Beatriz Lindomar de Oliveira

Luciana Rossi

Neide Rossi

Tatiane de Souza Gil

Será que nossos pequeninos gostam de participar das rodas de conversas? E nós professores?

É frequente depararmos com momentos destinados as rodas de conversas nos planejamentos da educação infantil.  É fundamental na opinião de professores e coordenadores que se estipule uma    rotina de encontros para a pratica do diálogo. E com razão!

A dificuldade é que fazer da roda de conversa uma rotina não essencialmente a transforma em um recurso de aprendizagem. Sentar-se em roda é participar de uma situação favorável ao diálogo.

Mas o que significa a palavra dialogo?

A palavra DIÁLOGO tem origem no idioma grego, na junção do elemento dia, que quer dizer ‘por meio de’, e do elemento logos, que significa ‘palavra’. Assim, o significado original da palavra diálogo é o uso da palavra como meio ou recurso. Portanto, nas nossas rodas de conversa, como estabelecemos o uso da palavra?

Acontece que, sem uma finalidade, o diálogo perde o sentido. Vale lembrar que as conversas dos adultos têm finalidades específicas: trabalho, inteirar-se do dia a dia da família ouvir histórias divertidas entre amigos.

Isto é, alguns professores planejam uma conversa que não pressupõe a interação do grupo com o tema e consequentemente a participação.

As crianças muito pequenas possuem dificuldade para expressar-se por meio de palavras rapidamente se desconcentram isso é fato. E s maiores são corporais e inquietos e se desencantam das conversas.

Mesmo sendo tudo verdade! Há um porém, nestas observações frequentemente colocadas por educadores é que estão as repostas para desafio de trabalhar a roda de conversa com as crianças.

  1. Primeiramente é necessário pensar no sentido que vamos conceder ao tema escolhido para provocar o diálogo. O que vamos sugerir TEM QUE SER significativo e interessante para as crianças.
  2. Já que os pequenos vão os poucos aprendendo este comportamento, temos que compreender que não é fácil para eles permanecerem na roda de conversa. O mundo interior da criança quer se abastecer frequentemente do meio que a cerca, logo não devemos deixar os adversários nos vencer! Por isso cabe pensar nas escolhas dos ambientes para que favoreçam o foco do grupo, temas instigantes e recursos com objetos, sons e imagens.
  3. Uma vez que a criança muito pequena e “pouco verbal”, devemos construir um diálogo com o sua fala interior. Vigotski afirmava que a fala interior é uma linguagem mais desenvolvida e completa que a fala.O que nós faz perguntar: O que dialoga com a fala interior das crianças pequenas e promove a expressividade? A utilização de imagens, objetos interessantes, sons, gestos entre outros recursos podem aproximar os pequenos e cativa-los de maneira permanecerem atentos ao “dialogo” elaborado pelo professor.

Mas é indispensável lembrar que os “diálogos” devem ser curtos, individualizados e que não necessário prolongar a duração da roda por muito tempo.

Quanto aos mais velhos, a roda começa a contar com um movimento maior de palavras e capacidades para organizar o discurso. Mas mesmo assim o tema precisa ser interessante as crianças. É nesse sentido que a roda de conversa casar com os projetos desenvolvidos na unidade escolar. Discutir o objeto de estudo, os resultados das descobertas e a minúcia das pesquisas é muito instigadora.  As crianças gostam da conversa por que sentem afeição por ela, e particularmente, porque tem oportunidade de serem ouvidas.

Vigotski mais uma vez contribui com uma orientação: a fala da criança é tão importante quanto a ação para atingir um objetivo. As crianças não ficam simplesmente falando o que elas estão fazendo; sua fala e ação fazem parte de uma mesma função psicológica complexa, dirigida para a solução do problema em questão (2003, p. 34).  Assim sendo, ao instituir uma roda, não adianta aguardar que as crianças se sentem contido e comportado. De acordo com o autor, elas necessitam do corpo para se expressar e pensar. Com o tempo conforme se desenvolvem, a tranquilidade do corpo em função do interesse e da participação na conversa vão se expandindo... Mas isso é conversa para o ensino fundamental!

Referências Bibliográficas:

L. S. Vigotski –  A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Martins Fontes, 2003.