Um velho fazendeiro resolve colher algumas frutas em sua propriedade. Pega um balde vazio e segue rumo ao seu pomar. 

No caminho, ao passar por uma lagoa, ele ouve vozes femininas que provavelmente invadiram sua fazenda. 

Ao se aproximar lentamente, ele observa várias garotas nuas se banhando na lagoa. 

Quando elas percebem a presença dele espiando, nadam até a parte mais profunda da lagoa e gritam: 

- Nós não vamos sair daqui enquanto você não deixar de nos espiar e não for embora. 

- Eu não vim aqui para olhar vocês. Eu só vim alimentar os jacarés.

È interessante notar como as pessoas mais maduras conseguem, através da sua experiência e bom senso, julgar e decidir melhor do que os jovens, cheios de arrebatamento e energia. Vide o brilhantismo do nosso velho fazendeiro frente ás garotas que se acharam, num primeiro momento, donas da situação.

Isso se dá porque, via de regra, os imaturos facilmente tornam-se defensores xiitas e arrebatados de ideologias que tentam muito simplificadamente (e, portanto com muitas brechas) explicar o mundo. Contudo, seus seguidores acreditam e defendem que elas são “verdades absolutas”, verdadeiros dogmas acima de quaisquer suspeitas.

Já os mais experientes, no auge de sua maturidade, buscam enxergar e compreender qualquer questão de todos (ou quase todos) os seus ângulos. Desta forma, eles demonstram melhor critério e sensatez em seus julgamentos e decisões. .

Vale lembrar a citação de Oscar Wilde, que diz: “experiência é o nome que damos para os nossos próprios erros”. Sim, para adquirirmos experiência, erramos. E erramos muito. Quem não foi arrebatado por ideias revolucionárias quando jovem e quem não foi “xiita” na defesa árdua e radical de crenças extremistas?

Com o acúmulo destes nossos erros, vamos encontrando e ficando usuários mais convictos do bom senso. O bom senso da moderação, a opção pelo quarenta ao invés do oito ou do oitenta, a escolha do caminho do meio.

Caminho do meio é uma expressão que sugere evitar os posicionamentos extremados, sem cuidado, atenção e consideração com os dois (ou mais) lados do problema. Mostra-nos a importância de ponderar muito sobre os pontos óbvios e os não tão óbvios em cada assunto, desenvolvendo nossa capacidade de ponderar.

Ao mesmo tempo que o mundo dos negócios necessita de muita ousadia, atrelada á persistência e á coragem de errar, uma característica que sempre é fundamental para os executivos é justamente a maturidade. Ela advém, portanto, desta busca pelo caminho do meio, esquivando-se de repetir os erros que seriam cometidos pelos arroubos insensatos.

Afinal, o mundo não é nem branco e nem preto, È cinza.

 

Nádia Januário

Bacharel Administração com Habilitação em Marketing

MBA em Gestão de Pessoas

Pós em Sociologia

AUTORA DO LIVRO: Tendências Globais em Gestão Treinamento e Desenvolvimento - 2020