O desfecho da eleição presidencial americana de 2016, comentado nos “quatro cantos do mundo” no começo de novembro, desencadeou, especialmente no Brasil, uma onda de ataques ao candidato vencedor, Donald Trump. De fato, por suas opiniões controversas e algumas claramente preconceituosas, o novo comandante da maior potência mundial dá margem para que lhe contraditem constantemente.

No entanto, especificamente no Brasil, onde contraditar é cada vez mais sinônimo de atacar e rotular, houve uma espécie de guerra às fobias de Trump tendo como armas exatamente outras fobias. Na verdade, o primeiro grande problema de toda essa questão é a informação, pois, infelizmente, boa parcela da população brasileira não consome conteúdos informativos, mas faz questão de “opinar” sobre quase tudo.

Aquele velho ditado que diz que “de médico e técnico de futebol todo mundo tem um pouco”, no Brasil, pode ser alterado para: de médico, técnico de futebol e ANALISTA POLÍTICO todo mundo tem um pouco. Contudo, as opiniões aqui “vomitadas”, são baseadas quase que exclusivamente em alienações “sócio-religiosas” e empatias geradas apenas por uma utópica ideia de consonância intelectual entre partes que sequer conseguem se definir enquanto frações de uma sociedade “multipluralitária”. Dessa forma, o FATO perde cada vez mais espaço para a CONVENIÊNCIA E A OPORTUNIDADE, e assim se fazem os heróis contemporâneos, tão frágeis quanto o caráter de quem os alimenta.

Com isso, quase que todas as falas contra o inconsequente, “latinofóbico” e machista Trump, deterioram-se apenas por serem acompanhadas por fobias tão merecedoras de aversão quanto àquelas que o próprio protagonista demonstra ter. Nove em cada dez comentários sobre o novo presidente dos EUA são seguidos por palavras esdruxulas em relação à cor alaranjada ou ao cabelo de Trump. Bem, se isso não é fobia, não é preconceito e discriminação, tão plausíveis de repúdio quanto certas falas da própria “vítima”, algo parece inadequado na ideia que se tem de fobia.

E o mais “interessante” de tudo isso é que os “rivais” de Trump quando o assunto é a discriminação não são apenas aqueles que não sabem nem quem é o governador do seu estado e pensam que conhecem amplamente o cenário político americano. Aliás, os primeiros a “atacarem” a cor e o cabelo de Trump foram “conceituados” jornalista de grandes veículos de comunicação. Ou seja, O PODER DE SER “QUALQUER-COISA-FÓBICO” parece ser intrínseco a eventuais perdas das conveniências e oportunidades da vida.