PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 17.08.2011, horário: 11:50 horas: 

O incidente em Jaraguá do Sul tomou repercutiu em todo o Estado e o Coronel Marcineiro – com toda a sua habilidade – vai ter que agir rápido para estancar os estragos nas relações institucionais e na opinião pública. Esse fato não é bom para as duas Políciais, especialmente, considerando que para a sociedade, na hora de julgar, ‘Polícia’ é uma coisa só, única. No que diz respeito a forma como se dirigiu aos Delegados o fato é que o Oficial Superior deveria rever seus conceitos, repensar suas atitudes, fazer uma reflexão maior sobre história e importância das duas forças policiais. A verdade é que precisamos de união e força, e isso começa por humildade e muito trabalho:

“Arrependido dos palavrões - Pela manhã, pouco antes de ser exonerado, o tenente-coronel Rogério Kumlehn comentou a gravação. Ele disse que, até ontem, desconhecia o áudio. Afirmou que os palavrões e palavras de baixo calão devem ter sido coisa de momento. Mas não se esquivou das declarações. – Se realmente for eu, falei o que tinha para falar – disse. Kumlehn reforçou que não quer receber ordens de delegados. – Não faço o que o delegado quer. Querem que eu faça o serviço deles. Pegaram o costume de mandar na Polícia Militar. Por isso, nem respondi os documentos enviados pedindo mudanças nos procedimentos. Tenho muitos amigos na Polícia Civil, mas isso é coisa de uma turma nova. Mas deixo bem claro que essa é minha postura, não da PM”  (DC, 17.08.11).

Um momento que exigirá sabedoria por parte do representante ministerial:

“Três ações de um promotor - O promotor da 4ª Promotoria de Justiça de Jaraguá do Sul, Marcio Cota, também vai denunciar a postura do ex-comandante da PM em Jaraguá do Sul. Ele entrou com três representações. A primeira, no comando da PM em SC, por achar que Kumlehn cometeu irregularidades administrativas. – Ele, como comandante do batalhão, fez uma série declarações usando o nome da PM e comete infrações disciplinares – explica. A outra representação será feita na Auditoria Militar. Na avaliação do promotor, existe crime militar na postura apresentada pelo ex-comandante diante da tropa, com declarações contra a Polícia Civil e o MPSC. A terceira ação é pessoal: por indenização por danos morais. O promotor Marcio Cota se sentiu ofendido no áudio em que Kumlehn faz insinuações, com palavras pesadas, sobre comportamento sexual dele com o delegado de Jaraguá do Sul” (DC, 17.08.11).

“ESTRAGOS DA LÍNGUA AFIADA - Gravação polêmica em que o tenente-coronel Luiz Rogério Kumlehn faz críticas fortes e ofensas pessoais a quatro delegados, uma juíza e um promotor o tirou do comando no 14ª Batalhão da Polícia Militar de Jaraguá do Sul e o transferiu para Florianópolis - As fortes declarações feitas pelo comandante do 14º Batalhão da Polícia Militar de Jaraguá do Sul, tenente-coronel Luiz Rogério Kumlehn, divulgadas por meio de uma gravação, chocou a cúpula da Segurança Pública no Estado, provocou a exoneração dele do cargo e transferência para Florianópolis. A língua afiada do comandante não poupou críticas a um promotor, uma juíza e quatro delegados da cidade, com ofensas profissionais e pessoais. A manifestação registrada em áudio teria ocorrido no começo do ano, após uma reunião com delegados, juízes e promotores, em situação ainda não divulgada. No encontro, teriam sido determinadas modificações nos trabalhos da PM em Jaraguá do Sul. As modificações seriam na forma de atender ocorrências e registrar as informações. A rápida exoneração de Kumlehn do comando de Jaraguá do Sul foi uma resposta da Secretaria de Segurança Pública e do comando da Polícia Militar em Santa Catarina. O tenente-coronel, que atuou por 25 anos no Norte do Estado, agora está lotado em Florianópolis. Quem assume interinamente a função é o sub-comandante major Rogério Vonk. Também foi instaurado inquérito policial. A corregedoria da Polícia Militar deve investigar o caso. A cúpula da Segurança em Santa Catarina não alongou o assunto. As repercussões vieram, especialmente, por meio de notas oficiais. Em uma delas, o secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, César Grubba, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nazareno Marcineiro, disseram que “repudiam veementemente” as declarações. Procurado, Marcineiro informou, ainda por meio da assessoria de comunicação, que vai esperar que a gravação seja investigada para se manifestar. A Polícia Militar espera verificar primeiro se houve algum tipo de omissão, acréscimo ou até mesmo fraude na fala. O comandante-geral não comentou sobre o apoio que teria dado a Kumlehn, conforme as gravações.

Por parte do Delegado-Geral, irretocável o seu discernimento e atitude neste momento:

“O delegado-geral da Polícia Civil, Aldo D’Ávila, também não se alongou. Ele disse que, oficialmente, a delegacia-geral não vai se pronunciar. “Entendo essas declarações como uma manifestação individual. Isso não vai interferir na relação entre PM e Civil” (A Notícia, 17.08.11).

Um acontecimento inglório, e bem que o sábio e experiente Coronel Marcineiro tivesse optado pelo silêncio no campo externo e midiático:

Unidade - Secretário César Grubba (Segurança) e o comandante-geral da PM, coronel Nazareno Marcineiro, distribuíram nota manifestando repúdio quanto às declarações do tenente-coronel Rogério Luiz Kumlehn, que lançou pesadas críticas à atuação da Polícia Civil e do MP. Com a exoneração dele do batalhão de Jaraguá do Sul, a cúpula da Segurança classificou o episódio de ‘fato isolado’ e instaurou inquérito pela Corregedoria da PM” (A Notícia, Prisco Paraíso, 17.08.2011).

“Ligação - O coronel Nazareno Marcineiro é um dos colaboradores mais benquistos pelo governador. Conheceram-se em Lages, em 2004, quando o coronel pilotava o batalhão local e Raimundo Colombo cumpria seu terceiro mandato como prefeito” (A Notícia, Prisco Paraíso, 17.08.2011).

“Aberto e transparente, Nazareno Marcineiro está negociando diretamente com as nove entidades da Polícia Militar a reposição salarial. O coronel reconhece a defasagem e também já constatou o elevado grau de endividamento de boa parte da tropa, que anda inquieta pelas perdas acumuladas nos últimos anos. Professor universitário e integrante da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Marcineiro pretende negociar com o governador melhoria salarial para soldados e oficiais, ainda a curto prazo” (A Notícia, Prisco Paraíso, 17.08.2011).

Horário: 10:20 horas:

Estava na ninha sala na Corregedoria da Polícia Civil quando chegou a Delegada Ediselmar Buzzarello para uma visita informal. “Ed” relatou que estava preocupada com quem iria substituir o Delegado Nilton Andrade na direção da Corregedoria, chegando a citar os nomes dos Delegados Sérgio Maus e Ilson Silva como possíveis candidatos. “Ed” ainda relatou que na semana passada encontrou o Delegado Ilson Silva que relatou que estave no gabinete do Secretário Grubba e articulou a sua nomeação para o cargo de Corregedor. Também, disse que trabalhou com o Delegado Ilson na “Deic” e que ele era aquele tipo de chefe que no horário de chegada espera todos os servidores na porta de entrada, além de controlar as saídas.  Argumentei que trabalhei com Sérgio Maus e que a administração dele foi bastante tumultuada e desgastante, já quanto a Ilson Silva não via problema algum... No transcorrer da conversa “Ed” ainda chegou a propor o mesmo que a Escrivã Salete outro dia já tinha me sugerido, isto é, eu ficar trinta dias no comando do órgão para que Nilton pudesse gozar umas férias e depois voltasse energizado. Argumentei que não teria problema algum em proceder dessa maneira e concordamos que Nilton andava bastante desgastado, incomodado...

Depois disso fui ler na rede o e-mail encaminhado pela Delegada "G. S." que comentou a aposentadoria do Delegado Jonas o que traduziu o momento passional que os policiais estavam vivenciando nos útlimos dias (com relevo para a escrita e o melhor do aposentado e da comentarista): :

“Caro colega e amigo Jonas! A Polícia Civil perde um grande profissional e um grande ser humano. Tuas palavras aqui me fizeram chorar e aumentar minha dor quanto a polícia não valorizar o suficente pessoas como você. Também assino em baixo quando expõe que há pessoas boas e más, mas infelizmente ás últimas é que nos fazem ir embora. Lindo demais o fato de pedir PERDÃO E OFERECER PERDÃO AQUELES QUE FALARAM MAL DE VOCÊ e TE PREJUDICARAM VÁRIAS VEZES NA CARREIRA, assim mostra que sai de cabeça erguida e com inúmeros amigos muito legais/fiés. Conte comigo para sempre. Att. Graciela - Delegada da CPP (...).  Em 10/08/11 23:10, Jonas Santana Pereira escreveu: “Queridos policiais civis de Santa Catarina. É com um nó na garganta, um grande nó, que me atrevo a escrever alguma coisa, já que meu chefe, o Cmte Djalma, não atendeu meu pedido para que isso não fosse divulgado na rede. Minha aposentadoria foi pubicada no diário oficial de ontem. Lembro-me do meu primeiro dia na PC, como Comissário Pereira, que era chamado. Lembro-me de cada dia vivido na função policial, eu amei muito tudo o que fiz, muito. Como todos, tive dias felizes e outros nem tanto na PC. Mas aqui aprendi inúmeras lições, aprendi a não confiar em todo mundo, aprendi que todo ser humano tem algo de bom e de ruim. Na PC, tive a rara oportunidade de aprender voar helicópteros, creiam, isso é maravilhoso. Me furto a cada instante de pensar em não mais voar esse belo helicóptero que carrega no cone de cauda em letras grandes que eu mesmo escolhi, o nome de nossa amada instituição, para fugir de um sofrimento e saudade que ainda nem começou a pulsar (não deu tempo). Nessa jornada, conheci pessoas maravilhosas e pessoas muito más, com todas aprendi valiosas lições, sobretudo com a maldade das últimas. Aos que ofendi e entristeci, PEÇO PERDÃO. Aos que me ofenderam e tentaram destruir, até o fim, OFEREÇO PERDÃO. Algumas coisas mereceriam muitas páginas aqui, mas ninguém iria ler mesmo. Outras coisas, apertam-me o peito e infligem-me sofrimento e mágoa, e não merecem ser citadas, por isso me calarei, pois prefiro ficar com as boas lembranças. Ao DEUS, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, agradeço por inúmeros livramentos, pois me guarneceu sempre, não só das investidas dos inimigos, como também dos  que deveriam"amigos", porque me foi por companhia, mesmo sem que eu merecesse a Sua presença. À minha família, que praticamente abriu mão de mim, por todos esses anos, minha inteireza até a morte. Saudades... CMTE Jonas Santana Pereira - Delegado de Polícia (aposentado)”.