Neurolinguística na linguagem escrita

Autor: Wallas cabral de Souza

É na prática que nos entendemos e fazemos valer todos os conceitos da linguagem. E por meio dela entendemos também as sensações que há em uma pessoa. Muitos acham que o que está no subconsciente se revela por meio da hipinose. Isso é discutível. O que podemos afirmar com mais convicção concreta é que as sensações são vistas cientificamente pelo modo de você simplesmente sentir alguém pelo tom da fala, força da escrita, gestos, tipo de olhar, força de um abraço, maneira de articular um discurso etc.

Uma pequena ilustração desse fato voltada à linguagem escrita, por exemplo:

Escrevendo um texto usando a seguinte frase:

1. Hoje, podemos observar alguns fatores que nos levam a crer que a visibilidade do tema sobre o aborto depende muito mais do horizonte com que enxergamos nossa própria formação política e religiosa.

Olhe agora a mesma frase com um outro teor..

2. Hoje, podemos ouvir falar sobre alguns fatores que nos levam a entender que a o tema sobre o aborto depende muito mais da perspectiva com que debatemos a própria formação política e religiosa.

Agora veja a mesma frase com mais um teor diferente de sensibilidade:

3. Hoje, podemos perceber alguns fatores que nos levam a sentir que o tema sobre o aborto depende muito mais do horizonte com que tocamos a questão de nossa formação política e religiosa.

Percebeu a diferença? No texto 1, temos alguém que usa a sensibilidade visual para discorrer um fato; no texto 2, temos a sensação auditiva e 
no texto 3 a sensação tátil.

Isso sugere algo: que temos diferenças de percepções e escrevemos conforme essas diferenças. Em qual delas nos identificamos mais? Sempre há uma que nos faz destacar, trazendo-nos para o mundo aquilo que representa o que nós mesmos sentimos, e sentimos muitas coisas pela linguagem verbal dos que falam, olham ou nos ouvem.

A curiosidade parece ser uma marca importante para quem tem a sensação auditiva na comunicação, por exemplo. Essa sensação, auditiva, pode até fazer você ser uma pessoa mais humana e menos problemática diante de confrontos, pois a sua maior preocupação pode ser a de ouvir mais e armar novas estratégias por meio dessa virtude. Ou seja, antes de VER o problema, você OUVE o caminho para uma solução.

Nesse "quebra-cabeça" você descobre sensações do íntimo das pessoas, tem "pistas", ferramentas para entender por que alguém falou isso ou aquilo e por que é necessário se falar algo naquele instante ou daquele jeito. A sensação que mostramos é reflexo do nosso histórico de mundo cultural, religioso, às vezes cético (incrédulo), frustrado, otimista, flexivo etc E tentamos, inconscientemente, impor as coisas de acordo com a nossa trajetória. Nesse ponto há um perigo enorme: a de nos afastar socialmente, ou a de provocar situações em que as pessoas criam capas, aparências para falar com você uma vez que cada um tem o seu próprio caminho pelas escolhas que se faz a todo instante, sem autorização de quem impõe o que se deseja. Fazemos escolhas!! Simples assim.

Então, cada tipo de sensação é um estudo específico que merece a atenção de quem se comunica. Essas sensações nos leva a conclusões amplas que vão sendo decodificadas até chegar na descoberta mais verdadeira da real intenção do interlocutor. Por isso não se ler um texto com o nosso ponto de vista, mas sim, observa-se o que há fazendo uma relação de ideias pelo próprio texto. estamos falando de "interpretação de texto" e não de "interpretação sobre o texto".

O que podemos fazer é no máximo sentir essas percepções e equilibrar nossas relações com ela. Daí o segredo para às vezes estarmos com tanta gente a nossa volta e nos sentirmos sós ao mesmo tempo. Poucos sabem ouvir, ou ver ou tocar antes de concluir. Muitas vezes só há imposição do que se deseja não criando o prazer de uma comunicação com o saudável DIÁLOGO. Grandes segredos a comunicação com a sua intenção pode revelar para nós. Abramo-nos as sensações do corpo.. da alma, da linguagem e da vida!!