Marcos Espindola Macedo

 

 

 

 

 

 

 

 

                           O ABORTO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

 

 

 

 

 

Resumo de artigo apresentado como requisito parcial à obtenção de nota na disciplina de Introdução à produção acadêmica do curso de Pós-Graduação em Língua Portuguesa, sob orientação do Prof. Dr. José Antônio da Silva Santos, da Faculdade Capivari – FUCAP.

 

 

 

 

 

 

 

 

                                              Laguna, dezembro de 2014

 

 

Resumo

Este trabalho tem como objetivo discutir e ressaltar a importância do debate com relação ao aborto em nossa sociedade, desmistificando conceitos e estudos anteriores que por puro preconceito e, ou falta de interesse, acabaram por acarretar diversos riscos à sociedade, em especial as mulheres.

Palavras-chave:  Aborto; Conceitos; riscos; mulheres.

 

Introdução

Vivemos em um mundo onde estamos em constante mudança, seja na área tecnológica, na área da educação, da medicina; o mundo não para. Junto a ele temos uma “revolução” na sociedade que diz respeito à moral e aos costumes, costumes estes que por pura ingenuidade e ignorância estão sendo abandonados. Nós como professores, que atuamos no campo da educação temos que ampliar nossos horizontes e investir na população, principalmente naquela que é levada por sofismas e ensinamentos sem coerência com a verdade.

Trataremos aqui sobre o aborto, assunto este que incomoda muitas pessoas, principalmente aquelas que dele podem tirar algum proveito, dentre elas, clínicas clandestinas, hospitais, ativistas, feministas, governantes, etc.

Este trabalho se divide em três partes, sendo a primeira a introdução, onde apresentaremos o tema e sua importância; a segunda parte, o desenvolvimento onde faremos um estudo resumido sobre a problemática do aborto, pesquisas em artigos e opiniões de alguns autores, e a terceira parte a conclusão, onde faremos uma opinião de acordo com os resultados obtidos.

 

Objetivo

Pesquisar, analisar e compreender sobre o aborto, suas consequências mais comuns, pessoas que são mais suscetíveis a cometê-lo e algumas mentiras e verdades referentes ao assunto tratado.

 

Métodos

Os procedimentos metodológicos utilizados serão baseados na pesquisa de diversas citações de artigos, informações, e análise crítica. 

 

Conceito de aborto

Segundo o dicionário Michaelis(2009), aborto, na medicina é o feto expulso em parto fora do tempo ou a interrupção da gravidez antes da 28ª semana.

Hoje em dia discute-se a legalidade do aborto, pois em nosso país ele é considerado crime e é um dos maiores causadores de morte, sendo assim, como meio de diminuir a mortandade materna muitos cogitam a ideia de liberá-lo.

A Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (RBGO) traz, entre seus artigos, um es­tudo dos dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) de 1996 e 2006, que nos dá uma pequena ideia do perfil das pessoas que mais realizam aborto atualmente:

 Segundo este estudo, a prevalência do aborto aumenta com a idade da mulher. Ser de região urbana, ter tido mais de um filho vivo e não ser de cor branca são fatores que aumentam o risco para o aborto. Portanto, traz a crucial informação do perfil de mulheres que devem ser mais atingidas por programas preventivos.

VIEIRA ,2010a apud RBGO,1996.

De acordo com esses dados, podemos notar que o fato de ocorrer o aborto em pessoas de classe mais baixa, ou de região urbana e ser negra aumenta os indícios de que sua principal causa é a falta de apoio e educação.

Antes de analisarmos essa temática voltemos ao assunto tratado anteriormente quanto ao significado de aborto. Se abortar é tirar uma parte do corpo da mulher antes do tempo, nos surge outra questão, o feto é parte do corpo ou é uma vida que apenas depende temporariamente das funções fisiológicas da mãe?

Segundo Olavo de Carvalho(1997)

Este raciocínio subentende que o feto é um órgão do corpo da mulher, e não um ser humano independente. Mas, mesmo que o feto fosse um órgão, que é um órgão? É, por definição, algo que não pode ser retirado sem danos para o corpo. Então como alegar, em apoio do direito de retirar o feto, o argumento de que ele é um órgão? Se ele é um órgão, retirá-lo é mutilar o corpo.

 

De acordo com este pensamento de Olavo, independentemente se a ação da mãe seja feita em seu corpo ou em seu feto, ela em ambos os casos comete um ato   errado, o segundo por cometer a morte de um bebê, o primeiro por cometer automutilação.

O que muitos não entendem é o fato de que para algumas “mães” o mais preocupante é sua aparência ou status, enquanto isso algumas entidades incentivam esta prática como sendo normal, e acima disso, um direito. Direito este que burla todas as leis da moral e do respeito ao próximo, principalmente por se tratar de uma vida.

De acordo com Vieira(2010b),

A questão do Estado laico é outro aspecto fundamental, pois permite aos indivíduos a liberdade de escolher qualquer religião ou mesmo a liberdade de não ter nenhuma religião. O Estado laico não pode adotar nenhuma visão religiosa sob a pena de privilegiar grupos e pessoas, deixando de servir a todos. Este debate precisa ser feito: até que ponto podemos evitar a tragédia da mortalidade materna? Quais conceitos e definições de aborto estão em jogo quando discutimos o assunto? Qual o lugar que ocupa a mulher como soberana da sua vida e da sua sexualidade?

Se formos analisar o pensamento de Vieira veremos que a prática da religião é, para quem é a favor do aborto, um ponto que dificulta a prática, difusão e relevante aceitação desta por parte da população. Será porque ela(religião) é uma área que atua de forma muitas vezes rigorosa com relação a moral e a vida?

Provavelmente com a legalização do aborto, passaríamos por cima dos direitos da religião, pois o Brasil é um país laico, mas em sua constituição, ratifica o direito à prática dela(Art.5,inc.VI-Constituição 1988).

Como pode ser constitucional a garantia do direito a apenas uma das partes?

Nesse quesito o feto não tem seus direitos, afinal a vida se inicia em sua concepção, de acordo com Matos(2005)

Parece-nos que não existem diferenças entre um Ser que ainda não nasceu e uma criança já nascida, no que concerne ao respeito que devemos ter por cada ser. O que caracteriza qualquer Ser enquanto tal e em qualquer etapa de sua existência é a sua identidade irrepetivel e a autonomia intrínseca do seu processo de desenvolvimento. E isto, cada um de nós, tem...e isto, cada embrião/feto tem. As imagens do bebé revelam que a criança na barriga da mãe não é parte do corpo desta, mas sim um Ser individual e distinto. Ele é uma pessoa por ele próprio e não parte de um outro ser, sendo apenas dependente para se alimentar.

 

Conclusão

Com base em nossas pesquisas, pudemos perceber que os diversos meios televisivos (novelas, filmes, séries, telejornais) têm trazido para nossa população informações inverídicas sobre aborto. Sendo assim temos que agir de modo a inibir tais meios de informação e passar para o sociedade qual a real importância do veto ao aborto, não só por ser uma prática anticonstitucional, mas por acarretar as mães que sofreram sua prática diversas doenças psicológicas, também trazendo em seu bojo um preconceito à religião que abomina tal prática.

E além de todos os motivos citados acima, destacamos o de terminar de modo criminoso (para não dizer horrendo), com a vida de uma criança totalmente indefesa, e isso muitas vezes tem sido tratado pelos órgãos competentes como assunto banal, cabe pois, aos professores e pessoas interessadas agir na educação dos jovens e adultos para que tenhamos uma diminuição das mortes causadas por essa prática tanto para a mãe, quanto seu bebê.

 

Referências

CARVALHO, Olavo. O Imbecil coletivo – Atualidades Culturais Brasileiras. 7º edição - Ed. Faculdade da Cidade, 1997.

 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730845/inciso-vi-do-artigo-5-da-constituicao-federal-de-1988 Acesso em: 07/12/2014.

MATOS, Mara Célia. O Aborto. Porto-Portugal, 2005.

Michaellis: Dicionário prático da língua portuguesa. 2º edição – Ed. Melhoramentos, 2009 – São Paulo.

VIEIRA, Elizabeth Meloni. A Questão do aborto no Brasil. Ministério da Saúde; p. 143-82, 2008.