MUDANÇAS DO CENÁRIO ECONÔMICO - MARÇO 2009

Welinton dos Santos é economista e psicopedagogo

Os resultados dos bancos brasileiros estão chamando a atenção do mercado bancário internacional, além de muito dinâmico, passou a ter forte atrativo. A competição existe e apesar das taxas de juros estarem em quedas no Brasil. Há possibilidade do país receber alto volume de investimentos ainda este ano.

A queda da taxa da SELIC – Sistema Especial de Liquidação e de Custódia que é um sistema de teleprocessamento, administrado pelo Banco Central, que efetua a custódia e o registro de operações realizadas pelas instituições que dele participam com títulos públicos federais emitidos pelo Tesouro Nacional, provoca diminuição da taxa de juros do mercado interno, auxilia na diminuição da inadimplência e provoca a queda de parte dos gastos públicos.

O volume de queda de 12,75% para 11,25% irá refletir nas projeções de crédito no mercado. Para as pessoas físicas diminuição das taxas cobradas no cheque especial, cartão de crédito, crédito pessoal, dentre outros. Para as pessoas jurídicas melhoria das taxas praticadas dos produtos ofertados.

Recuperações da indústria automotiva levam analistas a estimarem que a produção de veículos em 2009 seja próxima aos números de 2007, com a possibilidade de 2,7 a 2,8 milhões de unidades. Férias coletivas e jornadas diminuídas entre dezembro a fevereiro retornam ao normal, mas como há falta de alguns modelos no mercado, algumas montadoras solicitaram horas-extras para seus funcionários para acompanhar a demanda do mercado interno. O impulso deste mercado foi provocado pela vantagem tributária que necessita da continuidade até que o pior da crise no mercado internacional diminua, esta seria sem dúvida o combustível deste seguimento que pode impactar nos resultados econômicos de 2009 e na manutenção dos empregos do setor.

Valorização de commodities no mês de março está ocorrendo como previsto nos artigos que escrevi anteriormente, provocando aumento da entrada de dólares no Brasil e forçando o equilíbrio do valor da moeda americana. O real valorizou 3% nas últimas duas semanas.

Queda nos preços de combustíveis conforme anunciado pelo Presidente da Petrobrás, caso o cenário internacional permaneça no nível do momento pelos próximos três meses, será pouco provável com o aumento de commodities no mercado internacional, somente um agravamento maior da crise internacional poderão influenciar em quedas de preços, mas operacionalmente falando não é aconselhável para a saúde financeira desta estatal.

A solidez das estatais brasileiras, o sistema financeiro nacional considerado como uns dos melhores modelos de gestão do mundo, que geram credibilidade ao sistema, além de obras do PAC são variáveis anticíclicas que podem levar o país a recuperação, porém lenta, nunca devemos esquecer que pertencemos ao mercado global e sobre este recebemos influência.

Estimativas de aumento de exportações de frangos na ordem de 5%, apesar da retração de 5,2% nos dois primeiros meses, são as expectativas da Abef - Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos.

O mercado imobiliário nacional começa a ter leve recuperação.

Com o processo de compras para abastecimento produtivo, vários seguimentos da economia começam a recrutar funcionários, provocando o equilíbrio no nível de emprego. Vários setores estão aquecidos, mas as empresas exportadoras e o setor de bens de capital mecânico – máquinas e equipamentos estão sofrendo ainda forte impacto da crise, que impactam diretamente em 4.500 empresas.

A inflação deverá ser considerada como uma variável crítica para análise futura das reuniões do COPOM – Comitê de Política Monetária do Banco Central.

Aumento do crédito e diminuição dos custos poderá impulsionar as vendas no varejo, que refletirá positivamente no nível de emprego.