NEUROCIÊNCIA, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

 

 

                                                                                              Arnaldo Nogaro[1]

 

 

RESUMO:

A formação de professores tem se mantido como tema de estudo e de reflexão, isto demonstra que se trata de uma permanente inquietação de diferentes segmentos: gestores, formadores, estudantes, dentre outros. Por que preocupar-se com a formação do professor? O professor formado adequadamente desenvolve a docência de maneira diferenciada, com qualidade e voltada para o estudante. O objetivo deste texto é demonstrar como a neurociência contribui para o bom desempenho do trabalho do professor e como pode ser uma importante aliada para melhorar processos de ensino e aprendizagem. Trata-se de uma abordagem teórica com base em autores contemporâneos que pesquisam o assunto. Ao longo do corpo do texto procura-se explicitar elementos que deem visibilidade às descobertas científicas da neurociência e como a interface com a área da educação pode auxiliar na prática pedagógica.

 

Palavras-chave: Aprendizagem. Neurociência. Formação de professores.

 

 

Sobre a problemática do texto

 

            A pergunta “como funciona o cérebro?”, que há muitos anos o homem vem se fazendo começa a ser respondida com o auxílio de novos equipamentos científicos e da revolução biológica e hoje agrega conhecimentos que já se constituem em suportes importantes para o desenvolvimento do trabalho do professor[2]. Sabemos que tudo isso é bastante recente e novo, gerando insegurança e relativa ausência de confiança na área, porém não se pode ignorar estes progressos e agir de maneira indiferente ao que está acontecendo no cenário contemporâneo.

A neurociência cognitiva tem uma história recente, datando dos primeiros anos da década de setenta do século passado o aparecimento do termo “neurociência cognitiva”. Como se trata de uma área bastante nova, circula muitas informações sobre ela. Como algumas são de pouca cientificidade provocam desconfiança, por não possuírem fundamento verdadeiro acabam por se constituir em mitos (neuromitos) e distorcer seu real entendimento e contribuição.

            Nosso objetivo não é fazer uma dissecação de conceitos[3] da biologia, neurologia, neurociência, etc., mas argumentar para mostrar que o seu conhecimento, por parte dos educadores, pode auxiliar na interação com os estudantes e no processo de ensino e aprendizagem. Alguns conceitos abordados no texto, talvez, muitos educadores, pouco se perguntaram sobre eles, especialmente sobre sua relação com o que fazem diariamente com seus alunos nas salas de aula, o que não nos autoriza a responsabilizá-los pela pouca importância dada a estes conhecimentos. O fato concreto é que os cursos de formação de professores, em sua grande maioria, passa à margem desta questão. Apesar disso pensamos que seja importante desenvolvermos esta reflexão em torno deles para que os tragamos ao debate e assim oportunizaremos, quem sabe, para muitos educadores, uma primeira conversa sobre o assunto.

 

Algumas provocações

 

            Algumas provocações inicias dão a dimensão do desafio que o professor tem para manter-se em sintonia com seu tempo: a inteligência é hereditária? Qual o papel da memória na aprendizagem? Por que lembramos de algumas coisas e esquecemos de outras? Qual dos sentidos interfere mais no aprendizado? Podemos aprender muitas coisas ao mesmo tempo?  Aprendemos todos do mesmo jeito ou de jeitos diferentes? Por que alguns aprendem com facilidade o que outros, mesmo com muito esforço, não conseguirão? Qual o preparo (formação) do professor para responder, com segurança, a estes questionamentos? Poderíamos nos estender e construir um texto somente de perguntas, mas lançamos mão de algumas para contextualizar o que vamos dizer a respeito do conhecimento da neurociência e sua implicação no trabalho do professor, na prática pedagógica.

            Cotidianamente na sala de aula nos deparamos com situações de falta de atenção, pouca assimilação, ausência de compreensão, dificuldades de aprendizagem e nos angustiamos porque não sabemos como encontrar alternativas para tais problemas. Acabamos por dividir nossa angústia no diálogo com colegas de profissão ou lamentando e responsabilizando a criança e o adolescente por ter “pouca vontade”, “não esforçar-se o suficiente”, “ser desinteressado”, etc. Somos desconhecedores de qual solução apontar, pois, nosso processo de formação não contemplou saberes maiores a este respeito. Acabamos por nos conformar diante da barreira encontrada ou buscar alguma “metodologia”, que, quem sabe, vá poder suprir esta lacuna. Mas o que podemos perceber é que estas atitudes acabam contribuindo muito pouco. Como resolver de maneira contundente tal dilema?

            Recorrendo às Ciências Cognitivas, à Neurociência, pois elas serão a solução definitiva? Em parte isto é verdadeiro. Elas podem contribuir ao nos estender conhecimentos que permitem uma visão maior e mais profunda sobre a mente humana, mas a transposição desses saberes para a prática pedagógica é de nossa responsabilidade como educadores. De que maneira? Instrumentalizando-nos dos conhecimentos que estas ciências (mais especificamente a Neurociência) nos alcançam e associando-os a nossos saberes pedagógicos para entender melhor como a cabeça “funciona”, como o cérebro aprende.

Para Metring (2011, p. 13) os neurocientistas 

 

[...] não estão preocupados em formular receitas, seja para a área educacional, organizacional, médica ou qualquer outra. Estão sim preocupados em descobrir, dia após dia, coisas maravilhosas sobre a organização neuronal do ser humano e as disponibilizar para quem queira utilizar seus achados, mas o trabalho de articulação (no nosso caso, os processos de ensino e aprendizagem) precisam ocorrer a partir das necessidades dessas áreas e por profissionais dessas áreas.

 

A proposição de fazer com que os profissionais da educação possam estudar e conhecer os avanços da Neurociência para utilizá-los em suas práticas não vai representar uma extraordinária revolução no processo pedagógico, mas vai conscientizar o educador do quanto estes conhecimentos são úteis para quem educa as gerações do século XXI. Cosenza (2011, p. 142) alerta a respeito do uso destes conhecimentos para que não caiamos em soluções simplistas. “Embora muitas vezes se observe certa euforia em relação às contribuições das neurociências para a educação, é importante esclarecer que elas não propõem uma nova pedagogia nem prometem soluções definitivas para as dificuldades da aprendizagem.” Representam uma reorientação de direção e um acréscimo para romper com os conceitos conservadores historicamente cultivados sobre o aprender e ensinar. Significará uma aproximação maior do educador com os estudantes, inclusive maior sintonia entre gerações[4] que experimentaram e experimentam o mundo de maneiras diferentes em contextos diferentes, com implicações de organização mental específica em cada circunstância vivida por cada um.

 

Os conhecimentos da Neurociência

 

            Não temos a pretensão e nem somos ingênuos para acreditar em soluções mágicas e definitivas, no entanto os conhecimentos advindos na neurociência cognitiva auxiliam na construção e na definição de propostas de intervenção pedagógica mais eficazes, especialmente para pessoas que possuem doenças no cérebro ou distúrbios de comportamento e aprendizagem. É um passo gigantesco na direção da inclusão, não só por possibilitar atendimento específico e especializado, como também melhorara qualidade de vida das pessoas. Não somente quem apresenta alguma doença ou distúrbio pode se beneficiar ao ser auxiliado por um professor que detenha tais conhecimentos, os estudantes considerados “normais” também serão beneficiados pelas estratégias didáticas, formas diferenciadas de abordar o conhecimento e visão de singularidade de um mestre conhecedor do assunto. Com um maior conhecimento sobre como o cérebro funciona e como as pessoas aprendem o professor vai ter mais clareza e lucidez sobre a forma mais adequada para auxiliar os estudantes. Isto permite a ele desenvolver um [...] ensino bem sucedido provocando alteração na taxa de conexão sináptica que afeta a função cerebral. Por certo, isto também depende da natureza do currículo, da capacidade do professor, do método de ensino, do contexto da sala de aula e da família e comunidade.”(BARTOSZECK, 2011, p. 3). Cosenza (2011) corrobora com o autor citado ao afirmar que o saber como o cérebro aprende não é suficiente para a realização da mágica do ensinar e do aprender”, assim como os conhecimentos dos princípios  biológicos básicos não é suficiente para que o médico exerça uma boa medicina. Quando tratamos da aprendizagem existem alguns princípios e padrões comuns que podem ser adequados para todos (universais), mas existem também situações que são específicas (individuais, resultantes da experiência vivida por cada um) e que, portanto, o professor precisa conhecer para poder relativizar ou tratar de maneira diferenciada.

            A possibilidade que o cérebro humano tem de se recompor e revitalizar (neuroplasticidade) abre outras oportunidades na educação: a criança e o adolescente ainda não aprenderam, mas poderão aprender. Há sempre novas portas e possibilidades se abrindo. Esta concepção dinâmica do cérebro reposiciona a postura e o trabalho do professor porque nada é definitivo, podendo-se chegar a resultados cada vez melhores a partir de ambientes, “metodologias” e “didáticas” diferentes.

 

Para os profissionais do ensino, isso é de fundamental importa, pois a existência do cérebro é um acontecimento maravilhoso, que tem por função aprender a mudar o meio ou adaptar-se a ele em tempo curto, e, para tanto, só é preciso que ocorra alguma aprendizagem. Não é fantástico? O aprendizado é uma arma poderosa na luta pela sobrevivência e é uma característica inata do cérebro. Então, porque algumas crianças não aprendem, se é uma característica inata do cérebro aprender? Pensemos nisso (METRING, 2011, p. 56).

 

            Assim como a natureza foi dotando o cérebro de maior tamanho e potencialidades, conforme os ambientes humanos e sociais foram se complexificando provocaram a expansão da rede neural (novas conexões) que gerou novas aprendizagens, novos entendimentos numa cadeia em espiral irreversível. É assim que a mente humana foi se constituindo e não há como entender como ela se organiza com uma visão tradicional de inteligência. O educador precisa conhecer e reposicionar-se frente aos novos estudos e descobertas a respeito da mente e da inteligência humana. Só assim ele vai conseguir desenvolver seu trabalho na perspectiva de atender às individualidades e atingir o maior número possível de educandos.

           

O professor e a prática pedagógica

 

            Para entender o quanto é importante reorientarmos nosso entendimento sobre a mente humana devemos olhar para a complexidade do mundo presente e compararmos com o que tínhamos há cinquenta anos passados. Que tipo de mente era necessária naquele período para interagir com o meio, enfrentar problemas cotidiano, relacionar-se com as pessoas, adquirir informações para sobreviver, e de qual precisamos hoje para realizar as mesmas atividades? É possível situarmo-nos no mundo e viver hoje com os conceitos de quatro ou cinco séculos passados, concebendo ainda a mente humana como única estrutura e com uma visão tradicional da inteligência (“paleolítico digital”)? Cada momento que passa aprendemos mais sobre a evolução humana e o funcionamento do cérebro, fruto da revolução científica de diferentes área da biologia, da fisiologia, neurologia ...

            Muitas das descobertas científicas recentes sobre a mente humana chocam-se com muitas as práticas pedagógicas tradicionais que vêm sendo desenvolvidas há anos e que não levam em consideração como o cérebro evoluiu e como está organizado nos seres humanos. Não há duas pessoas com o mesmo perfil, para tanto se deve procurar  conhecer o estilo de aprendizagem de cada sujeito para criar modelos pedagógicos que permitam que cada um aprenda mais e melhor do seu jeito. Não conseguiremos, de um momento para outro, romper com uma longa tradição centrada em ensinar e avaliar de uma única maneira, de forma padronizada. O que alimenta nossa esperança é que pela primeira vez em toda história da humanidade temos conhecimentos que nos permitem entender e demonstrar que isso é possível e produz resultados mais palpáveis e melhores na aprendizagem. Não se trata de um conhecimento que sirva somente para compreendermos e estudarmos as crianças com perfis irregulares (como num primeiro momento se pensou em função dos casos analisados e estudados), mas para todas.

Com o avanço da Neurociência determinados procedimentos e acontecimentos pedagógicos não mais serão vistos da forma: “eu acho que meu aluno aprender melhor seu eu fizer desse jeito do que daquele”. Passa-se a ter dados objetivos para afirmar que x funciona melhor que y no que se refere aos métodos de ensino, portanto surge a demonstração de quais estratégias de ensino podem ser usadas com melhores resultados.

            Passa a ser possível ensinarmos o que é importante de ser aprendido de maneiras diferentes, utilizando linguagens diferentes, a arte, o humor, a imagem, o desenho, contando histórias para criarmos as condições para que mais sujeitos consigam aprender. Quantos mais conseguirem aprender maiores serão as possibilidades de converterem isso para outras linguagens e para o meio onde vivem, reestruturando  outras redes neurais (oportunizando novas sinapses[5]) e quanto maior for a ativação de novas redes neurais maior será seu entendimento sobre a vida e as coisas.

            Como ignorar o que ocorreu com o cérebro humano quando nosso trabalho envolve esta evolução e seus progressos, quando ele é afetado diretamente por eles? Por exemplo: crianças que não aprendem, que apresentam dislexia[6], de posse das imagens de seu cérebro torna-se possível tratá-las e também orientar educadores sobre como agir para explorar o potencial intelectual não comprometido do cérebro ou como obter resultados por meio da intervenção adequada a partir do conhecimento das características desta criança ou adolescente.

            Outro exemplo e campo onde a neurociência pode auxiliar é o que diz respeito às transformações provocadas pela revolução digital na mente humana que tem impacto profundo na educação, pois as redes neurais formadas como resultado do uso das novas tecnologias possibilitam mensagens instantâneas e multitarefas, o que dificulta a atenção ao foco e ao que deve ser aprendido.  O digital passa a ser um “competidor” com as atividades de estudo da escola. Como criar mecanismos para resgatar a atenção e concentração no que deve ser aprendido? É neste momento que deverá aparecer a criatividade e a arte do professor.

            O aprendizado contínuo durante uma vida inteira e com instrumentos cada vez mais sofisticados diferencia as novas gerações de outras anteriores, das quais, algumas nem sequer tinham educação institucionalizada. O cérebro humano aprendeu rapidamente isso desenvolvendo a capacidade de adquirir permanentemente novas informações que geram uma dinâmica interna de ciclo contínuo de expansão e ativação de novas sinapses, deixando-o cada vez mais ativo num processo de permanente retroalimentação, o que alguns estudiosos denominam de neuroplasticidade do cérebro.

 

Ao conhecer o funcionamento do sistema nervoso, os profissionais da educação podem desenvolver melhor seu trabalho, fundamentar e melhorar sua prática diária, com reflexos no desempenho e na evolução dos alunos. Podem intervir de maneira mais efetiva nos processos de ensinar e aprender, sabendo que esse conhecimento precisa ser criticamente avaliado antes de ser aplicado de forma eficiente no cotidiano escolar. Os conhecimentos agregados pelas neurociências podem contribuir para um avanço na educação, em busca de melhor qualidade e resultados mais eficientes para a qualidade de vida do indivíduo e da sociedade. (COSENZA, 2011, p. 145).

 

Há muito por vir no que diz respeito ao conhecimento sobre o cérebro humano, há muitos questionamentos em aberto ainda, quem sabe o que virá no futuro poderá até desconstruir muitas das “verdades” de hoje, isto não nos autoriza a ignorar sua importância para quem quer trabalhar como professor. Sem este conhecimento nossa prática poderá se tornar ainda mais pobre e enclausurada. Como as possibilidades da genética e da biologia ainda são limitadas (apesar do uso de substâncias e medicamentos), quem sabe a grande alternativa seja mudar as condições e o ambiente da aprendizagem.                      

REFERÊNCIAS  

BARTOSZECK, Amauri. Neurociência na educação. Disponível em: www.sitedaescola.com Acessado em 15/02/2012.

COSENZA, Ramon e GUERRA, Leonor. Neurociência e educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.

FIORI, Nicole. As neurociências cognitivas. Petrópolis/RJ: Vozes, 2008.

 

GAZZANIGA, Michael (Org.). Neurociência cognitiva: a biologia da mente. Porto Alegre: Artmed, 2006.

 

MAIA, Heber (Org.) Neuroeducação e ações pedagógicas. Rio de Janeiro: Wak, 2011, vol. 4.

METRING, Roberte. Neuropsicologia e aprendizagem: fundamentos necessários para planejamento do ensino. Rio de Janeiro: Wak, 2011.

 

RELVAS, Marta Pires. Neurociência e transtornos de aprendizagem: as múltiplas eficiências para uma educação inclusiva. Rio de Janeiro: Wak, 2007.

 

TIMM, Maria Isabel; et al. Emergência da Neuroeducação: a hora e a vez da neurociência para agregar valor à pesquisa educacional. Ciências & Cognição, 2010, Vol 15 (1), p. 199-210. Disponível em: http://www.cienciasecognicao.org. Acessado em 14/02/2012.           



[1] Professor da URI –Campus de Erechim. Doutor em Educação – UFRGS. Integrante do Grupo de Pesquisa Ética e Educação. [email protected]
[2] Alguns estudiosos falam de uma nova área denominada de neuroeducação, que seria responsável por agregar conhecimentos de diferentes áreas (neurologia, neuroanatomia, neucrociência, psicologia cognitiva...) com o objetivo de fazer uso destes conhecimentos  para potencializar as capacidades de cada estudante. Auxiliaria para entender as dificuldades de aprendizagem, como o cérebro funciona, como os circuitos neurais ocorrem, etc. e sua implicação na aprendizagem. Para estes estudiosos “[...] a próxima geração de educadores, obrigatoriamente, precisará levar em conta o conhecimento gerado por pesquisas das Neurociências, ao planejar e desenvolver seus projetos de ensino e aprendizagem.” (TIMM, 2010, p. 2).
[3] Neste texto, inclusive, não faremos distinções conceituais entre cérebro, mente, inteligência. Utilizaremos estas expressões como similares para designar o cognitivo humano.
[4] Hoje falamos de geração como um intervalo de tempo bastante curto se comparado com outros períodos da história da humanidade. Alguns estudiosos da área consideram geração o intervalo de tempo menor de uma década, o que era impensável no século XIX, por exemplo.
[5] Localização nos neurônios onde entram em contato com outros neurônios para transmitir informações. (GAZAANICAGA, 2006).  É um espaço entre dois neurônios, por onde se comunicam, ou seja, por onde ocorre a transmissão de informações por meio de elementos químicos chamados neurotransmissores (METRING, 2011). Locais que regulam a passagem de informações no sistema nervoso. (COSENZA, 2011).
[6] “A dislexia é um distúrbio neurobiológico caracterizado pela dificuldade no reconhecimento preciso ou fluente das palavras, com dificuldade de soletrar e recodificar os sinais gráficos em sons. O problema resulta de uma deficiência do componente fonológico da linguagem, que geralmente contrasta com as demais habilidades cognitivas do indivíduo que tem inteligência normal.” (COSENZA, 2011, p. 105).