades vitais imutáveis, até que, porventura, o mundo cientifico “venha ao nosso socorro” e mude “nosso padrão de funcionamento”, quem sabe nos tornando “robóticos”. Mas enquanto humanos precisamos respirar. Precisamos de água. Precisamos de uma temperatura adequada à nossa espécie. Não devemos nos esquecer que o mundo em que vivemos, até provem o contrário, é um só. Precisamos cuidar dele.

Precisamos, urgentemente, ter um olhar crítico sobre nós mesmos. Somos bilhões de pessoas nesse mundo produzindo toneladas de lixo diariamente. E não o separamos para a reciclagem. Escovamos os dentes com a torneira aberta. Tomamos banho demorado. Lavamos nossos carros quinzenalmente. E também a calçada de nossas casas. E então ligamos a TV, lemos o jornal, adentramos nas redes sociais. E cobramos “do outro” alguma ação efetiva. Delegamos ao outro nossa responsabilidade pessoal. Para que continuemos a existir como espécie humana, e não nos tornarmos uma espécie extinta, como foram os dinossauros, precisamos agir individual e coletivamente. Se nada fizermos, acreditem, a tecnologia, por mais que avence não vai nos salvar. 

O fato é que a terra, esse nosso lar humano, está berrando. É URGENTE que cada um de nós tenhamos consciência de nossas responsabilidades sobre o “uso responsável” desse mundo maravilhoso que nos acolheu com cerejeiras no Japão ou Ipês no Brasil. O mundo é um lugar lindo para se viver. E as futuras gerações só conhecerão esse mundo espetacular, criado por Deus, ou fruto do big bang, se cada um de nós, desde muito pequeninos, cumprirmos nossa função de VIVER RESPONSAVELMENTE. Isso não é ficção cientifica: o planeta pede SOCORRO! Precisamos nos CONSCIENTIZAR!!!

Angélica Rissi, jornalista