O Natal que, um pouco por todo o mundo, ainda se comemora com a dignidade que se impõe, propicia às famílias, aos amigos e até aos conhecidos mais chegados, momentos de intensa confraternização, onde a saudade dos que estiveram ausentes vem, emocionalmente, à “flor da pele”, para, por entre abraços, beijos e lágrimas, estas de alegria e felicidade, as pessoas “matarem” as saudades, tantas vezes quantas as necessárias, até que os corações se acalmem.

Como seria magnífico que todos os dias do ano se festejasse o Natal, numa perspectiva de amor, de paz e de felicidade. Infelizmente, tais como muitos outros dias festivos, que se celebram ao longo do ano, assim não acontece o que: se por um lado, não constituiu um mal maior; por outro lado, também permite viver este período da família com mais veemência.

Este período de tempo, também poderá ser aproveitado para uma revisão da perceção, relativamente ao que fizemos durante os restantes 364 dias, porque em boa verdade, ao longo dos anos, ou até de décadas, muitos erros foram cometidos: uns, involuntariamente; outros, propositadamente, por isso, é chegado o momento de acertamos as contas com o “tribunal da nossa consciência”.

O contexto natalício importa que seja experienciado sem mágoas, sem aversões e, acima de tudo, que os sentimentos negativos sejam substituídos por afetos positivos, no mínimo, que a partir destes, se inicie um processo de reconciliação para com as pessoas que, ao longo do ano, ou dos anos, estiveram de costas voltadas para nós e, provavelmente, também nós não teremos agido da melhor forma, logo, é  necessária a nossa compreensão, benevolência,  generosidade e humildade para que possamos retomar o que, possivelmente, há décadas terá sido interrompido, quantas vezes sem se saber as razões de tais comportamentos.

O Natal é união da família, certamente, mas essa circunstância constitui, apenas, uma parte da grandeza que devemos dar ao dia do nascimento de Jesus Cristo, obviamente, na perspectiva dos devotos católicos, porque outras manifestações, realizadas por crentes noutras dimensões religiosas, seguramente que devem ser respeitadas, sem censuras, nem condenações, até porque, poderá  alguém afirmar com total certeza, quem é que neste mundo está certo ou errado, no que respeita a uma possível vida espiritual para além da morte física?

No âmbito das nossas tradições natalícias: sejam de natureza religiosa cristã; sejam no âmbito dos festejos profanos; sejam, ainda, ao nível da solidariedade para com os mais necessitados, a verdade é que deveremos colocar de lado todas e quaisquer divergências, que nos tenham separado no passado e, retomemos agora uma vida de harmonização, de amor, de paz e de felicidade.

Neste Natal de 2017, e no que a Portugal respeita, haverá melhores condições materiais para que: as pessoas, as famílias, os trabalhadores, os empresários e todo o tecido económico-social possam “respirar” um pouco de uma carga fiscal brutal que, durante alguns anos lhes foi imposta, de fora para dentro, desnecessariamente, conforme se tem vindo a comprovar.

Portugal e os Portugueses, em geral, têm razões para: festejar este Natal com redobrada esperança num futuro melhor; com perspetivas de um nível de vida superior a que, legal e legitimamente têm direito; portanto, haverá motivos que justificam acreditar que o pior terá passado, que soubemos vencer os obstáculos que nos foram colocados, razões mais que suficientes para encararmos este Natal com otimismo, com alento e alegria.

Desperdiçar esta quadra tão importante na vida das pessoas, das famílias, das organizações, pode significar mais uma oportunidade perdida, no caminho do Bem-Comum, do Amor, da Paz e da Felicidade. Não querer aderir, com entusiasmo, às seculares e salutares tradições religiosas e profanas portuguesas, é colocar-se à margem de uma comunidade civilizada, culta e humanista, como é a Portuguesa, em particular, e a sociedade Lusófona em geral.

Independentemente da crítica, já muito banal, que muitas pessoas fazem, quando afirmam que “Natal deveria ser todos os dias”, com a qual até se concorda, a verdade é que, se pelo menos, uma vez por ano, houver um esforço de boa-vontade, de afeto sincero e de alegria, então vale a pena esperar um ano para se vivenciar este dia, com a dignidade que tanto nos caracteriza.

 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

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