NÍVEIS DO PSIQUISMO HUMANO

Por Fernando Rosemberg Patrocínio | 11/09/2012 | Filosofia

Ora, diante de tanta cultura, de tantos ensinos dos mais renomados instrutores do mundo, e, porque não dizer, dos mais sapientes mentores da Espiritualidade, parece não restar dúvidas de que a humanidade está entrando numa sua outra fase de saber e de procedimento ético-cristão. Mesmo assim, nota-se que o psiquismo da humanidade terrena ainda é variadíssimo, possibilitando-nos melhor compreender as razões de tantas crenças dogmáticas, tantos equívocos e infantilidades dos nossos semelhantes em crescimento para mais altos planos de entendimento e de moralidade. 

Sabe-se que o instrutor André Luiz, em suas obras, descreve haver pelo menos três níveis de intelectualidade no ser humano em evolução. Para ele, mais da metade da humanidade terrena (cerca de 60%) encontra-se na infância do conhecimento, daí o primitivismo e obscurantismo da imensa maioria dos nossos pares com suas posturas rasteira, acanhadas e anti-científicas; e uma segunda parte (cerca de 37%), logo acima daquela outra, já atingiu a razão particularista, compondo um grupo de mediana compreensão das coisas do mundo, da cultura e do conhecimento, de uma forma geral; e, os outros restantes (cerca de 3%), operam ou aproximam-se dos estágios da superconsciência, um nível de conhecimento e de moralidade superiores onde o plano racional-concreto se converte em novas formas de entendimento universal. 

E o fato é que o grande intuitivo Pietro Ubaldi detinha uma classificação bastante parecida com a de André Luiz. Já, no campo acadêmico, despontou-se, como se sabe, um grande pesquisador da inteligência humana desde o nascituro, o notável Jean Piaget, que, mesmo desconhecendo aqueles outros, lograra realizar trabalho de suma importância neste mesmo campo, e, pasmem, de mesma estrutura concepcional. Extraídas de longos e cansativos estudos, para o eminente pesquisador, despontam-se as seguintes formas de inteligências humanas:

-Sensório-motora: (dos bebês até os dois anos de idade);

-Pré-lógica (de similaridade com a infância do conhecimento);

-Concreta (parecida com a da razão particularista); e

-Formal (um tanto similar à superconsciência). 

Assim temos: 

-Inteligência Pré-lógica, onde os seus componentes detêm um caráter intelectual notoriamente Simplista, deixando-se ludibriar facilmente, acreditando em magias, mitos e coisas irreais, possuindo, pois, baixa compreensão das coisas e das leis de âmbito físico ou espiritual; 

-Inteligência Concreta, ou Transitiva entre Pré-lógica e Formal, e onde os indivíduos dela portadores fazem um bom uso da razão, ou seja, do raciocínio lógico e de suas leis, mas que vai ascender ainda evoluindo para mais vasta expressão mental, no que se convencionara chamar de: 

-Inteligência Formal, onde os seus componentes humanos podem ser classificados de Experientes ou supra-racionais, porque dotados de uma novíssima expressão mental, onde operam o raciocínio teórico ou hipotético-dedutivo e que, por isso mesmo, estão fazendo a mais vasta reformulação do conhecimento nos seus mais diversos campos. Estes, pois, avizinham-se ou já operam a superconsciência consagrando-se em sabedoria e moralidade, permitindo-lhes uma compreensão mais dilatada das coisas, da complexidade de tudo, pois que são mais avançados e sábios. 

Como Ciência de Observação, sabe-se que o Espiritismo surge numa etapa de maturidade intelectual da humanidade. Seu método, pois, não poderia ser o da Inteligência Racional Concreta, cujo nível de racionalidade só consegue operar sobre as coisas no decorrer de sua ação física, da manipulação da coisa em si. E, por isso, o método espiritista é o da Lógica Formal, de estágio superior, onde o indivíduo irá lançar mão de raciocínios hipotético-dedutivos, firmando novas teorias e estabelecendo coerentes suposições mesmo ausentes de uma realidade mais tangível e concreta. 

No campo do conhecimento, pois, temos que o Espiritismo incorpora o mais avançado método científico, que, com a Matemática, a Física, a Cosmologia, a Química, e outras mais, estão revolucionando as mais diversas áreas do saber. 

E, por isso, o Espiritismo também revoluciona; e, por isso, ele ainda é o grande desconhecido da humanidade. E aguarda que a mesma possa crescer e amadurecer para o entendimento do tríplice aspecto da mais grandiosa concepção filosófico-científica, espiritual e moral do universo concebido.

Autor: Fernando Rosemberg Patrocínio

e.mail: f.rosemberg.p@gmail.com