Acolher se refere, a uma peculiar atenção do cliente no momento em que está a procura de ajudar com recursos subjetivos e do entorno sociopsicológico que esteja disposto a cuidar de seu sofrimento, pois a chegada da terapia é uma situação que se estabelece uma relação entre terapeuta e cliente, existindo sempre a presença de sentimentos (BACKES, 2017).

O homem no seu modo de existência, vem ao nosso encontro sintonizado de uma afinação ou disposição afetiva, tendo sua fala do existir como modo próprio do homem, designado em seu estado de abertura para outros homens, afirmando que a terapia é algo que se orienta, se realiza no aproximar progressivo de uma certa afinação. Afinal, quem procura a terapia sente uma condição de abertura, em sua experiência que deixou de ser ou ter algo familiar, transitando do âmbito da intimidade para o da intimidação (BRESCHIGLIARI, 2015).

A proposta do terapeuta é aproximar de modo a facilitar a reconstrução desse caminho de intimidade, pois o paciente parte de uma afinação de desabrigo e o terapeuta se inicia em uma relação ao desconhecido que vem ao seu encontro, pois o trabalho do terapêutico caminha na direção de confiança e manifestação dos acontecimentos que se dão e darão em sua história que ao mesmo tempo se entrega à doação de sua própria existência. Convocando o terapeuta à disposição do novo, na proposta do plantão com poucas informações do cliente que vem na ficha de inscrição ou eventualmente a percepção de algum colega do plantão que tenha visto ou conversado com o cliente na sala de espera, mas é muito provável que cada plantonista atenda mais de uma pessoa, todas com seu próprio universo e sua singularidade (BRESCHIGLIARI, 2015).

Entretanto, ao final da terapia, se emerge um cliente mais confortável, confiante, autocompreendendo, resiliente e se responsabilizando com as adversidades em seu meio. O Serviço de Plantão Psicológico se mostra apropriado para lidar com as reais necessidade, oferecendo ajuda psicológica nos momentos de crise com procura espontânea. Portanto, existe a responsabilidade social e o manejo técnico da profissão em formação, salientando que a prática clínica de psicologia tem uma demanda de sofrimento do sujeito e, afirmando que a prática da psicologia não pode se restringir ao consultório particular, mas a uma determinada classe econômica e, por possui uma técnica muito menos a uma doença diagnosticada (RIBEIRO, 2020).

REFERÊNCIAS 

AZEVEDO, TAYS MOISÉS et al. PLANTÃO PSICOLÓGICO: IMPORTÂNCIA E POSSIBILIDADES. Encontro de Extensão, Docência e Iniciação Científica (EEDIC), v. 7, 2020.

BACKES, Rafael José. Tornar-se pessoa: o processo de mudança na abordagem centrada na pessoa de Carl Rogers. 2017.

BORGES, Aline Roseany Costa. As contribuições do estágio em plantão psicológico para a formação em psicologia. 2020.

BRESCHIGLIARI, Juliana Oliveira; JAFELICE, Giovana Telles. Plantão Psicológico: ficções e reflexões. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 35, p. 225-237, 2015.

RIBEIRO, Eliane Gusmão; LANEIRO, Tito. Abordagem Centrada na Pessoa: Uma Compreensão do Aconselhamento Psicológico (Counselling). Revista Enfermagem e Saúde Coletiva-REVESC, v. 5, n. 2, p. 2-12, 2020.