NA CONTRAMÃO DO FRACASSO ESCOLAR

É possível ter esperança  na possibilidade de melhora na educação.

Segundo dados do MEC (Ministério da Educação), a educação vem avançando em nosso país e principalmente no Estado de São Paulo. Isso se deve a junção de alguns ingredientes: São eles: condições para melhorar a formação dos professores, gestão democrática e participativa, participação da comunidade escolar (alunos e famílias) e envolvimento do próprio aluno nas decisões das questões escolares.

A escola não pode ser encarada como depósito de crianças. É importante, pelo menos, a tentativa de se oferecer um trabalho diferenciado a comunidade escolar. Mas ao mesmo tempo, torna-se necessário também o resgate de determinados hábitos pela escola e professor.

Para a obtenção do sucesso escolar, todas as ações pedagógicas dependem menos do aluno do que da escola; dependem menos de sua boa vontade do que da estrutura organizacional da instituição em que estuda; dependem menos do conjunto  que o aluno já possui em suas bagagem cultural do que a gama de informações que ele irá conseguir ao longo do tempo em que dá o processo  de escolarização.

Se uma escola não oferece todas as condições necessárias ao desenvolvimento do aluno, ele terá grandes chances de insucesso – ao fracasso escolar propriamente dito. E o fracasso escolar gera muitos problemas: varia desde a evasão escolar – um grande problema para a escola e para o Governo que subsidia a educação discente – até o mais completo desinteresse pelo processo de conhecer, do saber e do agir, daquilo que aprendeu, da tentativa, do erro.

Uma escola agradável para o estudo e a aprendizagem pode tornar os problemas suportáveis visto que o convívio em um ambiente escolar com diretrizes bem definidas favorece o bom relacionamento entre todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.  Para  isso, cada proposta educacional que harmoniza teoria e prática precisa identificar os conhecimentos e as necessidades de seus alunos. O único método de ensino que funciona  de fato é aquele que cria no aluno a vontade de aprender.

Sobre as relações entre a Unidade Escolar e o Sistema de Ensino do Estado de São Paulo, observa-se que a escola faz parte de uma rede subordinada ao poder público, mas é uma unidade singular dentro da qual existem e atuam diferentes grupos (equipe administrativa, funcionários, professores, comunidade, etc.), com diferentes objetivos. O professor tem o objetivo de ensinar, o aluno de aprender, a comunidade tem objetivos e expectativas de bom atendimento. O diretor coordena todas as ações e expectativas dessas pessoas.

Assim, dentro desse universo escolar, um profissional se destaca: o diretor de escola, em relação ao seu trabalho específico. O cargo de diretor é de grande relevância no processo educacional, visto que dirigir uma Unidade Escolar é um desafio bastante complexo, tarefa para poucos membros do quadro do Magistério.

Sendo o elo entre os  níveis organizacionais superiores e a Unidade Escolar, cabe reconhecer que a função operacional  do diretor de escola tem características peculiares, repleta de pressões, conflitos e mudanças advindas do cotidiano escolar, do sistema educacional e da sociedade. Todos esses problemas no âmbito escolar  requerem do diretor responsabilidades. 

A responsabilidade social do cargo, muitas vezes não-reconhecida, é inerente às competências do diretor de escola e uma realidade incontestável. O diretor é um líder institucional, até por força das diversificadas atividades que exigem dele a clareza dos objetivos a serem atingidos, visão articulada do funcionamento da escola  como um todo e a percepção crítica das complexas relações entre educação escolar e sociedade.

Torna-se necessário considerar ainda, algumas questões frequentes nas discussões que acontecem no interior das escolas, como: a necessidade de estabelecer a gestão democrática, como uma das condições para a melhoria da qualidade do trabalho escolar; e as imposições legais, como impedimentos ou limites a uma atuação, do diretor, mais próxima das questões pedagógicas.

Nesse sentido, supõe-se que as dificuldades presentes na escola e próprias da implementação de um modo mais participativo, ou seja, de uma gestão democrática da escola, limitam também a implementação de mudanças significativas, necessárias à melhoria da qualidade do trabalho escolar.

Por fim, os profissionais da área de educação, necessitam aprender um pouco mais  a respeito  dos problemas ligados à gestão educacional,  da participação da família no processo de desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança em fase de escolarização, bem como a forma como se avalia o aluno no âmbito da escola, afim de  estarem na contramão do fracasso escolar.

Professor Iraci José Francisco

Mestre em Educação pela PUC/SP

Professor da SEE desde 1988.