No tempo de vargas

 

No período da governo Vargas o Brasil usufruiu de vários avanços beneficiando a população pobre. Entretanto, no período anterior, no final da primeira república ocorreram vários distúrbios decorrentes do descontentamento popular e institucional. Exemplo disso foi a revolta tenentista.

Esse foi um movimento decorrente da crise política e econômica envolvendo o grupo mais fraco que se rebelou contra a discriminação e os maus tratos. Os tenentes do exército sentiam-se agredidos e mobilizaram-se num movimento que se desdobrou em dois estágios.

O primeiro foi sufocando ainda no inicio. Dele restou apenas a lembrança do massacre dos 18 do forte. O segundo caracterizou-se pela atuação da Coluna Prestes. Este segundo movimento pretendia instalar no brasil alguns ideais originados do socialismo vindo da Europa.

Mas o que mais caracteriza o período Vargas foram as aquisições trabalhistas. Inicialmente as leis trabalhistas e ao lado delas o avanço industrial gerando empregos que também favorecia aos trabalhadores.

As melhorias varguistas podem ser vistas como golpes populistas, mas renderam ao presidente Vargas o título de “pai dos pobres”.

Diferente dos atuais governos, que fazem tudo em benefício próprio, período Vargas produziu avanços populares ao lado de avanços da indústria e do nacionalismo pois foram criadas várias empresas beneficiando interesses nacionais. Era populismo? Com certeza! Mas o povo alimentava sonhos.

Por essas e outras é que não se pode dizer que Getúlio Vargas foi um santo. O que se pode dizer é que, de forma populista distribuiu benefícios ao povo e aos trabalhadores. E a corrupção que imperava em seu governo? E o sistema ditatorial por ele adotado? E os perseguidos por serem da oposição?

Claro que se podem fazer inúmeros questionamentos ao período Vargas. Da mesma forma não se pode engolir os que hoje tentam se impor contrapondo interesses pessoais e das grandes corporações contra os interesses dos trabalhadores.

No tempo de Vargas ou nos dias atuais o que importa não são os gatunos que se apropriaram do poder, mas o poder que o povo pode usar para limpar o “mar de lama” como dizia Lacerda, no tempo de Vargas

Neri de Paula Carneiro

Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador

Rolim de Moura - RO