PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 08.02.2011, horário: 09:40 horas:

Fui ao encontro do Delegado Julio Teixeira que estava me aguardando na mesma livraria de sempre localizada na Rua Jerônimo Coelho (centro de Florianópolis). Logo que cheguei percebi que Julio Teixeira estava falando ao  celular, ladeado por seu fiel escudeiro, o Agente Milton Neves (Sché). Aguardei alguns instantes e logo após passamos a conversar sobre a nossa realidade. Julio Teixeira estava vestido à caráter, ou seja, usava traje social (terno e gravata). Milton, à maneira de analista político, estava usando traje esportivo.

Relatei a minha preocupação com as “contrainformações”, em especial, porque havia recebido muita pressão de Delegados “novos” todos fazendo coro que seu nome estava muito desgastado, nunca fez nada pela instituição, em especial, quando foi Deputado. Fiz um relato sucinto da conversa que tive com o Delegado Renato Hendges. Julio Teixeira e Milton comentaram que Renato Hendges era do grupo de Maurício Eskudlark e Ademir Serafim. Depois, acabamos conversando sobre o Delegado Thomé... e meus interlocutores comentaram que o referido Delegado era contra Maurício Eskudlark, razão porque estaria nos apoiando... Conversamos também sobre o Delegado Sala e meus companheiros relataram que o mesmo era amigo de Maurício e Ademir Serafim. A certa altura da conversa Julio Teixeira comentou para que eu ficasse bem à vontade, pois se seu nome estivesse atrapalhando era para substituir por um outro. Insisti que não, pois acreditava em sonhos, utopias... Julio também se intitulou metafísico e acabou percebendo que eu não estava lhe testando ou descartando, muito pelo contrário, estava defendendo seu nome e lhe proporcionando uma forma de reverter contrainformações e maus-juízos sobre sua pessoa. Julio Teixeira relatou que ontem esteve com o Secretário “Grubba” que mandou que escolhesse qualquer cargo de Diretor que exoneraria o atual titular para nomeá-lo. Julio Teixeira comentou que disse para “Grubba” que não era isso que queria. Argumentei que qualquer tratativa para cargos as negociações teriam que ser diretamente com o governador Raimundo Colombo...  Argumentei que a escolha do seu nome e de Mariilsa Bohem para compor a chapa, além das ligações de amizade, tinha como motivo abrir portas para negociações com o governo. Cheguei a aventar a hipótese de que Julio Teixeira pudesse ser o candidato à presidência e que deveríamos ver com muita cautela se realmente era o momento de sairmos candidatos ou se era melhor esperar dois anos pelo desgaste (ou insucesso) do Delegado Renato Hendges à frente da Adepol-SC. Julio Teixeira achou interessante a reflexão, porém, disse que essa informação tinha que ser muito bem conduzida na reunião dos membros da chapa para não dar  sinais de fraqueza, dúvida, incertezas... Concordei. Milton ainda fez um comentário dizendo que todo o modelo policial civil na gestão Grubba teria sido  obra de três Delegados: Márcio Fortkamp, Marlus Malinverne e Valério Brito. Sobre o Delegado Marlus o Escrivão Milton comentou que se tratava de um “op./esp.” que jogou futebol com Colombo em Lages e que era o seu “assador de churrasco”, sendo que agora... Acabei fazendo um relato do encontro que tive com Marlus por volta do ano de 2007, depois que o mesmo fez uma cirurgia, isso quando estávamos no Supermercado Angeloni da Beira Mar, na Capital. Nessa ocasião Marlus estava quase que chorando, criticando os Delegados por terem o abandonado e que não podia mais ouvir falar em Polícia, Delegados que entrava numa espécie de “pânico”.  Para minha surpresa, Marlus havia retornado para o serviço ativo pelas mãos do Governador Colombo, passando a ocupar uma gerência, estava a mil... De certa forma, procurei filtrar tudo o que ouvia, especialmente, partindo de Milton.

Horário: 14:00 horas:  

Telefonei para o Delegado Bini para saber das últimas novidades e ele comentou que o Delegado Renato Hendges convidou três Delegados novos para dar uma “passeada” pela Assembleia Legislativa e que os mesmos retornaram “deslumbrados” porque conversaram com Deputados e que agora só falam nisso. Bini confirmou que um deles é o Delegado Diego de Garopaba, outro era o Delegado de Araquari...

Horário: 14:25 horas:  

Recebi um telefonema do Delegado Alex Boff Passos de Chapecó que quis fazer uma consulta sobre a possibilidade de fazer permuta com o Delegado Albino de (Xanxerê) ou Morbini de São Lourenço do Oeste. Afirmei que pelo sistema de entrâncias um ato de designção seria mais recomendável. Depois, acabamos falando sobre política institucional e Alex fez alguns comentários importantes:

- “A minha preocupação com o ‘Grubba’ é que daqui a pouco dá a louca nele, baixa uma portaria e manda todos os Delegados retornarem a seus locais de lotação, e eu que tem filho pequeno estudando em Chapecó, vou ter que me deslocar oitenta quilômetros todos os dias...”.

Argumentei que achava aquilo inviável e que ‘Grubba’ não faria uma coisa dessas (baixar portaria determinando que os Delegados se apresentassem em seus locais de lotação), somente o Delegado-Geral poderia fazer isso. Alex continuou firme, acreditando na sua intuição. Defendi a ideia de se exigir que cada Delegado se apresentasse no seu local de lotação, muito embora, fosse a favor de alguma flexibilidade pontual. Resolvi argumentar que o Secretário “Grubba” tinha se mostrado político nas suas decisões. Alex discordou e fez o seguinte relato:

- “Me desculpe, doutor, eu tenho que discordar. Veja bem, eu estava aqui indicado politicamente, com o apoio do Deputado Federal João Rodrigues, do partido (DEM), do CDL e vários outros, a minha indicação foi para o Governador, mas eu não fui nomeado Delegado Regional. O Ministério Público indicou a ‘Tatiana’ para permanecer como Delegado-Regional de Chapecó. Prevaleceu a vontade do Ministério Pùblico, não a do partido. Quer ver outro exemplo, um político de ‘alta plumagem’, veja bem, doutor, esse político me contou que lá no palácio o Colombo conversou com o ‘Grubba’ na sua presença e pediu para que  aproveitasse o Julio (Teixeira) em algum cargo e parlamentar ouviu o ‘Grubba’ responder para o governador que não podia fazer isso porque o Julio tinha ligações com traficantes de drogas, então imagina, ele realmente tem poder para decidir...”.

Interrompi para argumentar:

- “É muita contrainformação...”.

No final da conversa Alex disse que conversou comigo uma vez na DPCo/Itapema e que estava torcendo por minha candidatura, inclusive, estava me defendendo, chegando a relatar que um Delegado novinho de Chapecó, do último concurso e que era carioca, já está fazendo campanha para o “Renatão”.