"O ACARAÚ" - SOBRAL CIDADE PRINCESA
Por Jose Wilamy Carneiro Vasconcelos | 29/01/2019 | LiteraturaO ACARAÚ
Rio dos aborígenes
Na invasão dos Portugueses
Dos virgens sertões
Terras nativas dos sesmeiros
Dos sabiás laranjeiras
O leito adormecido
Em sol ardente
Na criação de gado
Onde implantava uma fazenda
A fixar um homem branco.
Na margem,
O rio deleita
Debruça-se lento
Bombeado pela Mãe Natureza
Segue seu rumo,
Improvisa sua missão.
Rio das Garças.
Rio de Iracema! De Luzia-Homem!
Em águas turvas
Nascente da água-pé
Das lavandeiras matinais,
Levadas pelas canoas a fio,
Vai embora,
Vem a esperança,
Mata a fome do ribeirinho,
Traz o pão à mesa do sertanejo,
O homem o desagrada. Polui
O rio Chora!
Solta lágrima luzente
Na Serra das Matas.
Vem a chuva,
Leva tudo, bate à sua porta
O homem se revolta,
O rio dá volta e meia,
Retrocede! Contorce-se
Agora agonizante
Entra em transe
Respira!
Lava os seixos empoeirados
Segue seu rumo.
José Wilamy Carneiro é professor, poeta, escritor, memorialista e cronista.