Negociação da Fantasia Obscura com o Universo

Por BESSANI, Dinaldo | 16/01/2013 | Filosofia

Um musicista que se suicidou num caso raro de amor volta a dar notícias. O mágico que previa maravilhas foi ludibriado pela ingênua dor do acaso. A jovem que sequestrou um rapaz que nunca desejou viveu feliz além-túmulo. E o sol que já se foi e volta horas depois não se cansa de aparecer e reaparecer. Como as coisas Invisíveis Nascem?

Mas o que importa agora é sumir sem demora. E a flor que antes dançava fez questão de abandonar o existir. Recebam este mísero vassalo: muito me honra vos trazer próximo a mim; sou errante, vivo distante! Faço parte do encanto que desencanta a vida vazia.

Sou poeira estelar, portanto, químico inato. Não obstante, sem formação acadêmica; tenho ferro para o sangue, oxigênio para o pulmão, cálcio para os ossos, nitrogênio e carbono que ajudam a compor meu material genético. Segundo o pesquisador Chris Impey, somos destroços de várias gerações de estrelas. Como se não bastasse, uma clientela considerável de humanos usa em seus corpos; ouro, prata, platina, que são materiais de ‘supernovas desaparecidas’. Ao morrer devolvo carbono a Terra.  Tens coragem de me perguntar de onde vim? Sou o pó da ‘velha Stellaris do espaço’ que tu vês que já não és mais. 

Emito radiação eletromagnética apenas com a energia do PENSAMENTO. Ocorre transmissão entre eu e tu. Porém, desconfias sem acreditar. A segunda voz de tua mente corresponde à oitava do meu décimo sexto sentido. Tu só tens cinco mal usados. Desconhece o resto por limitada sensibilidade. Finjo-me de segunda pessoa do singular a todo tempo. Não sou tu. Quem sou Eu? Queres desmistificar esta esfinge? Almejo a evolução de tua alma! Quer ceder? “Decifra-me ou devoro-te!” Oh! Átomo decrépito.

Permaneço feito antena que capta sinais teoricamente inexpressivos a olho nu. Minhas roupas brotam para ti, entretanto; em verdade inexiste. Sou obscuro porque te embaraço. O excesso de reflexão causa desordem e faz com que não analises a real alameda que se propôs a seguir. Ocasionando estranha mistura fria de nitrogênio com hélio que nada produz para sua melhoria pessoal. O que o Universo tem haver com isso? Simplesmente tem um bom tanto de substâncias que temos em nossa carcaça material. H2O sem bactérias nocivas, por gentileza!

Como indivíduo, percorres abancado de dia e corres em esteira de academia a noite? Estás louco! O que ganho com o que perco? Por que se vai se nunca foi? Ora, pense; ou retirarei a hemoglobina que te faz sentir vivo, nobre, Adúltero. Sujeito excêntrico; no jantar, come zinco e enxofre. No almoço, ácido fólico. Ganhou uma tabela periódica para sobreviver. Sem dizer que o limão é sua fruta favorita. Evita ficar próximo dos que utilizam benzopireno.

Dizem os sábios que o maior segredo da humanidade fica guardado a sete chaves dentro de si mesmo. Não descubro os Enigmas do cosmo porque não consigo me desvendar. Traduzo-me em interrogações improfícuas aqueles que não se questionam. Ocupo a atmosfera que não é oca de coisas que não se vê.

A calmaria é algo primoroso para quem a tem. A arte de silenciar-se nobilita todos os lugares habitados pelos seres vivos. Há um provérbio oriental fascinante que deveria prevalecer em locais públicos: “Só fale se puder melhorar o silêncio”. É vero! Nos pontos escuros das galáxias aos quais podemos supor (fora o que jamais conheceremos), a sinfonia é agradável aos ouvidos. Não tem funk. Oh! Mas então, como Surgem os fatos que atualmente não podemos ponderar como veridicamente incondicional? Há quatro áreas inevitáveis que Talvez consigam nos responder a esta pergunta. Estas não dependerão necessariamente de alguma crença superior irracional. Aliás, foram delas que metaforicamente ‘pincelei’ o texto a todo o momento: a Química, a Física Quântica e o Espiritismo (saliento a prática séria). E como complemento eficaz, a Biologia.

A grande Dúvida Filosófica é quantos suportarão as promissoras Descobertas. A taça de vinho está servida há séculos. E o mundo continua girando sem ninguém ousar tocá-la. Com ela a notável ciência incompleta que se desequilibra frente aos mistérios cada vez mais fortalecidos pelo não saber. Pobre Destino do Homem! Ser servo dos Enigmas da falsa ilusão.