Nirode: A invenção do novo mundo

 

Na busca de um sossego não encontrado nos moldes que o mundo ensina o homem busca construir o que deveria conservar.

            É desde os primeiros anos da existência humana que o homem é aquele que recebera do seu criador o poder de domar os animais no campo, no mar, no ar. Nesse poder de ser o único das criaturas que tem a máquina de pensar o homem vive um sentimento de insatisfação com o seu habitat.

            Várias civilizações antigas demonstraram em seus uma história de tentar construir ou reconstruir o novo mundo. Temos em vista a história da civilização judaica, desprezada, perseguida e massacrada desde os Faraós do Egito, até a Antiga Síria com seus Reis que o perseguiram a genocídio. Entretanto, observa-se que na civilização judaica onde teve seus Patriarcas Noé e Abraão, estes homens demonstraram que deveriam construir mecanismo para preservar a vida, não tentaram reconstruir um novo mundo, o seu foco era normas, regras e leis que cultivassem a vida sadia.

            Entretanto, o homem, leva em si um desvio de fazer o que bem entende, apegando-se a um livre arbítrio que se compara a um automóvel sem freios descendo ladeira abaixo, sem fazer curvas, sem nenhum limite. Onde irá parar?

            Na busca de reconstruir e inventar um novo mundo, a rebeldia é uma das atitudes que se explode como insatisfeito como o que se convive. Vejamos que o filho de Noé conhecido como Cã depravado e desajustado começa a prática verifica e confirmada de incesto ao seu pai, registrando na civilização judaica o primeiro caso de estrupo do filho ao pai,  fato este registrado no livro de Gênesis.

" Levítico 20:17 a 20: “Se um homem tomar a sua irmã, filha de seu pai ou filha de sua mãe, e vir a nudez dela, e ela vir a dele, torpeza é; portanto, serão eliminados na presença dos filhos do seu povo; descobriu a nudez de sua irmã; levará sobre si a sua iniqüidade. Se um homem se deitar com mulher no tempo da enfermidade dela e lhe descobrir a nudez, descobrindo a sua fonte, e ela descobrir a fonte do seu sangue, ambos serão eliminados do meio do seu povo. Também a nudez da irmã de tua mãe ou da irmã de teu pai não descobrirás; porquanto descobriu a nudez da sua parenta, sobre si levarão a sua iniqüidade”.

Comenta Pr. Yuri Ravem: Ver ou descobrir a nudez é mais do que simplesmente observar com os olhos alguém nu, a expressão é um eufemismo para contatos íntimos ou até mesmo relações sexuais. Assim, provavelmente, o que Cam fez foi mais do que ver seu pai nu."  FONTE: http://www.nistocremos.net/2010/08/o-pecado-de-cam-analise-biblica-e-do.html, Pr. Yuri Ravem

              O que se sabe é que – os irmãos de Cã, San e Jafé abre o verbo discordando com tamanha anormalidade de Cã ao seu pai Noé, o qual bebera na noite anterior um pouco de vinho, o qual fora estuprado por Cã, o seu filho. E por este motivo o Cã fora amaldiçoado, formando assim, as nações do Continente Africano.

            Ao passar dos anos de Cã nasceu o bisneto de Noé, o conhecido Nirode, temível caçador de feras no campo e, também, assassino fiel de qualquer homem que atravessava em seu caminho e demonstrasse ameaça as suas atrocidades era morto. Com essas atitudes Nirode começa a Civilização Babilônica, construindo monumentos tão famosos como a Torre de Babel, o qual fora um monumento como símbolo de desfazer a Arca de Noé, ou seja, Nirode cria uma nova religião onde ele mesmo era o super-deus, estátua fora erguida com suas características, cidade como a Nínive construída para dá todo apoio a uma civilização que era o inverso, o contraditório da civilização judaica. Não se sabe, mas, dá para se analisar que o comportamento de Nirode era movido por um sentimento de abandono as raízes do seu avô Noé.

            O fato é que Nirode – prega que o homem deverá ser o autor e construtor de seu próprio mundo, nada mais deveria ser buscado a não ser a si mesmo. Assim, a competição era incentivada, o valor do  homem por aquilo que ele praticava. O homem teria o valor do sangue derramado em suas próprias mãos. Assim, começava a Era das Trevas, onde o homem se tornaria cada dia mais bárbaro que poderia ser. Não se falava em evolução do pensamento, do controle emocional, do diálogo. Todo esse argumento nunca foi observado, ao invés de um intelecto controlado e equilibrado, a barbárie, a força, a humilhação promovia, nada mais que a desumanização do homem humano.

            Vivemos hoje uma desumanização do homem? Quem tem útero se enxerga como se não tivesse. Quem tem pênis não se enxerga como se não tivesse. Quem é adolescente deseja ser adulto, mas, adolescente - “sem lenço e sem documento”. Quem está casado não enxerga à família, mas procriação sem responsabilidade. Quem tem um pai, não o respeita como pai. Quem tem uma mãe, não valoriza os nove meses de gestação. Quem recebe amor e uma mãe, recebe esse amor como cafonisse.

            Inventar um novo mundo ou preservar o mundo que vivemos nele? Se insistirmos na invenção deste mundo, retornemos ao início dessa crônica. E façamos uma re-leitura com pausa e conhecimento de causa: vale a pena tentar inventar um novo mundo?

            O que está por trás desse sentimento de “inventar um novo mundo”, é o sentimento de insatisfação de não contentar-se com o suficiente. Do buscar além do necessário para ter paz de espírito. Bem verdade que jamais deveremos deixar o cupim tomar conta do esteio da casa, mas, enquanto não existe cupins, vamos apreciar a nossa morada, o nosso apogeu, o leito do descanso é o mais importante de tudo.

Ângelo Almeida
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Teólogo, Psicanalista e Escritor