Professor Me. Ciro José Toaldo

 

O estudo da História está dinâmico, a cada dia, tenta-se banir os reflexos da historicidade oficial nas escolas e, percebe-se este esforço nos novos livros didáticos que estão chegando às escolas. Para citar um bom exemplo, temos o acontecimento ligado ao dia 22 de abril de 1500, quando a esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral, aportou em terras brasileiras, situadas no atual Sul da Bahia. No compromisso do resgate de uma versão de História que fuja dos padrões europeus e não valorize o dominador, inúmeros historiadores não admitem que se utilize o termo “descobrimento”, pois nesta terra havia pessoas que habitavam este torrão.  

A persistência da terminologia ‘descobrimento’, liga-se a visão do português dominador e dos indígenas que sequer existia. Nesta visão eurocêntrica, inicia-se toda uma exploração que percorreu a nossa história e, por isto, atualmente o índio é tão desvalorizado. O português consegue ‘aculturar’ o indígena, seja por meio da catequização ou até pela escravização destes grupos, tudo em função de colocar em ação o famigerado plano de colonização, que levou alguns anos para ser colocado em ação.

A questão não é se Cabral foi o primeiro a chegar, ou mesmo se esta chegada se deu por acaso ou com a nítida intencionalidade, mas trata-se de afirmar que o português, ao chegar nesta terra, dominou de uma forma que se estabeleceu como o senhor de tudo.  

Continuar afirmando que o dia 22 de abril de 1500, como a História Oficial insiste que o Brasil foi “descoberto” por Portugal é renegar que nesta terra havia os milhões de índios, com suas mais variadas etnias e línguas. Ou seja, renegamos nossa História verdadeira e de um povo que ajudou a formação nossa nação.

É urgente rever estes dizeres, eles continuam sendo falados, inclusive por muitos professores em suas respectivas salas de aula. O senso comum continuará com suas afirmativas ligadas a historicidade oficial, contudo, os que deram um passo a frente e adentraram ao bom senso, sabe que o contexto da dominação vai sendo proliferado, inclusive na fala do ‘descobrimento’.

PARA REFLETIR:

  1. Que relação podemos fazer a respeito do texto do senso comum ao bom senso, levando em consideração o texto conquista ou descobrimento do Brasil?
  2. Do que você tinha conhecimento até o presente, momento a respeito do texto sobre os portugueses no Brasil, o que veio acrescentar ao seu conhecimento?
  3. Devemos continuar ensinando que o Brasil foi descoberto pelos portugueses? Justificar sua afirmativa.