Maria Aparecida de Freitas Rocha Vitório

Na atualidade o mundo corporativo vem passando por mudanças drásticas, o que se acredita que revolucionaria o mercado do capital humano, tornou-se uma piada tóxica e calculista, tendo em vista que, a substituição do termo “chefe” por “líder”, “empregado” por “colaborador”, foi apenas uma camuflagem para que os assédios morais fossem estruturados, como a maioria dos delitos trabalhistas já existentes no país.

É sabido que a constante abertura do Código brasileiro de ocupações: CBO no que mercado de trabalho, permitiu que os grandes empresários criassem cargos que até então, eram de determinadas funções específicas e agora outras funções acumulativas, fazendo que o empregado fique super estressado e sobrecarregado. O que na maioria das vezes criam-se metas que são surreais para o funcionário cumprir até determinada data ou hora dentro do horário de trabalho, a palavra “urgente” tomou vida neste novo modelo de contrato trabalhista, cargos que tinham salários compatíveis com suas funções, tornaram obsoletos e tidos como de “baixa complexidade” e cargos que tem poucas tarefas são intitulados como sendo de “alta complexidade”. Nunca o ócio foi tão valorizado e bem remunerado como nesta nova modalidade de trabalho. Novamente a escravidão moderna torna o cenário corporativo assustador para o profissional que sonha em ter um lugar de destaque na corporação à qual se candidatou à um cargo.

A complexidade encontrada no sistema de vagas nem sempre é relacionada com o grau de escolaridade do candidato, muitas vezes nem possuem nível superior, ao passo que o trabalhado proativo tem sido penalizado por baixo nível de hierarquia e baixas remunerações.

Milhares de trabalhadores no mundo sobre de síndrome de burnout, essa síndrome é um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema, sempre relacionada ao trabalho de um indivíduo. Essa condição também é chamada de “síndrome do esgotamento profissional” e afeta quase todas as facetas da vida de um indivíduo.

Quanto tempo será necessário para que as leis trabalhistas reformulem as atividades profissionais dentro do CBO? essa é uma pergunta para o futuro. Tudo tem o seu preço, trabalhadores devem ser valorizados e os empregados deveriam ter um sistema de premiações ou cargos e salários pactuados de acordo com o nível de desempenho e desenvolvimento. Enquanto isso não acontece, nosso sistema trabalhista adoece e perde o brilho no olhar do empregado que por direito só quer ser respeitado e promovido ao longo do seu tempo laboral. Esperamos que a Justiça trabalhista um dia reveja as funções e realmente separe as atividades por grau de conhecimento e escolaridade, salários justos e melhores condições de vida e trabalho.

As equipes de trabalho precisam sentir que cada função é compatível com a remuneração e atividade e que não haja termos chulos como alta ou baixa complexidade, afinal, todos são importantes na hora de cumprir metas ou alcançar lucros. São todas peças de um grande tabuleiro de xadrez, que ao final do dia, todos vão para a mesma caixa serem guardados, todas as peças da corporação são importantes. Todas as atividades merecem respeito e valorização, assim o capital humano ganha um grande aliado rumo ao sucesso da corporação. Empregados contestes, rendem muito melhor e produzem mais.