O ABORTO É CRIME CONTRA A VIDA
Geraldo Barboza de Carvalho
A estrutura biológica de todo ser vivo é o DNA da sua espécie, transmitido a cada novo ser gerado por fecundação ou fusão nuclear de gametos masculino e feminino. As células sexuadas ou gametos haplóides femininos (xx) são óvulo nos animais, oosfera, nos vegetais; os masculinos (xy) são espermatozóide, nos animais, e anterozóide, nos vegetais; o produto de sua união é o zigoto . O zigoto é a célula genital primária, que contém potencialmente o ser vivo adulto. Por divisões celulares sucessivas, o zigoto evolui no sentido da formação dos seres vivos da sua espécie, pois o zigoto tem os mesmos elementos genéticos ou DNA que o ser vivo adulto. A estrutura genética de um ser vivo animal ou vegetal é a mesma do zigoto ao ser adulto. O DNA é, pois, a identidade inviolável dos seres vivos, do zigoto ao adulto. Destruir zigoto ou vegetais adultos por ganância econômica é crime ambiental. Mas usar frutos, folhas e lenho para manter outras vidas dentro de um genoma, longe de ser morte e crime, é dar a vida a outros seres. Na espécie humana, a vida só pode ser tirada quando entregue livremente, jamais por violência. "Ninguém me tira a vida, mas eu a dou livremente", diz o Autor da vida. Por isto, tirar a vida de adultos contra sua vontade ou de zigotos é crime hediondo, pois cada ser humano está inteiro tanto no zigoto quanto no adulto. No DNA de cada espécie estão contidas as qualidades essenciais de cada indivíduo. O DNA do ser humano contém matéria e espírito, alma e corpo inseparáveis. Por isto, o aborto é crime, com o agravante de ser cometido contra seres indefesos. Quem o pratica prestará contas ao Autor da vida, o único que dá e pode tirar a vida. Aliás, Deus não tira a vida de seus filhos, mas a transforma em vida plena na ressurreição da carne, não do espírito ou alma sem carne. Equivocam-se, pois, os cientistas quando afirmam que o ser humano só existe quando está plenamente formado. Ora, existem dois tipos de existência: o ser em potência e o ser em ato. O ser potencial e o atual são relativos um ao outro. O ser em potência evolui para o ser em ato, porque o ser em ato está latente, incoativo no ser potencial. Por isto, o ser em potência JÁ é o ser em ato, embora AINDA NÃO em plenitude, pois é o mesmo o DNA de ambos.
É muito cômodo políticos afirmarem que o aborto é problema de saúde pública e deve ser tratado como tal, sem qualquer conotação ética. Para eles, a mulher grávida não traz no seu ventre uma vida que merece respeito, mas um entulho, um corpo estranho que pode ser eliminado sem escrúpulo ético. Isto é muito grave, pois toda ação e atitude humana tem dimensão ética, e destruir uma ser humano potencial, embrião de um ser humano adulto, é atentado à ética, crime inafiançável. Ciência, economia, política sem ética é barbárie. O zigoto já é um ser humano, sujeito de direitos intocáveis, não problema de saúde pública. Aliás, há problemas de saúde pública mais primários e urgentes que o aborto, e que podem preveni-lo e evitá-lo. Problema de saúde é falta de água de boa qualidade, limpeza e higiene, esgotamento sanitário, educação alimentar e meio-ambiental, ética na política, respeito cidadão. Saúde para corpo e mente. Água, alimentos saudáveis, ar puro são essenciais à saúde do corpo e mente de humanos e animais. Já a poluição ambiental não atinge só o ser humano, mas os animais e plantas, que são vítimas da insensatez humana. "Por causa da maldade dos habitantes da terra, perecem animais e plantas" Jr 12,4. A poluição ambiental diminui a qualidade de vida de todos os seres vivos. A vida é o valor máximo na terra. Por isto, respeitá-la é postura ética radical, pois, a ecologia não estuda apenas o meio-ambiente, mas tem real dimensão ética. Os seres humanos fazem parte do genoma global, inclusive o zigoto. Como a ética é a qualidade essencial do ser humano, cuidar do meio-ambiente é obrigação ética intransferível.
A ética está presente nas relações sociais e na atividade política. O fundamento da ética é o respeito aos direitos e deveres. Só uma vida social e política ética garante meio ambiente saudável e bem-estar sócio-econômico aos seres humanos. Mas, o desrespeito aos direitos e deveres gera a poluição moral que brota dos corações corrompidos e transbordam na opressão e violência conta a vida, no aborto. A poluição ética chama-se corrução, o câncer mortal da política e sociedade nacionais. Ela é responsável pela miséria de grande parte da população brasileira e pelo crescente número de aborto entre jovens. O dinheiro dos altos impostos pagos pelo povo é desviado para as contas dos políticos corrutos e dos partidos políticos que se dizem comprometidos com os pobres, mas só cuidam dos seus interesses. É eleitoreiro o interesse dos políticos corrutos pelo povo. O que lhe dão está condicionado ao voto no doador. Os políticos chantageiam o povo com os favores e bolsas-família da vida e se apresentam como pai e mãe da Nação. Mas o povo não quer esmola que o acostuma na miséria, mas emprego pra conquistar a liberdade econômica e social. O aborto feito por jovens é o grito desesperado de mães que foram enganadas por que as deveria proteger. Mães abortam por falta de condições dignas para si e seus filhos. E isto não é problema de saúde pública, mas de políticas que respeitam o ser humano, que põem o social como prioridade, não o econômico. Por isto, é precisa encarar o aborto como questão ética, não sanitária. Qualquer mãe merece apoio na gravidez e condições de vida para os filhos e filhas. Sem isto, o mais é demagogia.
Viva a vida! Fora o aborto !