RESUMO

Esse trabalho de curso apresenta o tema natação e o desenvolvimento motor em crianças nos dias atuais sob uma visão pedagógica, visando compreender o desenvolvimento psicológico e motor em crianças sem necessidades especiais e crianças com deficiência física e mental. Embora a natação seja reconhecida como esporte entende-se que o conhecimento adquirido sobre uso do meio aquático, por mais pessoas, beneficiara crianças normais, com deficiência física e mental e, também, professores podem fazer uso desta pesquisa para melhorarem o desempenho das crianças em sala de aula. A natação há muitos anos vem colaborando em inúmeras pesquisas na área da saúde e será explicita neste trabalho a sua colaboração com os estudos voltados a crianças. Esses escritos têm por objetivo elucidar sobre o uso do meio aquático para melhorar o desenvolvimento motor em crianças e como pode melhorar a qualidade de vida em crianças com deficiência física e mental, estimulando e superando obstáculos. A metodologia usada nessa obra se resume a fontes primarias baseada em artigos e pesquisas desenvolvidas por outros autores. A pesquisa é qualitativa com caráter exploratório, expondo resultados obtidos por profissionais que realizaram pesquisas individuais dos temas a serem tratados, onde serão reunidas as informações e detalhados os seus resultados, visando expor os benefícios do meio aquático para o desenvolvimento motor em crianças. Esse exercício faz parte do estudo literário e reflexivo acerca do desenvolvimento motor, psicológico e qualidade de vida dos praticantes da natação. Ademais as considerações finais corroboram para uma vida saudável, trazendo inúmeros benefícios à saúde.  

Palavras-chave: Natação. Desenvolvimento motor. Qualidade de vida.

1. INTRODUÇÃO

Este artigo trata do tema natação e o desenvolvimento motor em crianças, será demonstrado os meios a se alcançar e compreender o progresso na vida de nossas crianças pela utilização da natação.

O que o meio aquático pode oferecer para melhora a qualidade de vida das crianças, como ao longo de seu desenvolvimento pode ajudar ao sistema motor e psicológico.

Além disso, demonstrar aos pais e educadores como a natação pode influenciar nos aspectos sociais e psicológicos das crianças moldando adultos com qualidades essenciais para uma vida saudável.

O objetivo é de elucidar os benefícios trazidos pela natação no meio aquático. Como o emprego dessa atividade esportiva pode melhorar a qualidade de vida em crianças sem necessidades especiais e com necessidades especiais, e como tais mudanças estimulam o desenvolvimento cognitivo e motor nas crianças adaptando-as para desenvolver quaisquer atividades físicas.

Para Haddad (2007, p.10) apud Nahas (2001) “qualidade de vida pode ser uma medida da própria dignidade humana, pois pressupõe o atendimento das necessidades humanas fundamentais”.

Serão apresentados resultados de pesquisas realizadas por um coletivo de autores, que buscam explicar como a natação pode ser benéfica ao corpo humano, desse modo que temos que dar por certa a necessidade de sua aplicação.    

2. O SURGIMENTO DA NATAÇÃO

Parece-nos que os primeiros indícios sobre a natação ocorreram na pré-história, a cerca de 3000 anos, com os registros em pintura rupestre no Egito Antigo indicando que havia professores de natação para crianças nobres.

A natação surgiu para o que o homem possa recolher alimentos para fins utilitários e além do mais para se salvar de um perigo em terra, ou seja, necessidade de fuga.

Logo após na Grécia, os gregos prestavam homenagem a Poseidon, uma figura mitológica considerada o rei dos mares, com a disputa de provas de natação em Jogos Ístmicos. Ademais foi incluído no treino de guerreiros compondo parte dos treinamentos dos soldados.

Em Roma, a natação fazia parte do sistema educacional romano, praticadas em suntuosas piscinas em tamanho 100x25 metros.

 Mas durante a Idade Média decresce o interesse para a natação, pois a igreja condenava essa modalidade por esta relacionada ao culto da beleza física e difundiu ideias que a modalidade aquática disseminasse epidemias.

Essas noções só começaram a cair em descrédito na época do Renascimento no reinado de Luís XIV com o surgimento das construções de várias piscinas, sendo que a primeira construção aconteceu na França, precisamente na cidade de Paris.

Assim sendo a modalidade tornou-se um esporte organizado na primeira metade do século XIX, com a fundação do National Swimming Society na Inglaterra, onde foram criadas regras para essas competições. As primeiras provas foram realizadas em Londres no ano de 1837.

Logo após esse evento foi inventado o nado crawl, um estilo muito utilizado até os dias atuais, no qual os movimentos dos braços são alternados.

Em 1896 na Grécia, cidade de Atenas, a natação foi incluída nos Jogos Olímpicos, sendo disputada em mar aberto com os estilos: livre (crawl) e peito.

No Brasil, a natação surgiu em uma comunhão entre os clubes Botafogo, Icaraí, Gragoatá e Flamengo ganhando repercussão através da fundação da União Regatas Fluminense em julho de 1897.

Nos Jogos Olímpicos de 1904, foi incluído o nado costas e no ano de 1908 os jogos foram disputados em piscinas.

Ademais em Estocolmo, na Suécia, no ano de 1912, os Jogos Olímpicos começaram a abrigar competições femininas.

A natação é controlada pela FINA, Federation Internationale de Natation, criada em 1908 com a finalidade de administrar as modalidades esportivas dos saltos ornamentais, do nado sincronizado e do pólo aquático. Atualmente existem cinco estilos de natação, sendo eles: livre (crawl), borboleta, costa, peito e medley.

3. DESENVOLVIMENTO MOTOR

A compreensão do comportamento humano se dá pelo entendimento de categorias comportamentos (domínios), onde se determinam meios de instruir cada uma do seu modo adequado, onde a verdadeira existência esta totalmente relacionada e é indivisível. Conforme Palafox (p. 01) ´´[...] lembrando que na realidade concreta tudo se relaciona e é inseparável. [..].

O desenvolvimento perceptivo-motor aplicado de maneira correta garante uma construção mais adequada acerca do mundo extrínseco que a permeia, o sistema sensório-motor da criança está completamente ligado com o desenvolvimento na aprendizagem simbólica, onde noções de espaço tempo se fazem indispensáveis para esta associação.

A ligação perceptivo-motora é fundamental em um processo de aprendizagem, sejam por cálculos ou leituras,  garantindo um processo de amadurecimento que irá esculpir suas estruturas cognitivas. Para Palafox (p. 01) ´´[...] É PELO COMPORTAMENTO PERCEPTIVO-MOTOR que a criança aprende o MUNDO DO QUAL FAZ PARTE. [...]``.

Desenvolvimento motor é a área de estudos relacionados à aprendizagem motora e comportamento motor, contempladas por habilidades, padrões, generalizações motoras e capacidades físicas.  Sendo estabelecidos preceitos básicos para respaldar ações pedagógicas.

Desenvolvimento motor Segundo Gallahue (2003. p. 96):

 

Desenvolvimento motor é uma alteração continua do comportamento motor ao longo do ciclo da vida. Pode ser estudado tanto como um processo quanto como um produto. Como um processo, o desenvolvimento motor envolve necessidades biológicas subjacentes, ambientais e ocupacionais, que influenciam o desempenho e as habilidades motoras do indivíduo desde o período neonatal até a velhice. Como um produto, o desenvolvimento motor pode ser considerado como descritivo ou normativo, sendo analisado por fases que refletem o particular interesse do pesquisador (GALLAHUE, 2003, p. 96, apud MACHADO, p. 10).[1]

 

Certas habilidades são incorporadas ao decorrer de nossa vida, tais destrezas estão explícitas em cada fase de nossa vida quando criança com: noções do espaço, controle postural e equilíbrio, ter controle sobre sua postura, controle do seu movimento, como virar para os lados, deitar, sentar e ficar de pé.

Veremos como Fleishman trata o tema habilidades motora:

Fleishman (1972): qualidade geral do indivíduo relacionada com a execução de uma variedade de habilidades ou tarefas. Capacidade e um prazo geral ou qualidade de um indivíduo relacionada com o desempenho de uma variedade de habilidades motoras, tais como FORÇA, VELOCIDADE, TEMPO DE REAÇÃO, FLEXIBILIDADE, EQUILIBRIO, etc. (FLEISHMAN, 1972 apud PALAFOX p. 4).[2]

 

Ademais se aprende a manipulação objetos, ter controle para manipular e conhecer com o toque, segurar, apertar, manusear e largar objetos permitindo descobertas acerca das qualidades oferecidas no contato, assim como no ato de andar, puxar, empurrar, carregar, andar ou correr combinado, quicar, saltitar, subir, equilibrar, saltar, entre outros.

 

4. A ATUAÇÃO DA NATAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR PARA CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

No meio líquido, a natação aplicada de modo lúdico emprega inúmeras alternativas para que os seus adeptos desenvolvam habilidades motoras, cabe ao professor estimular essas habilidades por meio de exercícios e brincadeiras.

A importância da natação no desenvolvimento psicomotor é aprimorar a capacidade física e habilidades dos educandos auxiliando a desenvolver coordenação dos membros superiores e inferiores, agilidade, equilíbrio e lateralidade proporcionando avanços no progresso motor e no processo de aprendizagens.

Sabe-se que a natação é o esporte que possui a menor parcela de restrições comparada a benefícios como a construção do esquema corporal e no desenvolvimento psicomotor. A psicomotricidade na Educação Infantil contribui para o desenvolvimento motor, cognitivo e socioafetivo essencial na formação física e mental da criança.

Vejamos o que nos diz Dourado:

 

A psicomotricidade pode ser entendida como um meio de estruturar os elementos psicomotores e permite que o indivíduo conheça a si mesmo, o seu próprio corpo e o ambiente em que está inserido. Para que a criança alcance um bom grau de desenvolvimento psicomotor, ela precisa ter um bom domínio corporal, uma percepção auditiva e visual boa, uma lateralização definida, boa orientação espaço-temporal, coordenação fina entre outros comandos psicomotores. Quanto mais trabalhado for o seu desenvolvimento psicomotor, sua adaptação ao meio em que vive será muito melhor e significativa. (DOURADO, 2013 apud BORGES n.p.).[3]

 

É importante que o professor esteja ciente dos processos de aprendizagens das crianças cabendo a esse profissional conhecer o desenvolvimento motor e suas fases para proporcionar atividade que utilize o corpo como meio para explorar, criar, brincar, imaginar, sentir e aprender explorando os conceitos da psicomotricidade.

 O profissional de educação física é o agente facilitador criando situações e estímulos variados trazendo a psicomotricidade sob o olhar pedagógico e preventivo, que tem por objetivo unir o corpo (sinestésico), o sujeito (relacional) e a afetividade.

 

5. NATAÇÃO: DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE NA VIDA DE CRIANÇAS

 

Qualidade de vida não se resume em apenas alguns fragmentos de situações, ela está muito além se exercitar é excelente para o ser humano e traz satisfação e prazer.

 

5.1 Qualidade de Vida

 

Para The Whoqol Group (1994, apud HADDAD, p. 10) “Qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.

O conceito de qualidade de vida é muito vasto, e pode se alterar no decorrer da vida de uma pessoa, o que pode ser bom para você hoje, amanhã talvez não seja. Ele aponta como único fator que é o bem-estar pessoal e que pode ser alterada de acordo com a época, cultura vivida e está relativamente ligado a valores coletivos e individuais. Desta forma se caracteriza por ser uma concepção social com traços de condicionalidade cultural.

De acordo com Nahas (2001, apud HADDAD, p. 10) “Qualidade de vida pode ser uma medida da própria dignidade humana, pois pressupõe o atendimento das necessidades humanas fundamentais”.

Além do mais se sabe que a qualidade de vida está ligada há aspectos sociais de saúde e psicológicos, onde a compreensão da pessoa está ligada a questões positivas e negativas de sua vida, onde seu deleite e qualidade de vida se relacionam diretamente.

Vejamos o que pensa MATSUDO (2001, apud HADDAD, p. 10) “Saúde e capacidade funcional são de importância vital na avaliação da qualidade de vida do ser humano, pois indicam o nível de participação da pessoa na sua comunidade e sociedade, enriquecendo assim sua própria vida e a daqueles que a cercam”.

 

5.2 Elemento Água

 

A água tem como propriedade física o menor atrito com o solo, reduzindo o impacto assim como a velocidade de movimentos, onde se reduz lesões em execuções sejam em quaisquer níveis de movimentos mais intensos ou não dentro da água.

De acordo com Montagu:

 

A gravidade reduzida no ambiente aquático nos proporciona uma liberdade de movimentos quase espacial e modifica completamente o tipo de estímulos enviados pelos tratos vestibulares ao sistema reticular ativador (SRA), alterando assim o funcionamento do neo-córtex e de outras áreas cerebrais, cujo grau de atividade é influenciado por esta estrutura (MONTAGU apud MORINI, 1997, apud HADDAD, p.13).[4]

 

A água nos leva a sentir experiências diferentes quando estamos em contato direto como ela, como dentro de uma piscina durante uma atividade física. A gravidade é alterada e junto com ela perdemos a noção do centro de gravidade. De acordo com a Association of Swimming Therapy (1986, apud HADDAD, p. 14), o peso do corpo não é uniformemente distribuído, algumas vezes este parece desequilibrado, porque o peso não está onde esperávamos que ele estivesse.

Outros aspectos em relação água é sua densidade, flutuabilidade, fricção, temperatura e pressão, todos são fatores que fazem com que nosso organismo se adapta as condições impostas pela água em certas situações.

Como a fricção que é o resultado do contato da água com nossa pele, ela chega a ser 790 vezes maior dependendo do movimento realizado, resultando em um gasto energético muito superior se acaso o mesmo movimento se passasse fora da água. Como afirma Velasco (1997) “[...] isto significa que o ritmo de realização dos movimentos são mais lentos na água [...]”.

 

5.3 Natação Benefícios

 

Conforme afirma Costa e Duarte (COSTA; DUARTE, 2000, apud HADDAD, p. 16), a água oferece propriedades que facilitam a locomoção da pessoa sem grande esforço, reduzindo o estresse das articulações que sustentam o peso do corpo, ajudando no equilíbrio estático e dinâmico.

 

a) Regulação térmica

Nosso organismo possui a capacidade de regular nossa temperatura de acordo com o ambiente que estamos e como água muda constantemente a temperatura nosso organismo é acionado várias vezes, sendo assim, nosso organismo ficará mais treinado e resistente a mudanças bruscas de temperaturas externas e consequentemente mais resistentes a doenças frutos de intempéries do meio.

b) Coração e aparelho respiratório

Devido à pressão e a resistência da água exercida sobre o abdômen e a caixa torácica, temos como resultado o aumento do metabolismo na atividade devido ao esforço realizado, resultando na tonificação do musculo cardíaco. Bem como, o fortalecimento dos músculos respiratórios devido à pressão durante a inspiração.

c) Aparelho locomotor

Como a água possui uma gravidade quase nula, consequentemente auxilia no processo de reeducação motora praticada dentro da água, movimentos que realizados fora da água seriam de grande dificuldade de execução. Colaborando assim, por fortalecer os músculos envolvidos na atividade.

d) Psicossocial e cognitivo

Durante o contato com o meio líquido ocorre um tempo até que a pessoa aprenda os seus benefícios e o autoconhecimento, a partir deste ponto se aprende a desfrutar do meio líquido gerando benefícios como aumento da autoestima, autoconfiança, autoimagem, independência, concentração e impulsionam o desenvolvimento da aprendizagem cognitiva. 

e) Fisiológico

Os benefícios fisiológicos para nosso corpo são muitos dentre eles podemos destacar:

 • atenuação de espasmos e relaxamento muscular;

• redução da dor muscular e articular;

• manutenção ou melhora da abrangência de movimento articular;

• intensificação e aumento da resistência muscular localizada;

• melhoria circulatória e elasticidade da pele;

• melhoria do equilíbrio estático e dinâmico;

• relaxamento dos órgãos de sustentação (coluna vertebral);

• melhoria da postura;

• evolução da orientação espaço-temporal;

• evolução do potencial residual (adaptação de movimento na água).

 

 5.4 Crianças

Para crianças tudo deve ser enxergado de forma lúdica, elas ficam deslumbradas com situações que trabalham o imaginário, os professores devem buscar mesclar o lúdico com o item a ser trabalhado. Buscam-se sempre conteúdos produtivos que vão auxiliar o desenvolvimento da construção dos fundamentos morais, afetivos, psicológico e motor.

Como descreve Machado, “[...] nesta fase a natação precisa ser vista de forma lúdica e assim buscando resultados de forma secundaria. [...]”.

Já para Massaud e corrêia (1999) “[...] o desafio contido nas situações lúdicas provoca o funcionamento do pensamento e leva a criança a alcançar níveis de desempenho que só ações, por motivação intrínseca, conseguem[...]”.

A natação proporciona além da sobrevivência e subsistência, promove o prazer e desenvolvimento do educando, o meio líquido é responsável por atingir quaisquer faixas etárias, desde bebês a terceira idade.

Vejamos como Eckert descreve a natação para crianças:

 

A natação é um dos esportes mais precoces para as crianças. Alguns trabalhos realizados com crianças na pré-escola indicaram que é comum para aquelas de seis anos de idade desenvolver habilidades de nadar razoavelmente bem, sendo possível existir vantagens reais quanto ao físico para a introdução da natação (ECKERT, 1993, apud MACHADO, p. 9).[5]

 

Conforme já descritos neste trabalho a natação proporciona inúmeros benefícios aos praticantes, um esporte amplamente difundido e cada vez mais aceito pelos pais, onde se tornam uma alternativa para o primeiro esporte ou atividade a ser praticado pelo seu filho, ademais a sua pratica inserida nos primeiros anos de vida propiciam a construção de reflexos que integram a ascensão psicomotora da criança.

 

6. ATIVIDADES LÚDICAS NA NATAÇÃO PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

 

As pesquisas constatam a importância do ensino lúdico na natação como um meio eficiente para superar e vencer dificuldades do próprio corpo no meio líquido e no solo. Assim o desenvolvimento de atividades lúdicas aquáticas com jogos, brincadeiras e movimentos corpóreo-sensórias melhoram a obtenção de força e equilíbrio aos movimentos corporais e a socialização para com o próximo.

Veremos a visão da doutora Becchi, e de Lima sobre o tema:

A contração muscular ocorre com a saída de um impulso elétrico do sistema nervoso central que é conduzido até ao músculo através de um nervo. E, que esse estímulo elétrico do sistema nervoso central que é conduzido até ao músculo através de um nervo. Esse estímulo elétrico por sua vez, desencadeia o potencial de ação que resulta na entrada de cálcio (necessário à contração) dentro da célula, e a saída de potássio da mesma. Como órgãos ativos do movimento, salientamos sua importância na postura, pois, para pessoas com comprometimentos motores de membros superiores e inferiores esse fortalecimento permite ampliar sua força para caminhar no solo.

Quanto às propriedades físicas da água (densidade, pressão hidrostática, viscosidade, entre outras), são aspectos influenciadores tanto no aspecto fisiológico como psicológico. Com a contração e relaxamento muscular, haverá estímulos necessários para o desenvolvimento do controle respiratório e da aptidão cardiorrespiratória, consequentemente existirá o auxilio no desenvolvimento da fala. (BECCHI e LIMA, 2007, p. 4).[6]

 

A natação complementa o processo na reabilitação, no autoconhecimento e nos aspectos psicológicos auxiliando crianças com deficiências físicas a liberar tensões, angustias, agressividade entre outros. Pois simultaneamente o movimento proporciona ondas de prazer, alegria e contentamento. Mostrando-se um meio eficaz na construção da autonomia e da criatividade. Portanto os benefícios que as atividades aquáticas possibilitam ao corpo humano são considerados físicos ou fisiológicos, psicossociais e cognitivos.

A utilização de materiais alternativos e didáticos durante o processo pedagógico nas aulas de natação como o pé de pato, tapetes flutuantes, bambolês, argolas, canudos, palmar, garrafas pet, a máscara, a mesa ou a cadeira que servem de plataforma, o espaguete entre outros estimulam a criatividade dos professores e alunos.

Segundo a doutora Becchi, e de Lima:

 

O professor pode também, sugerir ou criar com o auxilio dos alunos materiais novos, utilizando materiais alternativos, recicláveis ou até estimular que os alunos confeccionem materiais para serem empregados nas atividades. E, para o desenvolvimento do processo pedagógico é fundamental que o professor mergulhe na aventura dessa emoção em meio líquido, entrando na piscina e participando com as crianças das brincadeiras. Bem como não deixar de observar o sucesso que cada uma delas conquista e descobre durante a realização dos eventos. Outro aspecto a ser destacado é que a criança identifique e conheça os processos orgânicos que vai acontecendo no desenvolvimento de cada fase que se executa. (Ibidem. p. 5).

 

As atividades no meio líquido inicialmente podem gerar receio ou medo em crianças portadoras de deficiências físicas, mas o processo lúdico contribui para a evolução corporal e social.

 

7. A NATAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO MOTOR EM ALUNOS COM SÍNDROME DE DOWN

 

De acordo com o registro de pesquisas a natação visa à autonomia do aluno, a melhora da sua condição física, o aumento das habilidades motoras e a progressão para o desempenho de Atividade de Vida Diária (AVDs).

As crianças com Síndrome de Down apresentam desenvolvimento motor e cognitivo mais lento, pois a sua formação física e intelectual não corresponde naturalmente aos estímulos motores. Sendo necessário mais tempo para alcançar novas habilidades motoras, devido ao atraso motor e intelectual. É notório que estamos em processo de evolução do desenvolvimento físico e mental no decorrer do ciclo da vida.

Segundo os estudos de Santos (2012, apud OLIVEIRA p.30) a natação estimula o desenvolvimento motor das crianças com Síndrome de Down no ambiente aquático, sendo primordial para a evolução dos mesmos podendo ser praticada desde os primeiros meses de vida sob orientação de um especialista proporcionando fortalecimento muscular de forma geral.

Vejamos a citação feita por Santos:

 

Quando realizado desde sua infância proporciona o fortalecimento muscular de forma geral é o desenvolvimento da coordenação motora grossa. Esse esporte é um dos que mais gera benefícios na área do desenvolvimento corporal; sistema locomotor; sistema cardíaco; sistema respiratório e circulatório, pois quando o corpo humano entra em contato com o meio aquático, o organismo sofre adaptações, gerando o processo de reorganização corporal, que é importantíssimo para a integração sensorial dessas crianças com Síndrome de Down. É uma atividade que pode ser executada como recreação, para uma melhor adaptação ao meio aquático e aos poucos vão sendo aplicadas as técnicas. (SANTOS, 2012 apud OLIVEIRA p. 30).[7]

 

Grasseli e Paula destacam que:

 

Entre os benefícios alcançados é notado também o aumento da amplitude de movimento; fortalecimento e aumento da resistência muscular; melhoria no equilíbrio, relaxamento das estruturas de sustentação (coluna vertebral); melhoria da postura; melhoria da orientação com relação ao espaço, bem como sobre os mecanismos fisiológicos importantes para a manutenção de uma vida mais saudável; melhoria circulatória; aumento do metabolismo, promovendo o fortalecimento da musculatura cardíaca, o aumento do volume do coração e uma consequente melhoria no sistema circulatório; já no sistema respiratório provocará o fortalecimento dos músculos respiratórios, melhorando a capacidade respiratória Sabe-se que a proveitos significativos com relação à interação sócio afetivo, pois a convívio entre crianças com Síndrome de Down e crianças não portadoras da síndrome facilita a socialização elevando a autoestima. A natação mostra-se como aliada no processo de desenvolvimento motor gerando ganhos no desenvolvimento de alunos com Síndrome de Down. (GRASSELI e PAULA, 2002 apud OLIVEIRA p. 30).[8]

 

A teoria sócio interacionista favorece o desenvolvimento cognitivo e motor ao criar uma zona de desenvolvimento proximal, ou seja, uma ponte sobre o que a criança consegue fazer sozinha e o que precisa da ajuda do próximo para executar com sucesso, esses ganhos se dão por meio de estímulos por profissionais capacitados.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista os aspectos mencionados no texto compreende-se que se refere o título do trabalho, durante o decorrer da atividade decorremos os conceitos e fatos que faz com que a natação tenha um papel fundamental na vida das crianças. Ademais expõe como pode ser importante em todas as idades.

Afirma que a natação serve de grande auxílio para o desenvolvimento em crianças com necessidades especiais, promovendo inúmeras melhorias em diversos quadros de deficiência já que o meio liquido irá trazer benefícios de tal modo que o corpo e mente serão recrutados.

Devemos compreender o poder da natação, pois os aspectos fisiológicos aos poucos começam a entender que expostos a tais condições precisam mudar para se adaptarem, mudanças essas que chegam acompanhadas de uma carga de emoções, satisfação e prazer, de estar dentro da água para uma aula de natação. Na qual sem demasiada demora começam as mudanças em nosso sistema fisiológico e emocional.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS                              

BECCHI, Anne Cristine; LIMA, Sonia Maria Toyoshima. A ludicidade na natação para crianças com deficiência física. Congresso brasileiro multidisciplinar de educação especial. Disponível em: Acesso em: 16 abr. 2018, 11:05:00.

DELGADO, Leonardo. Natação História. Centro Educacional Cristão. Disponível em: . Acesso em: 08 abr. 2018, 22:05:00.

BORGES, Raphaella Khareniny Fernandes de Melo; MACIEL, Rosana Mende. A Influência da Natação no Desenvolvimento dos Aspectos Psicomotores em Crianças da Educação Infantil. Revista cientifica multidisciplinar. Disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2018, 23:10:00. 

HADDAD, Fernanda Hipólito. A natação como fator de promoção da qualidade de vida em crianças de dez a doze anos. Universidade de Brasília. Disponível em: . Acesso em: 04 abr. 2018, 21:05:00.

MACHADO, Bruno Ribeiro; RUFFEIL, Roberto. Natação e o desenvolvimento em crianças de dois a seis anos de idade. Universidade estadual do Paraná. Disponível em: < https://paginas.uepa.br/ccbs/edfisica/files/2011.2/BRUNO_MACHADO.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2018, 08:00:00.

OLIVEIRA, Thatiana Silva Oliveira. et. al. A natação como recurso no desenvolvimento motor em alunos com síndrome de down inseridos no ensino fundamental. Centro universitário sul de minas. Disponível em: < http://interacao.unis.edu.br/wp-content/uploads/sites/80/2016/07/Artigo2.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2018, 00:35:00.

PALAFOX, Gabriel Humberto Muños. Aprendizagem e desenvolvimento motor: conceitos básicos. Universidade Federal de Uberlândia. Disponível em: < http://www.nepecc.faefi.ufu.br/PDF/341_conceitos_am.pdf>. Acesso em: 11 abr. 2018, 12:35:00.

[1] MACHADO, Bruno Ribeiro; RUFFEIL, Roberto. Natação e o desenvolvimento em crianças de dois a seis anos de idade. Universidade estadual do Paraná. Disponível em: < https://paginas.uepa.br/ccbs/edfisica/files/2011.2/BRUNO_MACHADO.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2018, 08:00:00.

[2] PALAFOX, Gabriel Humberto Muños. Aprendizagem e desenvolvimento motor: conceitos básicos. Universidade Federal de Uberlândia. Disponível em: < http://www.nepecc.faefi.ufu.br/PDF/341_conceitos_am.pdf>. Acesso em: 11 abr. 2018, 12:35:00

[3] BORGES, Raphaella Khareniny Fernandes de Melo; MACIEL, Rosana Mende. A Influência da Natação no Desenvolvimento dos Aspectos Psicomotores em Crianças da Educação Infantil. Revista cientifica multidisciplinar. Disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2018, 23:10:00. 

[4] HADDAD, Fernanda Hipólito. A natação como fator de promoção da qualidade de vida em crianças de dez a doze anos. Universidade de Brasília. Disponível em: . Acesso em: 04 abr. 2018, 21:05:00.

[5] MACHADO, Bruno Ribeiro; RUFFEIL, Roberto. Natação e o desenvolvimento em crianças de dois a seis anos de idade. Universidade estadual do Paraná. Disponível em: < https://paginas.uepa.br/ccbs/edfisica/files/2011.2/BRUNO_MACHADO.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2018, 08:00:00.

[6] BECCHI, Anne Cristine; LIMA, Sonia Maria Toyoshima. A ludicidade na natação para crianças com deficiência física. Congresso brasileiro multidisciplinar de educação especial. Disponível em: Acesso em: 16 abr. 2018, 11:05:00.

[7] OLIVEIRA, Thatiana Silva Oliveira. et. al. A natação como recurso no desenvolvimento motor em alunos com síndrome de down inseridos no ensino fundamental. Centro universitário sul de minas. Disponível em: < http://interacao.unis.edu.br/wp-content/uploads/sites/80/2016/07/Artigo2.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2018, 00:35:00.

[8] OLIVEIRA, Thatiana Silva Oliveira. et. al. A natação como recurso no desenvolvimento motor em alunos com síndrome de down inseridos no ensino fundamental. Centro universitário sul de minas. Disponível em: < http://interacao.unis.edu.br/wp-content/uploads/sites/80/2016/07/Artigo2.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2018, 00:35:00.