PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 18.02.2011, horário: 09:15 horas:

Fui ao encontro com o Delegado Julio Vanio Celso Teixeira na livraria da Rua Jerônimo Coelho (localizada em frente ao “Personalité – Itaú - centro de Florianópolis). Tinha acertado para às nove horas, mas acabei avisando que atrasaria quinze minutos. Logo que cheguei pude observar que Julio e Nilton Sché Neves estavam me aguardando e a conversa foi daquelas demoradas, com muitas idas-e-vindas, relatos históricos de nossas vidas... Comuniquei Julio Teixeira que seu nome agora estava entrando melhor, ou seja, às resistências haviam se dissipado. Relatei a  conversa que tive com o Delegado Ademir Tadeu de Oliveira, DRP/Joaçaba e  argumentei que pude inferir que o mesmo certamente estaria sempre com o vencedor. Julio Teixeira comentou que Ademir Tadeu estava com o Deputado Maurício Eskudlark e com o Delegado Renato Hendges.

Depois relatei a conversa que tive com o Delegado Alex Boff Passos de Chapecó que havia confidenciado que um “deputado de alta plumagem” havia lhe confidenciado que tempos atrás esteve numa audiência com o Governador Colombo e que estava presente também o Secretário “Grubba”, sendo que num determinado momento o governador cobrou a nomeação do Delegado Julio Teixeira para um determinado cargo... “Grubba” teria argumentando com o governador Raimundo Colombo que não aceitaria a nomeação de amigo de traficante para cargo algum. Depois que fiz essa revelação Julio Teixeira pareceu bastante abatido, acredito que foi a primeira vez que vi Julio Teixeira naquela condição, a impressão foi que uma “locomotiva” tivesse lhe atropelado, parecia exaurido, quase que não conseguia falar nada, sequer conseguia concatenar as ideias...,  e procurei reanimá-lo, reconfortá-lo. Milton também percebeu a minha psicologia e também procurou agir da mesma maneira, tentando minimizar o impacto das minhas palavras, apesar de que minha revelação havia caído como uma bomba. 

Horário: 15:20 horas:

Estava na Corregedoria da Polícia Civil e depois de ouvir o Delegado Marlus Malinverne, passamos a conversar sobre o “momento policial”. Marlus relatou que a indicação do Delegado  Valério Brito para Delegado-Geral adjunto foi dele. Marlus também confidenciou que o governador Colombo o convidou para ser o Delegado-Geral, entretanto, não aceitou em razão de seus problemas de saúde. Marlus argumentou que o governador também o convidou para atuar na “Casa Civil” e que também não aceitou esse convite,  e que o que mais queria era voltar a trabalhar no “campo”. Perguntei como era que estava a sua saúde e ele respondeu que perdeu trinta por cento do coração. Argumentei que todos estavam comentando que ele, Márcio Fortkamp e Valério Brito formam o triunvirato que decidia os destinos da Polícia Civil. Marlus apenas riu e depois comentou que conversou com o Delegado “Renatão” da Adepol e sugeriu que fizesse uma composição com a nossa chapa para que tivesse apenas “chapa única”. Não comentei nada sobre o assunto, mesmo porque conheçia “Renatão” e sabia que ele não aceitaria esse viés, a não ser que fosse por uma grande causa, o que não era o caso.

Data: 21.02.2011, horário: 15:10 horas:  

Estava na DRP/Joinville e me dirigi para a sala de audiências anexo ao gabinete do Delegado Dirceu Silveira. Lá se encontravam os Delegados Bini, Luiz Felipe e Isaias. Tinha conversado antes por telefone com a Delegada Marilisa que estava envolvida com o telhado da sua casa, em razão de um vendaval no último final de semana. O assunto da reunião foi basicamente o fator “Delegada Sandra Andreatta”.  Sentei do lado do Delegado Isaias e lembrei que minutos antes tinha recebido um “torpedo” de Marilisa Bohem que mandava um recado dizendo que Isaias estava comigo no caso da Delegada Sandra. Jogamos alguma conversa fora e depois Dirceu Silveira foi direto ao assunto fazendo os seguintes comentários:

-  “O Renato me ligou umas oito vezes esta semana. Eu acho que algumas pessoas só tiram votos, não agregam nada na chapa em termos de votos. Uma delas é a Sandra Andreatta...”..

Interrompi com certa dose de ironia:

- “Puxa, por que vocês não me disseram isso antes de eu formar a chapa, antes de terem me convidado...?”

Dirceu, como era seu costume nessas circunstâncias, girou a cabeça para o alto, em direção à direita, largou um sorriso instantâneo em sinal de “sem comentários” e comentou:

- “A Sandra Andreatta tem muita resistência, só vai nos tirar votos e vamos ter que ficar defendendo ao invés de fazermos campanha...”.

Interrompi:

- “Bom, eu preciso fazer um esclarecimento, a Sandra só está na chapa por insistência minha. Ela conversou comigo quando eu a convidei e ela disse que não queria participar porque só iria tirar votos, mas eu insisti que queria ela mesmo assim...”.

Todos ficaram em suspense enquanto fazia aquela revelação e Dirceu aproveitou para comentar:

- “Mas que bom, isso só demonstra grandiosidade da parte dela, que bom...  Mas nós temos que pensar o que um ‘Natal’ agrega de votos? O que um ‘Damásio’ traz de votos... O Júlio é outro, não sei no que ele pode agregar, acho que mais tira votos, tem muita rejeição contra o nome dele...”.

Enquanto Dirceu Silveira fazia seus comentários pude perceber que os Delegados presentes estavam todos ouvindo atentos, sem se manifestarem e argumentei que não teria problema algum de conversar com Sandra sobre o assunto, tinha plena liberdade de desconvidá-la se fosse o caso. O Delegado Isaias comentou:

- “Mas não dá mais, a chapa já está confirmada...”.

Interrompi:

- “Não, não o que eu mandei para vocês foi uma proposta de chapa, por enquanto eu mandei para vocês a fim de que possam dar sugestões, ninguém está confirmado, até sexta-feira pode mudar alguma coisa...”.

Em seguida convidei o Delegado Luiz Felipe que estava presente para integrar a chapa e Dirceu Silveira ainda comentou que numa das conversas que teve com o Delegado Renato naquela última semana comentou que a minha candidatura surgiu em Joinville e que foi uma articulação dos Delegados daquela região e que foi chamado de “traidor”.