Ele estava insatisfeito com a profissão que elegera. Não conseguia nada além de uma frustração por tentar conseguir um trabalho que nunca vinha. A faculdade, às vezes, engana a gente. Promete um mundo maravilhoso e um discurso que fantasiam a realidade. Realidade que bate a porta, mas movidos pelos trabalhos extraclasse e outras coisas ele não percebia. O tempo para apresentar o trabalho final para ganhar um diploma que estava defasado há 30 anos. As ideias de alto salário que não eram verdade. A ideia de fazer algo pela realidade social não era verdade. A realidade pouco se lixava para ele e suas boas intenções. O mundo girava mais rápido do que ele conseguia acompanhar e assim, ia ficando para trás. Fazia um curso e não era suficiente. Fazia outro curso e nada. A área era fechada. Amigos dos amigos entravam lá, esposas, maridos e namoradas entravam lá. Ele não. Fazia um trabalho voluntário que não lhe trouxe nada de efetivo apenas conhecidos que seriam esquecidos logo mais. Relações não tinha. Relações de trabalho não possuía. Mas continuava, pois alguma força interna o sustentava.