Entre os debates que deveriam merecer destaque na FAF actualmente, uma questão que não pode ser colocada em segundo plano certamente é a das eleições para indicar o dirigente máximo da nossa faculdade. E escrever sobre um assunto como este, na condição de apenas estudante que sou foi seriamente um desafio, no entanto, enquanto membro activo da comunidade da Faf, acredito que tenho o direito e especialmente o dever de me posicionar, sobre tudo de um assunto quanto este, que é timidamente falado, quando não deveria ser assim, contando que, pelo menos incluindo estudantes (de 2012-2015) é a primeira vez que vai-se testemunhar uma acção de grande relevância para o futuro da nossa faculdade.

Antes de tudo, para evitar equívocos, permitam-me dizer que sou apenas um estudante de Filosofia, escrevo este texto por iniciativa própria, motivado primeiro por uma locução que recebi de que haveria eleições na nossa casa (FAF) para indicar-se o próximo dirigente máximo da casa e, os estudantes também são chamados para tal acção; segundo, e isto é o mais importante, nesse escrutínio o peso do voto do estudante é menos válido que o dos docentes assim como o é, relativamente ao dos membros da CTA. O que me levou a convicção de que, como um candidato à filósofo, se calar-me perante um assunto como este, estar a aprender a filosofar, certamente não vale a pena. Mas se há lição que não vem nos livros de Filosofia, é matéria de transgressões, portanto, se estiver cometendo qualquer transgressão com este texto, entendam e perdoem a minha ignorância. Pese embora garanto que, pela prudência e, mesmo pela susceptibilidade de más interpretações (que não quero correr o risco delas, ser responsabilizado) que possam advir do conteúdo deste texto, restringi o acesso do mesmo ao meu grupo (aos estudantes), para não ter que me arrepender (pelo menos assim espero) por ter traduzido em texto o que penso.

A razão para este artigo é um pedido simples de esclarecimento, um esclarecimento que acho que deve ser urgente, enquanto o calendário académico ainda favorecer para tal, poderia-se convocar uma reunião geral de todos os membros vivos da FAF, só para se falar dessas eleições, lembrar que daqui a poucos dias será o término das aulas e, estão dizendo que haverão eleições, mas muito têm-se por esclarecer-se. Digo isto por uma razão muito simples, pelo menos a meu ver, essas eleições não parecem que de democracia terão algo;

Primeiro porque denunciam uma fraca participação, devido o período em que foram programadas para acontecer;

Segundo porque se é verdade o que se diz, que voto de estudantes terá pouco peso no cálculo final dos resultados, está-se a criar esta diferença sob qual pretexto? O estudante é menos consciente do seu voto? Bom, é na verdade esse tipo de esclarecimento que se deve priorizar antes de tudo.

Devo dizer que nada tenho contra as eleições, inclusive acho que é um gesto bonito, e acima de tudo educativo, sim isso mesmo, é educativo antes de tudo, uma vez que enquanto estudantes teremos a oportunidade de na prática aprendermos dos nossos mestres, como ser democráticos lá fora.

O que me intriga no fundo, é que andei imaginando fazendo analogia das eleições a decorrerem aqui, com as eleições normais que acontecem para eleger o chefe do estado e, constatei que se por exemplo, a faculdade fosse um país, os estudantes seriam o povo contando que é a estes, que o foco do dirigente se destina e, os docentes e os membros da CTA seriam os funcionários públicos (embora sejam também neste caso), uma vez que a estes cabe a função de auxiliar o dirigente eleito, a conduzir o povo (neste caso os estudantes) e, mais uma vez o povo (estudante) é o elemento central de todas as funções, do dirigente que se pretende eleger, tanto do docente que quer ensinar, como do membro da CTA que vai servir nas diversas estruturas da instituição. O estudante é o foco na instituição do ensino, tanto quanto é o povo na estrutura de um país. Mas como é que o voto do estudante vale menos? Eu não quero imaginar, se por ventura alguém vinculasse à lei eleitoral, uma norma que defendesse que o voto do povo é menos valioso que o dos funcionários públicos.

Pelo que aprendi aos professores Ferreira e Cossa, a democracia pressupõem no mínimo, a participação do povo na eleição dos seus dirigentes, e eu adiciono: uma participação insuficiente debilita-a; e pior do que isso, teremos eleições que vão propiciar um atentando a noção da Democracia. E só para partilhar um dos questionamentos mais duros que tenho sobre isso, como vai se sentir, o candidato que for a perder, com por exemplo 250 votos, sabendo que o vencedor do escrutínio teve, por exemplo 50 votos, só que ele perde por não ter tido muitos votos compeso”.

Por fim, devo lembrar que o único objectivo deste artigo de opinião, como já disse, é de pedido de uma reunião para se discutir as modalidades de participação nesse escrutínio e, esclarecer-se algumas dúvidas que acredito que muitos têm sobre este processo. Reservem um espaço e um tempo para se discutir este assunto. Pode até não ser em um período regulamentar. Acredito que muitos não vão se importar perder algumas horas para discutir um assunto tão importante quanto este. Por favor, concedam-nos o direito de votar com consciência, ou então ignorem mas, resolutos de que estão subestimando a vossa capacidade de educar e ensinar, pois é através da vossa “mestria” que se moldou este que vos escreve questionando e exigindo, com todo respeito, a reunião que acha que é necessária para conscientização da necessidade da participação de todos e, o mais importante explicar o porquê da diferenciação do peso dos votos, portanto, ignorando, estarão duvidando que a vocês deve, tudo que sabe este que vos escreve. Mas garanto, sem vergonha, não seria capaz se quer de escrever um texto assim, em 2012 quando aqui cheguei.

Por: Franquelino Agneves B. Basso