Mythos e Logos
Por ERIKA ALVES | 17/09/2009 | FilosofiaSe o homem foi criado a imagem e semelhança dos deuses,
então tudo que era vergonhosa e censurável vinha
dos deuses e não do ser humano. Xenófanes
criticava este pensamento mítico “Se os deuses
são perfeitos porque os homens não
são?”
Neste contexto começa a se
manifestar a posição entre mythos e logos.
Platão acreditava que o logos deveria se tratar de um
discurso racional inquirido e verdadeiro, e não de
“historinhas” narradas como era feito.
O logos
na religião propunha um ordenamento do cosmos e a
hierarquização da cidade, inspirando
perfeição e autoridade, enquanto a mitologia
não se reduzia à descrição
da vida dos deuses, integrando ao seu inventário de
histórias os feitos extraordinários de seus
heróis e fundadores de cidades porém; a sua
dinâmica era mais sensível às
mudanças sociais.
A clássica
oposição entre mytos e logos é a
oposição entre discursos verdadeiros e falsos,
mas até mesmo Platão usa em seus discursos;
ficções e suas obras estão cheias de
historias míticas .
O logos pode ser traduzido como
razão, o mesmo também possui forma narrativa;
quando a forma de mito entra em desgaste o logos sucessor no dever de
descrever o mundo e dar sentido as relações
humanas. A religião preocupava-se em manter a
tradições; o logos mesmo sendo oposto as
narrativas míticas encontrava
limitações por não obter extrema
clareza.
Os discursos do logos não eram considerados
absolutamente verdadeiros, se opunha ao discurso religioso, mas sim
às histórias "falsas" que os mitos relatavam.
A
religião não pode ser facilmente caracterizada
como um discurso mítico ou uma história "falsa",
muito menos como um logos ou discurso "verdadeiro"
O logos e a
filosofia assumem a missão da busca pela verdade, enquanto
mito já não mais satisfaz os anseios humanos, em
sua relação com o mundo.