Maria Raichelda Freitas Silva[1]

Antonia Helaine Veras Rodrigues[2]

RESUMO: O presente artigo tem como objetivo mostrar a realidade da comunidade de Alto Bonito, localizada a 46 quilômetros da cidade de Crateús - CE. Um dos fatores para o êxodo rural local é a ausência de políticas públicas. No presente estudo foi realizada uma pesquisa de campo, para conhecer e entender os motivos que induzem os moradores a migrarem e por que atualmente essa localidade conta com um reduzido contingente populacional. A região sudeste é o principal destino de atração para estes moradores. Outro fator observado nessa comunidade é que esses moradores ao retornarem para o Ceará, não regressam mais para Alto Bonito e sim para o distrito sede de Ibiapaba e/ou para a cidade de Crateús. A temática surgiu pela necessidade de compreender os motivos dos movimentos migratórios da comunidade, sobretudo o êxodo rural e as perspectivas da população local em relação ao futuro da mesma. A referida comunidade é formada por pequenos agricultores onde tem a aposentadoria como renda principal, ressaltando que setenta por cento dos seus moradores tem acima de vinte e cinco anos.  As migrações atingem principalmente os jovens que são os que mais saem dessa comunidade. Podemos concluir que a migração nesta comunidade ocorre principalmente por falta de trabalho e escola.

PALAVRAS - CHAVE: Campo. Movimento migratório. Políticas públicas.

1 INTRODUÇÃO           

O presente estudo tem por objetivo analisar a migração na comunidade de Alto Bonito, pertencente ao distrito de Ibiapaba, localizada a 46 km da cidade de Crateús, Ceará. Buscou-se analisar os motivos pelos quais as pessoas deixam seu local de origem, apesar de atualmente já terem acesso aos meios tecnológicos, principalmente a internet.

Por que ainda preferem migrar em vez de ficar no seu local de origem e ali produzirem e trabalharem, sobretudo no fortalecimento da agricultura familiar e criação de bovinos, ovinos e caprinos? Mesmo com a evolução da tecnologia e da informação o processo de migração ainda é uma realidade presente no distrito de Ibiapaba, bem como na localidade de Alto Bonito.

A cidade chama atenção principalmente dos jovens, atraindo-os. Motivos relacionados a uma maior diversidade de trabalho, saúde, lazer, educação, dentre outros, figuram entre os fatores de atração dos jovens pelas áreas urbanas.

Porém, nas cidades também há altos índices de violência, e estes migrantes, muitas vezes, têm acesso a moradias precárias nas áreas periféricas ou em favelas. Vale salientar, que os migrantes contribuem significativamente para elevar a economia destes centros urbanos, através do trabalho desenvolvido no setor dos serviços, com destaque para o segmento da construção civil, em restaurantes, serviços domésticos, dentre outros.

A população da comunidade de Alto Bonito enfrenta o êxodo rural que é decorrente, sobretudo da falta de trabalho. As vias de acesso para a comunidade constantemente apresentam péssimas condições dificultando a mobilidade dos moradores para a sede do município que buscam principalmente os serviços de saúde, educação e lazer, ou seja, o atendimento de suas necessidades básicas.

Os primeiros moradores locais tinham como principais atividades a criação de bovinos e agricultura de subsistência. Na localidade é marcante a presença do latifúndio, onde os grandes fazendeiros construíam casas para os moradores, iniciando-se desse modo o processo de ocupação de suas terras, para trabalharem no manejo dos animais.

A localidade de Alto Bonito está estrategicamente localizada às margens do rio Poty onde foi fator de atração na década de 70 para muitas famílias que ainda residem no local. Estas se direcionaram em busca de cultivar e explorar as terras férteis para sua sobrevivência, e a partir daí foi se ampliando o número de famílias. O rio que passa por essa localidade tem um papel fundamental principalmente no abastecimento de água para as casas e a sobrevivência dos animais e da própria população.

A necessidade da população em migrar da comunidade foi se intensificando com o passar do tempo, pois os recursos antes explorados (algodão e oiticica) e usados como fonte de renda ficaram escassos. A ausência de técnicas de manejo adequadas para o cultivo, atreladas a precariedade de acompanhamento técnico, a escassez de chuvas devido às secas frequentes que atingem o semiárido, são fatores que contribuíram para a saída de uma quantidade considerável de pessoas da comunidade para as cidades.

Já dentre os fatores da migração do campo para a cidade realizada principalmente pelos jovens, destacam-se a busca por escola, trabalho, festas e diversão. Também a maioria dos seus amigos que tiveram que ir e que estimulam os que residem na comunidade a se direcionarem para as áreas urbanas, principalmente, em sua grande maioria para a sede municipal.

O município de Crateús é dividido em treze distritos: Crateús (sede), Assis, Curral Velho, Ibiapaba, Irapuá, Lagoa das Pedras, Montenebo, Oiticica, Realejo, Santana, Poti, Santo Antônio e Tucuns. A cidade de Crateús atende todas as demandas desses distritos, dentre elas estão: educação, saúde e trabalho.

A cidade chama atenção principalmente dos jovens pelo pólos universitários (Campus da UECE, IFCE e UFC) que oferecem vários cursos de licenciatura de bacharelados. Dentre eles: Biologia, Química, Pedagogia, Letras, Matemática, Física, Engenharia Civil, Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia de Minas, Ciências da Computação, Sistemas de Informação. Além de Institutos de Educação Superior privados ofertando cursos de Psicologia, Serviço Social, Enfermagem, Ciências Contábeis, Administração dentre outros;

Os serviços de educação disponíveis em Crateús dinamizam a cidade por atrair uma grande quantidade de jovens dos municípios do entorno da região dos Inhamuns, aumentando a oferta de apartamentos, kitinets, lanchonetes, bares, restaurantes, mercearias, frutarias, lojas de confecções e calçados, academias, dentre outros.

Os serviços de saúde também merecem destaque, como Policlínica que atende onze municípios que compõem a região dos Inhamuns, hospital regional que realiza diversos procedimentos cirúrgicos de média complexidade, Unidade de Pronto Atendimento – UPA, bem como diversas clínicas particulares que dispõem das mais diversas especialidades além de consultórios odontológicos.   

O trabalho está dividido em cinco seções contando-se com esta. A segunda traz uma abordagem de como os centros urbanos foram ganhando espaços à frente do campo, os motivos da população camponesa ir embora, os problemas enfrentados ao chegar às cidades.

A terceira seção é um recorte de falas dos moradores locais, apresentando como é o modo de vida na comunidade, elencando quais fatores são primordiais para uma boa qualidade de vida no campo e como estes convivem com o processo migratório. 

Na quarta seção, apresenta-se uma breve exposição de como a escola sem conteúdos adequados e contextualizados com a vida no campo vem impulsionando o processo migratório para as cidades.

Por fim, apresentam-se as considerações finais com reflexões acerca do que foi possível analisar acerca do processo migratório na comunidade de Alto Bonito.

 

2 AS PERSPECTIVAS NO CAMPO HOJE

 

Observou-se através da pesquisa que na comunidade há presença de tecnologias – como a internet, que alteram a rotina dos moradores locais, bem como energia elétrica nas residências, telefone móvel e água encanada. Estes são benefícios que contribuem para uma melhor qualidade de vida dos moradores.

Porém, ainda permanecem precárias as vias de acesso para a sede municipal e incentivo de políticas de acompanhamento técnico na agricultura. Embora haja o uso de tratores de arado, os moradores não dispõem de orientações para o plantio, o que implica em baixa produtividade da agricultura de sequeiro.

Contudo, há escassez dos recursos naturais, pois a população local constantemente realiza desmatamentos e queimadas nas margens do rio Poty que banha a comunidade, ocasionando a extinção de espécies animais e vegetais.

Porém, as condições do campo ainda fazem com que os moradores sintam – se na necessidade de saírem em busca de melhores condições de vida seja financeira, profissional ou educacional, principalmente os jovens.

Desse modo, vale questionar: Por que as pessoas migram? Vários são os motivos que levam as pessoas a migrarem seja financeiro, religioso, guerras, secas constantes, desastres naturais, estudos, trabalhos, dentre outros. Entretanto, o motivo que gera maior número de migrações é sem dúvida o econômico.

 

Os jovens brasileiros, na faixa etária de 15 a 24 anos, somam 34,1 milhões de pessoas, correspondendo a 20,1% do total da população que é de 169.799.170 milhões; em áreas rurais vivem 5,9 milhões de jovens (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 2000), ou seja, 3,5% do total da população do Brasil (Oliveira, 2016, p.20) (ok)

 

Fica notório que cada vez mais eles trocam o campo pela cidade, isso é perceptível nas grandes áreas urbanas onde ocorre a concentração de serviços públicos e privados. É evidente que a busca por melhores condições de vida é um dos estopins da migração, porém na maioria das vezes a realidade do migrante não corresponde ao que ele almejou, pois este vai viver em condições precárias no local de destino. Como afirma Fabiano Dotto (2011, p. 16). (ok).

 

Merece destaque a falta de interesse dos jovens de origem rural pela vida “no campo”. A desvalorização da vida no campo denota o interesse maior em permanecer na cidade para esses jovens de famílias rurais. A cidade é a promessa de futuro melhor, onde se encontram as oportunidades de trabalho e diversão.

 

Os fatores que influenciam as pessoas a saírem do campo na comunidade de Alto Bonito são muitos e vão desde a falta de políticas públicas até os fatores climáticos como a falta de chuvas.  Há dificuldade nos serviços de saúde, educação bem como o acesso ao lazer. Muitas vezes são incentivados pelos próprios pais que acreditam que a cidade é o melhor lugar para seu crescimento seja profissional ou educacional.

Nesse sentido, a juventude é a mais afetada na sociedade atual, principalmente os jovens do campo que almejam um trabalho porque a maioria das famílias não tem condições de sustentar o padrão de vida desejado por esses jovens a partir do momento que estes começam a perceber a necessidade de lidar com suas próprias responsabilidades e seus anseios de querer ganhar dinheiro. Muitos destes consideram que são as condições financeiras, ou seja, a busca pela independência financeira que os obrigam a migrarem. Sendo assim, estes processos são perceptíveis na comunidade de Alto Bonito onde a maioria dos jovens foi morar nas cidades. Entretanto, os que ainda residem no local não saíram por que precisam ajudar a família no plantio e na criação dos bovinos, caprinos e etc.

Contudo, o desejo de retorno dessas pessoas é compartilhado nas falas dos seus familiares, como explica Tuíla Botega (2011, p.1) OK

 

No retorno à terra de origem, o migrante se depara com uma nova realidade com a qual não está mais familiarizado e muitas vezes sentem as dificuldades de readaptação e de reintegração. As mudanças que ocorreram tanto para quem emigrou quanto para aqueles que permaneceram, o novo estilo de vida, os novos hábitos no âmbito do consumo e até mesmo as habilidades adquiridas no mercado de trabalho, a partir da migração, podem representar entraves à reinserção e readaptação na sociedade de origem.

 

            Adaptar – se a nova rotina do campo para essas pessoas não é simples principalmente em comunidades como Alto Bonito que não tem posto de saúde, escolas e lazer, assim acabam indo morar no distrito sede de Ibiapaba que apresenta características urbanas e que dispõe de serviços básicos como posto de saúde e anexo de escola de ensino médio.

 

3 O MOVIMENTO MIGRATÓRIO NA COMUNIDADE ALTO BONITO E OS SUJEITOS DESSE PROCESSO

 

A migração pode acontecer de diversas formas, nos diversos aspectos territoriais como as mudanças econômicas e sociais ocorridas ao longo dos anos sejam intervenções naturais ou estruturais. O Brasil é um país de miscigenação criado dentro do seu contexto de colônia que conseguiu formar sua população junto com imigrantes de outros países. Entretanto, sair do seu local de origem sempre é um grande desafio, a necessidade de algo é o que motiva as pessoas a migrarem, como afirma Martins, Vanalli (1994):

 

Então, em lugares e épocas diferentes, grupos humanos insatisfeitos com suas condições de vida, sempre se movimentaram. Ninguém abandona suas raízes sem que haja necessidade. Ninguém sai de seu próprio país, estado ou cidade se ali se encontra bem! E essas saídas nem sempre são boas soluções para os problemas de quem sai! (MARTINS, VANALLI, 1994, p. 34)

 

É notório que a busca por melhores condições de vida é um dos estopins da migração, porém na maioria das vezes a realidade do migrante não corresponde ao que ele almejou, pois este vai viver em condições precárias no local de destino.

A comunidade de Alto Bonito convive com o êxodo rural, cada vez mais frequente, pois sua população não encontra no local orientações para permanecer no campo, desenvolvendo atividades lucrativas.

Com o passar dos anos e os longos períodos de estiagem foi tornando-se difícil o cultivo da agricultura de subsistência, sobretudo das plantações de milho e feijão. Assim, a família vai perdendo os laços com a comunidade, os jovens migram para a cidade, em busca de empregos assalariados e melhores condições de vida. Assim, deixam seu local de moradia e vão trabalhar em outras regiões do Brasil, principalmente Sudeste e Norte.

Nesse sentido, é preciso políticas públicas voltadas, sobretudo para os jovens. Como afirma Abramovay (2005, p. 01):

 

Uma política de desenvolvimento rural voltada para a juventude não pode limitar-se à agricultura. Os futuros agricultores serão cada vez mais pluriativos, suas rendas dependerão da agricultura, mas também de outras atividades.

           

            A população de Alto Bonito é formada com cinquenta por cento de aposentados e agricultores e os outros cinquenta por cento se dividem entre outras atividades como motoristas, vendedores de queijo, beneficiários dos programas sociais (bolsa família, bolsa escola e garantia safra).

            Atualmente, as famílias locais não têm mais como se sustentar apenas vendendo a colheita da agricultura de sequeiro (milho e feijão) porque as chuvas são escassas, as terras ficaram inférteis por causa de utilizações de cultivo e manejo sem acompanhamento técnico.

            Desse modo, a pequena demanda produzida só atende basicamente as necessidades imediatas da família, não sendo mais possível vender o excedente da produção na cidade, como ocorria no passado por volta dos anos 80.

            Assim, os próprios agricultores da comunidade se deslocam até a cidade de Crateús para realizarem compras de feijão, carnes, frangos, arroz, dentre outros produtos alimentícios que antes eram produzidos na comunidade e vendidos na cidade.

Daí a necessidade de investimentos em outros setores do campo com políticas públicas para orientar os moradores locais a desenvolverem atividades lucrativas, orientações técnicas de cultivo e manejo dos animais, bem como um ensino voltado para os jovens do campo que visem à permanência dos mesmos no seu local de origem apresentando alternativas de convivência com o semiárido. Segundo Castro (2009, p. 23):

 

A juventude rural é constantemente associada ao problema da “migração do campo para a cidade”. Contudo, “ficar” ou “sair” do meio rural envolve múltiplas questões mediante as quais a categoria jovem é construída, e seus significados, disputados.

           

            O problema enfrentado pela maioria da população está na falta de renda, é necessário um olhar mais abrangente, sobretudo para esses jovens, explorar suas habilidades para as atividades campesinas.

Todavia, os jovens da comunidade de Alto Bonito vivenciam a realidade de ter que ir embora para a cidade por que é lá que está à maioria dos seus anseios (escola, trabalho, festas, diversão) e a maioria dos seus amigos que também tiveram que ir. A comunidade de Alto Bonito aos poucos vai se tornando deserta, por que as pessoas ao retornarem para seu local de origem preferem residir no distrito de Ibiapaba. Como afirma Sebastião:

 

Eu morei muito tempo no Alto Bonito, ai casei fui para São Paulo lá passei 8 anos, consegui juntar um dinheiro e fiz minha casa na Ibiapaba, por que aqui no Alto Bonito é muito dependioso mas é pertinho sempre venho visitar minha mãe aqui.

Depoimento oral, agosto de 2016.

        

 

É notório que aos poucos essa comunidade Talaska e Col (2014) vai sendo engolida pelas dificuldades enfrentadas pelos moradores locais sejam nos aspectos estruturais, territoriais ou climáticos. Segundo afirmam que: (ok)

 

Desse modo, a partir da ampliação das formas e, propriamente, das relações urbanas, torna-se extremamente complexa a tarefa de definir limites ou mesmo conceitos sobre o que são cidade e o que é campo, visto que, como indica Lefebvre, a relação campo-cidade alterou-se intensamente no decorrer do tempo histórico, segundo épocas e modos de produção. (Talaska e Col, 2014, p.5)

 

            Percebe-se hoje que migrar para as regiões sudeste, norte e centro oeste - mesmo as de nível de atração elevada já não é opção, muitos dos que saem do campo hoje são motivados pelas necessidades, porém o sentimento de pertença e o desejo de retornar é o que mais se destacam. 

O que chama atenção é que os jovens saem cedo da localidade de origem em média com 15 a 18 anos, muitos sem nem terem concluído o Ensino Médio e vão morar em outras regiões com amigos ou parentes até se firmarem em um emprego para depois passarem a morarem sozinhos. Desse modo, poucos continuam seus estudos. As principais atividades desenvolvidas são: serventes, pedreiros, carpinteiros, garçons, atendentes de lojas, dentre outras. Entretanto, os melhores cargos ficam com aqueles que conseguiram se qualificar.

Nas entrevistas semi-estrututuradas com os moradores[3] que migraram da comunidade de Alto Bonito, estes relataram que um dos maiores sonho é poder voltar para seu local de origem e terem condições de manter um negócio próprio. Porém, poucos conseguem por que não tem uma qualificação profissional e então passam a viver com ajuda familiar.

O que chama atenção é que mesmo com as dificuldades encontradas no campo, eles preferem ainda voltar e morar junto da sua família porque a facilidade é bem maior, em termos de ajuda quando precisam. Isso pode ser evidenciado através da fala da senhora Francisca: “Aqui é tranquilo demais, nós planta, cria nossos animais e vive bem, diferente da vida na cidade onde tem tanta violência”.

Hoje os programas sociais (bolsa escola e cisternas de placa) são subsídios importantes para quem vive no campo. Alguns jovens que permaneceram no campo responderam que sempre quiseram morar lá e que pretendiam permanecer no campo.

Todavia, a necessidade de estudar e trabalhar faz com que os poucos jovens mesmo sem quererem ir para longe de sua família são “forçados” a terem que sair, pois buscam em sua grande maioria uma melhor qualidade de vida. Como confirma a jovem Carla de 19 anos na sua fala: “eu não queria sair não, mas tive que ir por que precisava trabalhar, meus pais não tem condição de me sustentar, terminei o Ensino Médio aqui pertinho[4], minha prioridade é trabalhar”.

Percebe-se na fala da jovem essa necessidade de sair do campo para poder trabalhar e assim como ela são muitos jovens da comunidade onde grande parte já foi embora para os centros urbanos.

 

“A maioria dos meus amigos mora fora, seja em Crateús cidade perto daqui, seja em São Paulo, Brasília, porém todos precisaram sair principalmente para trabalhar. Eu tenho vontade de fazer faculdade mais primeiramente preciso me sustentar, a vida longe da família é difícil.”

Depoimento oral, agosto de 2016.

 

Vale salientar que a jovem Carla é moradora da cidade de Crateús, e tem a oportunidade de ver seus pais nos finais de semana, realidade está que para os jovens que moram nas outras regiões – Sudeste e Norte, por exemplo, só visitam a casa dos pais eventualmente uma vez por ano ou passando até mais tempo sem visitar a terra natal.

A comunidade de Alto Bonito foi se formando a partir de migrantes que vieram para o local há muitos anos para trabalharem nas terras de um grande latifundiário. Daí, aos poucos, conseguiram construir suas casas e se estabelecerem no local desenvolvendo atividades agrícolas a pecuárias. Como afirma D. Rosa moradora da comunidade de Alto Bonito:

 

“Eu já tenho 47 anos e moro aqui há 20 anos, e já vi muita gente indo embora, hoje já não temos mais condições de sair daqui, temos nossas coisinhas, a bolsa família, vendo queijo e assim vamos passando, só fico triste por meus filhos que não temos como dá o que eles querem uma já trabalha começou muito cedo o outro ainda mora aqui, mas já terminou o Ensino Médio, quero que eles façam faculdade, mas ele precisa ajudar o pai dele na criação dos bichos.”

Depoimento oral, agosto de 2016.

 

            É notório que aos poucos a comunidade foi sendo construída por essas pessoas que vieram cuidar das terras dos seus patrões ou foram herdando dos seus pais. A realidade hoje nos demonstra uma nova conjuntura, como afirma D. Maria em sua fala:

 

Eu vivo aqui há quase 50 anos, tenho 73 anos, tive 12 filhos tudo era diferente, o rio tinha muita água, chovia muito, tinha caça, plantávamos milho, feijão, algodão, vendíamos oiticica para sobreviver e não tínhamos besteira com comida, se criaram dez filhos, infelizmente hoje tenho 5 que passo de anos sem ver, por que moram longe daqui e outros 5 já foram e já voltaram. Eu depois que vim morar aqui nunca tive vontade de sair, sempre trabalhei na roça, hoje esses jovens são muito mole, querem mais saber de roça não, hoje tenho meu aposento e vivo bem, moro no que é meu e cuido dos meus bichinhos.

Depoimento oral, agosto de 2016.

 

            A alegria no rosto dessa moradora é notável mesmo com todas as mudanças causada pela seca, à falta de chuva, falta de hospital e seus filhos morando longe, viver no campo é uma de suas maiores alegrias. Segundo ela viver ali é muito bom.

            Entretanto, falta para os moradores investimentos no campo como capacitações e incentivos financeiros para estes, relacionadas a técnicas de cultivo e manejo de criações de caprinos, bovinos e aves, projetos como plantio de verduras para utilizarem as águas do rio Poty que ficam próximas as residências das famílias que ali vivem.

Contudo, existem moradores que nunca saíram da comunidade de Alto Bonito, vários foram os motivos, como relata D. Rosa de 53 anos:

 

Nunca sai por que casei e meu esposo trabalhava em São Paulo, ai ficava aqui cuidando da minha sogra, dos filhos. Ele mandava dinheiro e eu ia me virando, ruim que só estudei até a 4° serie por que o estudo era difícil não tínhamos condições de comprar nem um caderno, e não quero isso para meus filhos não, hoje tenho três filhos uma já é professora e o outro também terminou a faculdade e a outra também vai morar na cidade para estudar. Tinha que trabalhar na roça ou passava fome. Eu ainda ajudava minha madrinha ela me dava às coisas, hoje está tudo diferente tem bolsas do governo, escola perto, mais ainda falta tanto.

 

A realidade dessa comunidade se entrelaça com tantas outras do município de Crateús, mas o que se percebe são as mudanças na forma de pensar e viver dessas pessoas, e estes fatores acredita-se que estão atrelados aos meios de comunicação como televisão e internet, que os moradores do campo tem acesso.

 Um dos moradores da comunidade relatou que no local antes tinha muita água, milho, feijão e etc, e os idosos que ali ainda vivem dizem que mesmo quando eram jovens não tinham vontade de sair. Foram poucos os que conseguiram ter acesso a escola, pois no passado era muito difícil. Sendo assim, quando seus filhos passaram a crescer, perceberam a necessidade de inseri-los nas escolas, para que pudessem ter outras oportunidades além da agricultura, pois acreditavam que esta não era a melhor opção para suprir as necessidades da nova geração. Como afirma seu Raimundo na sua fala:

 

Eu tenho 59 anos servi o exército com 18 e depois fui morar em São Paulo. Trabalhei 20 anos em uma empresa de construção. Meus pais ainda moram aqui, tiveram essas terras como herança. Não tive a oportunidade de estudar por que aqui não tinha escola eu também não queria muito, gostava era de trabalhar na roça, mas tive a oportunidade de ir trabalhar fora. Naquele tempo as coisas eram diferente, empresas boas pegavam gente analfabeto. Hoje sou aposentado por tempo de serviço por que trabalhava em áreas de risco. Mas meus filhos mesmo, nem um trabalham na roça são formados e com meu dinheiro consigo dá uma vida boa a minha família, já andei muito pelo mundo, mas nada se compara a minha vida aqui onde crio meus bichinhos e planto, mas a falta de chuva é o que entristece a gente.  Aqui melhorou por uma parte e piorou por outra.

Depoimento oral, agosto de 2016.

 

A vida do campo hoje é diferente, conforme relata o senhor Gonçalo de 98 anos:

 

Há... aqui era bom demais, sempre trabalhei aqui, chovia muito, tinha muita fartura, vi para cá menino criei meus filhos até eles quererem ir morar em São Paulo queriam dinheiro só que eu podia dá era a comida nunca tive mordomia, um se deu bem, hoje é casado mora aqui perto de mim o outro passou a vida toda trabalhando e nunca fez nada abandonou a família aqui, e hoje voltou de São Paulo sem nada. Hoje tô doente, mas aqui mudou muito tem energia, telefone um monte de coisa, mas não chove mais.

Depoimento oral, agosto de 2016.

           

O campo teve muitos avanços, contudo quando olhamos para o setor educação, saúde e trabalho ficam evidentes a necessidade de aprimoramento das políticas públicas para atender a demanda dessas pessoas. Principalmente com o avanço da tecnologia com a competição no mercado de trabalho, onde simplesmente estudar no campo para muitos jovens já é um sinal de atraso, isso fica claro na fala de Rodrigo, 17 anos:

 

Eu sempre estudei na Ibiapaba terminei meu Ensino Médio, mas eu queria mesmo era trabalhar aqui com meus pais, eu gosto de cuidar dos bichos, mas o ruim é a falta de dinheiro mal dá de comprar a comida dos bichos, agora que meu pai tá doente e está recebendo auxílio vou poder ficar mais um tempo por aqui, queria fazer faculdade, mas só tem na cidade, a escola também passa um monte de conteúdo e muitos nem serve. E as oportunidades são mais para quem estuda na escola da cidade, eles tem, mais chance de trabalho.

Depoimento oral, agosto de 2016.

                       

Fica claro que o trabalho é a necessidade e a prioridade para as pessoas.  E no campo as alternativas são poucas ou você cuida da criação de bovinos, caprinos, ovinos ou cuida da roça. É perceptível a falta de incentivo em relação ao preparo nessas áreas como evidencia o presidente da pequena associação de moradores de Alto Bonito Senhor Nonato de 40 anos:

 

Aqui é muito bom já passei um tempo em São Paulo quando era mais novo, mas hoje não tenho vontade de sair daqui, terminei o Ensino Médio, mas a escola pouco me ajudou hoje mecho com minhas ovelhas e meus gados. A aposentadoria da minha mãe também é uma fonte de renda e com nossa associação conseguimos cisternas, luz para os postes e o garantia safra. Estamos querendo fazer uma passagem molhada ali perto do rio e fazer plantio de verduras para aproveitar a água do rio, mas falta cursos para preparar nós nessas áreas e dinheiro.

Depoimento oral, agosto de 2016.

           

Todos os moradores têm conhecidos e/ou parentes que já foram embora e voltaram para seu local de origem. De acordo com a pesquisa, os programas sociais ajudaram muito essa população a permanecer na comunidade. De acordo com dona Maria de 88 anos:

 

 

Aqui antigamente morava muita gente, mas foram morrendo, não tinha médico como tem hoje, começaram a trabalhar na construção da linha férrea e morreu um monte de gente, hoje tem nosso aposento que é nossa salvação, hoje tamos no céu, mas se não fosse esse aposento e essas bolsas tava morto todo mundo.  Eu quando era moça trabalhava lá naquelas capoeira apanhando algodão.

Depoimento oral, agosto de 2016.

 

 

Vale ressaltar que a aposentadoria é a principal fonte de renda dessa comunidade, seguido pela bolsa família, bolsa escola e o complemento da renda é a venda realizada em pequenas quantidades por algumas famílias de queijos, ovos, galinhas, bovinos, caprinos, ovinos e de carvão.

A vida para quem vive na comunidade é tranquila comparando com antes, é o que afirma a dona Fátima na sua fala:

 

Eu já morei fora tive que trabalhar muito cedo por que meus pais não tinha condição, não estudei por que arrumei um marido e engravidei me abandonou, voltei para a casa dos meus pais sofri muito, trabalhei na roça não tinha nada, aqui não tinha energia, nem recebia bolsa família, nem eles eram aposentados, hoje meu filho já está terminando o Ensino Médio na escola aqui perto, aqui hoje é muito bom, não se não fosse esses programas vivia mais ninguém aqui não.

Depoimento oral, agosto de 2016.

 

            São notáveis na fala dos entrevistados os avanços que houve na comunidade principalmente com a energia. É possível eles usarem vários eletrodomésticos. Quase todos os moradores, tem uma bomba centrífuga ou mergulhão para captar água do rio Poty e encanação até as residências.

            Porém, como constatado nas falas dos entrevistados, quem vive ali gosta por vários fatores: a tranquilidade, as residências serem próximas ao rio, energia, podem realizar plantações de verduras para o consumo e criação de animais. A maioria das pessoas que saíram da comunidade sempre vem visitar seus parentes e a vontade de ficar é enorme como afirma o senhor Francisco de 45 anos:

 

Morei 30 anos em São Paulo mais sempre tive vontade de morar aqui, agora voltei para ficar, infelizmente não consegui nada, gastei tudo, mas agora vou passar um tempo por aqui, meus pais tão velhinhos, vou ficar aqui do lado deles até Deus quiser.

Depoimento oral, agosto de 2016.    

 

Segundo os moradores o que mais atrapalha para uma melhor qualidade de vida na comunidade é a escassez de chuvas, se tivesse inverno dava para trabalhar, plantar o tomate, coco, caju e também faltam incentivos do governo. Quem ali reside gosta de cuidar do gado, pescar quando há água no rio, os mais jovens jogam futebol nas localidades próximas, gostam de assistir tv, acessar internet e também moram em residências próprias.

Entretanto, faltam melhores condições de estudo e trabalho, mais investimentos para o campo. O que chama a atenção, no momento atual, são as facilidades que os jovens foram criados já com o aposento dos pais, avós, os auxílios do governo e acesso ao estudo. 

Para os pais estudar é mais importante que trabalhar na roça, porque eles não querem que os filhos, netos passem pelo que eles passaram. Desse modo, os jovens sempre buscam a realização de seus objetivos profissionais, se inserirem no mercado de trabalho e consideram que é na cidade onde poderão encontrar as melhores opções. Como afirma dona Maria:

                                       

Quando começa dizer assim tal mês vai fazer dezoito anos, já começa a dizer assim: quero ir embora. Eles querem ter muita coisa, é mais hoje em dia se não tiver muita coisa não quer ficar, e ai a gente já acostumou bem de pequeno que os pais da gente criou a gente mesmo no sofrer era sofrer, por que criar nove filhos num lugar desse, pode dizer que era sofrer que nossos pais criou a gente do mesmo jeito indo para a roça, hoje já tem mais facilidade vai para São Paulo, Brasília. Nossa época tinha facilidade não.

Depoimento oral, agosto de 2016.

 

O que chama atenção é que mesmo com as facilidades encontradas no campo, os jovens, principalmente são os que mais querem ir embora impulsionados pela vontade da sua independência financeira.  

            A comunidade resiste graças a luta dos moradores que gostam e acreditam que é ali que estão suas raízes, mesmo vendo seus filhos indo embora. A faixa etária da população que ali residi são de 30 a 40 anos e 2 a 14 anos por que os jovens já foram embora. A comunidade conta com uma associação onde é possível fazer projetos e participar dos programas do governo como: garantia safra, destinados a agricultores, cisternas para as casas onde no período de seca armazenam água.

 

4 BREVE OLHAR SOBRE A ESCOLA E A INFLUÊNCIA DESTA NO COTIDIANO DOS JOVENS DA COMUNIDADE.

 

            A escola tem um papel fundamental na formação e na socialização do ser humano é um dos espaços de conhecimento e reflexão. Porém, durante décadas a educação foi ofertada apenas para a elite, no campo então a educação rural chega de forma “atrasada” se apresenta ainda como um modelo importado da educação urbana. Como afirma Borges apud Leite, (1999 P:14)

 

A educação rural no Brasil, por motivos sócio-culturais, sempre foi relegada a planos inferiores e teve por retaguarda ideológica o elitismo, acentuado no processo educacional aqui instalado pelos jesuítas e a interpretação político-ideológica da oligarquia agrária, conhecida popularmente na expressão: “gente da roça não carece de estudos”. Isso é coisa de gente da cidade. (Borges e tal., 2015 p.2)

 

Para muitos jovens a escola passou a ser um espaço pouco atrativo, os conteúdos são cada vez mais desinteressantes. Mesmo com a melhoria em muitas escolas, transportes escolar, escola do campo e algumas políticas públicas voltadas para esse setor ainda há muito a se fazer, pois a maioria desses jovens ainda sonha em terminar o ensino médio e ir embora.

Hoje na comunidade de Alto Bonito não há mais escola, por falta de infraestrutura e má localização.

 

Entre 2002 e 2009, segundo dados do Ministério da Educação (MEC), mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas no Brasil. Estamos assistindo ao extermínio do ensino voltado às populações historicamente mais pobres e condenadas à ignorância. Grande parte dos analfabetos brasileiros encontra-se justamente nas zonas rurais. Em vez de corrigir erros do passado e proporcionar condições dignas a esse público, a opção tem sido realocar esses estudantes em escolas urbanas, quilômetros e horas distantes de suas moradias. O principal argumento é financeiro: escolas no campo são muito caras. (GIL, 2011, p.1)

 

Os estudantes da comunidade que cursam a educação básica têm que se deslocarem no transporte escolar para o distrito de Ibiapaba. Em meios a tantos conteúdos escolares falta um específico para a vida no campo conforme destaca Lucas em sua fala:

 

Eu terminei o ensino médio nunca usei muita coisa ali para nada, a escola precisa se adequar a realidade da gente, eu mecho é com ovelha, roça e nunca tive nada falando sobre isso. Não fiz faculdade porque não tive condição. Hoje daqui são poucos os que têm faculdade e nem moram aqui, porque não tem como trabalhar.

Depoimento oral, agosto de 2016.

 

            Os jovens da comunidade afirmam não gostar da escola por vários motivos, muitas disciplinas, não veem perspectivas nos colegas que terminaram o ensino médio e só estudam porque são obrigados pelos pais.    Vale enfatizar que esta é uma preocupação a longo prazo para essas comunidades que estão ficando desertas (os jovens estão migrando em busca de emprego e sem qualificação) e para os grandes centros urbanos que vão abrigar cada vez mais em periferias essas pessoas em busca de trabalho de forma precária e em más condições.

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

            As mudanças na comunidade de Alto Bonito, passaram a ocorrer de maneira mais expressiva a partir de 1999, com a chegada da eletricidade e estradas carroçáveis. Já acesso a telefones móveis e internet é fato recente após 2014. Contudo, uma das maiores dificuldades encontradas no local é a falta de trabalho.

            Constatou-se nas entrevistas com os moradores locais que a população residente não quer sair do seu lugar de origem. A população idosa sente-se saudosa com os filhos que residem distantes, em outras regiões do país e alimentam o sonho de que um dia estes possam retornar para a comunidade.

            Alto Bonito é uma comunidade formada por cem moradores. Estes, tem no aposento sua principal fonte de renda. Há uma preocupação dos residentes locais quanto ao futuro da comunidade, já que a população está envelhecendo e os jovens indo embora para as áreas urbanas. 

É perceptível também que teria como se ter outras fontes de renda além do aposento, da agricultura e a criação de animais. Seria a utilização do rio para o plantio e colheita de frutas e verduras. Porém, a falta de políticas públicas voltadas para a comunidade contribui para que os residentes não façam um bom uso deste recurso hídrico.

O trabalho contribuiu para conhecer-se melhor a comunidade de Alto Bonito e lançar desafios junto aos moradores e associação com o intuito de criar projetos e futuramente ajudar a população local a desenvolver atividades lucrativas para manterem-se fixas no campo.

 

 

6 REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, Ricardo. “Juventude rural: ampliando as oportunidades”, Raízes da terra: parcerias para a construção de capital social no campo. Secretária de Reordenamento Agrário do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Brasília – DF, Abril de 2005, ano 1, n° 1. Disponível em

<https://issuu.com/ricardoabramovay/docs/juventude_rural_ampliando_oportunidades> Acesso em: 20 de maio de 2016

 

Botega, Tuíla. MIGRAÇÃO DE RETORNO E CRISE: SONHO FRUSTRADO? 2011. Disponível em:

<https://www.academia.edu/4635728/Migra%C3%A7%C3%A3o_de_Retorno_e_Crise_Sonho_frustrado>

Borges, Sergio Cardoso e tal,. Um breve olhar sobre o histórico da educação do campo no brasil e o resgate histórico da escola família agrícola de ladeirinhas “a” em japoatã – se, 2015. Disponível em: <https://eventos.set.edu.br/index.php/enfope/article/viewFile/1493/224>

CASTRO, Elisa Guaraná de; Et all. Os jovens estão indo embora?: Juventude rural e a construção de um ator político. Rio de Janeiro: MauadX ; Seropédica, RJ: EDUR, 2009.

 

DAMIANI, Amélia Luisa. População e Geografia. São Paulo: Contexto, 2009.

 

Dotto, Fabiano. Fatores que influenciam a permanência dos jovens na agricultura familiar, no estado de Mato Grosso do Sul./ Fabiano Dotto; orientação Olivier François Vilpoux. 2011. 113 f. + anexos.

 

GIL, Jucá. Educação do campo.  2011. Disponível em <https://gestaoescolar.org.br/conteudo/396/educacao-do-campo> Acesso em: 04 de jun. 2017

MARTINS, Dora; VANALLI, Sônia. Migrantes. São Paulo: Contexto, 1994.

 

MENEZES, Priscylla Karoline de. Ser do campo e estudar na cidade: o ensino de Geografia e o lugar de vivência do jovem escolar. 2005

 

Oliveira, Rosa de Souza. Expectativas de jovens que vivem em assentamento: um estudo sobre a tríade trabalho – educação – família/ Rosa de Souza Oliveira. – Belém, PA: UFPA – Centro de Ciências Agrárias: Embrapa Amazônia Oriental, 2006.

 

RUA, João. A migração. In: RUA, João. Para Ensinar Geografia. Contribuição para o trabalho com 1° e 2° graus. Rio de Janeiro: Access Editora, 1993.

 

TALASKA, Alcione; SILVEIRA, Rogério Leandro y ETGES, Virginia ElisabetaCidade e campo: para além dos critérios e atributos, as relações e contradições entre o urbano e o ruralBiblio 3W. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales. [En línea]. Barcelona: Universidad de Barcelona, 15 de septiembre de 2014, Vol. XIX, nº 1090 <https://www.ub.es/geocrit/b3w-1090.htm>[ISSN 1138-9796].

 

 

[1] Aluna do curso de Segunda Licenciatura em Geografia do Programa Nacional de Educação da Reforma Agrária - PRONERA em parceria com a Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. [email protected]

[2] Mestre em Geografia pela Universidade Estadual do Ceará – UECE, e professora orientadora do PRONERA - UVA. [email protected]

[3] Utilizou-se nomes fictícios para todos os sujeitos da pesquisa

[4] A jovem refere-se ao distrito de Ibiapaba