Música: A Vida do Viajante

Autor: Luiz Gonzaga

 

"Minha vida é andar

Por esse país

Pra ver se um dia

Descanso feliz

Guardando as recordações

Das terras por onde passei

Andando pelos sertões

E dos amigos que lá deixei...

Era um nordestino chamado Tony

Um dia jogando pedras em um antigo foço, acertou uma velha senhora.

Esta senhora não gostou nada da atitude que ele teve de não pedir desculpas e o amaldiçoou.

Tony ficou condenado em andar por todo o país sem parar durante anos até se cansar de tão velho e não podia ficar muito tempo no mesmo lugar.

Nunca iria ficar sentado, somente em pé!

Mas por todos os lugares onde passou fez amizades.

Até que um dia se apaixonou por Marieta, mas ela não entendia porque nunca descansava nem tinha uma residência fixa.

Marieta caiu de lágrimas no dia que ele teve que partir...

"Chuva e sol

Poeira e carvão

Longe de casa

Sigo o roteiro

Mais uma estação

E a alegria no coração...

No dia que Tony foi embora pegou todo o tipo de tempestade e mudança de clima que nunca tinha passado antes.

Enfrentou tudo bravamente lembrando-se de Marieta.

Estava longe de quem amava e longe do lugar que poderia ser sempre sua casa... continuou seguindo seu destino!

O que lhe dava forças era lembrar-se dela: Seu sorriso, sua roupa, seu jeito meigo...

E pensava que não poderia viver uma vida tão infeliz, pois, nunca estaria com sua amada.

Tinha uma alegria por se lembrar dela, que no peito explodia de emoção!

"Minha vida é andar...

A vida dele era andar e a cada passo pensava se um dia seria possível reencontrar o amor de sua vida. Mas ele acreditava que a dor era necessária porque ela era a única lembrança de que sua amada foi real e esteve com ele. Quem sabe um dia eu a reencontre? Talvez não, pensava ele. Provavelmente não! Minha vida é andar e estou andando, minha vida é te amar, estou te amando.

“Mar e terra

Inverno e verão

Mostre o sorriso

Mostre a alegria

Mas eu mesmo não

E a saudade no coração...

De certa forma, Tony era feliz por conhecer lugares diferentes e pessoas diferentes, mas sua alegria nunca era completa, pois estava longe de sua amada. Ele adorava admirar como as estações do ano podiam ser tão diferentes dependendo da localidade e em cada sorriso que via nas ruas, em cada demonstração de felicidade, ele via Marieta. E pensava se algum dia conseguiria ser feliz mesmo com aquela saudade que apertava fortemente o seu coração.

“Minha vida é andar...

Um dia depois de anos a caminhar Tony se lembrou de todos os momentos que passou em todos os lugares que andou e começou a chorar.

Cansado de tanto andar... percebeu que o lugar onde estava era - lhe familiar...lá ele já havia de estar!

Passando pela rua seguiu uma moça com um andar familiar. Pensava:"Não pode ser"!É ela Marieta!Resolveu Chamá-la!

Assim que disse Marieta!Ela virou e com profunda emoção virou-se e olhou fixamente para ele.

Quando os olhares se encontraram não deu para segurar... emoção demais!Tony estava cansado e queria parar... Marieta não queria deixar.Por toda a sua vida sonhou com aquele momento que ele voltaria para juntos ficarem.Ambos agora não mais jovens...Tony queria parar!

Numa última tentativa Marieta o leva para casa e ele deita-se em sua cama. Num último suspiro sussurra:"Não a outro lugar onde a vida poderia me deixar"!

Marieta com olhar fixo e de lágrimas se põe a chorar e com enorme peito no coração diz adeus a seu amado, a quem nem teve oportunidade de ficar junto para sempre.

Mal sabia ela que ele só estava vivo até este momento por culpa dela!E a sua vida... era andar.