Mutações
Publicado em 02 de dezembro de 2008 por Paulo de Aragão Lins
Transfigura tuas mãos em pedras róseas
E espalha em riso e cantos as fagulhas.
Move os montes e suga o orvalho doce
De cada lírio solto nas folhagens.
Transfigura teus olhos em paisagens
E fita o verde e o cinza,
Construindo horizontes entre os cílios.
Transfigura teus seios em miragens
E fontes temporãs.
Dessedenta os desertos
Viça os campos
Transforma em sinfonias teus sentidos
Rejuvenesce nas vertigens
E vive no sagrado
Das florestas viris, invioláveis.
Minera amor de todas as paisagens.
Porque tu és
A conclusão final
E a última impressão
Que a Natureza e a História sincronizam
Espalha meu sangue em teus cabelos
E constrói correntezas de mistérios
No delírio dos teus lábios redivivos.